Número de estudantes que tiveram que adiar
planos é o menor desde 2017, de acordo com pesquisa especializada
De
acordo com uma pesquisa realizada pela Companhia de Estágios,
consultoria especializada em programas de estágios e trainees, 27% dos
universitários brasileiros não fizeram nenhum investimento na carreira no
último ano devido à falta de recursos.
No
entanto, os dados mostram que comparado com os últimos anos houve uma tímida
melhora com relação a isso, pois, em 2018, 28% dos estudantes deixaram de
investir na própria carreira, enquanto em 2017 esse número era equivalente
a 30,5%. Em todos os casos a crise econômica foi a principal justificativa para
adiar os planos ao que se refere a educação e carreira.
Dados da pesquisa
O
levantamento intitulado como “O perfil do candidato à vaga de estágios – 2019”
tem como objetivo entender o comportamento de universitários brasileiros diante
do cenário econômico do país. Para conseguir traçar o perfil do público alvo,
todos os entrevistados responderam cerca de 40 perguntas sobre o contexto
socioeconômico e educacional. Ao todo foram entrevistados mais de 4000
estudantes de diversas regiões do Brasil.
Em tempos de incertezas econômicas, investir na educação é essencial
Para
o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, investir na educação mesmo
com o cenário econômico não tão favorável é importante para estar pronto,
quando a crise, de fato, passar. “Há muitas maneiras de melhorar o currículo e
buscar se aperfeiçoar na área de estudo, mesmo que a já tenhamos passado pelo
auge da recessão, o país ainda está em lenta retomada, contudo, a educação e
carreira profissional não podem ser deixadas de lado, então é preciso
acompanhar o mercado. Para os universitários, uma boa dica é participar de
palestras, workshops promovidos pelas universidades, existem alguns cursos com
preços mais acessíveis e dependendo são gratuitos, é importante fazer essa
busca e usufruir delas para se destacar na busca do estágio”, diz o
especialista.
Menos jovens adiaram o inglês
Outros
tipos de investimentos que os jovens buscam fazer por contar de exigências no
mercado de trabalho são nos cursos de inglês. Hoje em dia, saber o idioma não é
mais um diferencial, mas, sim, um dos principais requisitos nas vagas de
estágio.
E
a notícia boa é que, de acordo com os dados, menos jovens tiveram que adiar os
planos de estudar uma nova língua em virtude do cenário econômico. Segundo o
levantamento, 39% dos entrevistados adiaram o projeto de fazer um curso de idiomas,
enquanto em 2018 e 2017, 43% tiveram que optar por não estudar inglês por
questões econômicas.
Na falta de cursos complementares, o trabalho voluntário pode dar uma força no currículo
Uma
outra alternativa que ajuda a enriquecer o currículo é a prática do trabalho
voluntário. A pesquisa mostra que 8,3% dos estudantes recorrem ao voluntariado
como atividade extracurricular para investir mais na própria carreira.
Segundo
Mavichian, os recrutadores valorizam bastante este tipo de ocupação, pois ela ajuda
a entender melhor o perfil do estagiário. “O mercado costuma olhar com bons
olhos para os universitários que se envolvem em práticas sociais. Por meio
delas é possível analisar as habilidades comportamentais dos candidatos e por
não ser uma atividade não remunerada, traz um senso de responsabilidade e de
equipe, caraterísticas que são muito requisitadas nas empresas, independente do
setor ou área de atuação”, detalha o diretor da Companhia de Estágios.
Expectativas para 2020
Para
2020, Mavichian acredita que o cenário pode estar mais favorável para os
universitários e assim, poderão se capacitar ainda mais para as oportunidades
disponíveis no mercado. “Os estudantes entendem que a carreira profissional é
uma via de mão dupla, pois, para que consigam conquistar as melhores vagas, é
necessário se empenhar adquirindo mais conhecimento e aperfeiçoando habilidades
técnicas e características comportamentais. Com uma retomada econômica mais
acelerada em 2020, o cenário fica melhor para todos, tanto para as empresas que
podem abrir mais vagas quanto para os universitários que conseguem se preparar
melhor e pensar e um futuro mais estável”, finaliza Mavichian.