Mais
de seis mil casos são estimados ao ano no Brasil, de acordo com o Instituto
Nacional do Câncer (INCA). É o segundo tipo de câncer mais comum entre as
mulheres
O tratamento hormonal usado na Fertilização In Vitro (FIV) para mulheres
com problemas de fertilidade não aumenta o risco de tumores no ovário, segundo
um estudo desenvolvido pelo Instituto Holandês do Câncer e apresentado no
Congresso Europeu de Reprodução Assistida e Embriologia (ESHRE), realizado na
cidade de Viena, na Áustria. Ao longo de duas décadas, pesquisadores
acompanharam casos e dados de mais de dez mil holandesas e concluíram que não
há risco de câncer de ovário.
“Os resultados tranquilizam as pacientes que se submetem a essa técnica.
Os estudos apontam ainda que não há risco oncológico nos bebês nascidos após
tratamento médico de infertilidade”, afirma o diretor da Sociedade Brasileira
de Reprodução Assistida (SBRA), César Barbosa.
Hoje, as mulheres que se submetem à FIV são submetidas à estimulação
ovariana para chegar à uma super ovulação. Os óvulos são aspirados por uma
agulha guiada por ultrassom transvaginal. Nos homens, a coleta do sêmen
acontece por meio da masturbação. Após seleção dos melhores espermatozóides e
dos óvulos maduros, procede-se à FIV e depois de 2 a 5 dias, o óvulo
fertilizado passa a ser considerado um embrião e é transferido para o útero da
paciente na tentativa de gerar uma gravidez.
O nível elevado de estrogênio na paciente durante os dez dias de
ovulação poderia ser um fator essencial para o desenvolvimento de tumor no
ovários. No entanto, conforme explica o especialista da SBRA, não existe
comprovação científica de risco oncológico desse tipo de câncer em mulheres
submetidas a tratamentos de infertilidade. “Esse esclarecimento é muito
importante para que as mulheres sujeitas a estes procedimentos, com o intuito
de constituir família, fiquem tranquilas”, reforça Barbosa.
Recomendações – A
FIV é uma das formas de tratamento quando o casal tem pelo menos um ano de
tentativas de engravidar, sem sucesso. Mas, se houver alguma causa de
infertilidade identificada, como baixa produção/qualidade dos espermatozoides
ou trompas obstruídas, que limitam a utilização de outras técnicas, a indicação
pode ser com menor tempo.
Caso a mulher tenha uma reserva de óvulos comprometida, como ocorre em
faixas etárias mais avançadas, a indicação pode ser antecipada. É também
indicada aos homens com baixa produção de espermatozoides e àquelas mulheres
com trompas obstruídas ou com idade superior a 38 anos.
Câncer do ovário - Mais de seis mil casos são estimados ao ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). É o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. A maior parte de incidências são de células epiteliais (que revestem o ovário) e, a minoria, são de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos). O risco de câncer de ovário é maior em mulheres com infertilidade, que menstruaram antes dos 12 anos e ou com menopausa tardia. Mulheres que tomam contraceptivos ou que tiveram vários filhos têm menos chances de incidência.