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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

IoT na Saúde: o futuro já chegou


A Internet das Coisas (IoT) vem ganhando força no nosso dia a dia e em diversos setores da economia. O setor de saúde, por exemplo, tem inúmeras possibilidades de aplicabilidade, sobretudo no que se refere à prevenção de doenças crônicas e à redução de infecções hospitalares – um dos principais agravantes da qualidade de vida dos pacientes e dos altos custos das instituições.

Sendo assim, podemos afirmar que a IoT é um importante ativo para toda a cadeia de valor do setor, beneficiando pacientes, hospitais, operadoras, institutos de pesquisa e desenvolvimento, profissionais e laboratórios farmacêuticos. A tecnologia permite a comunicação entre equipamentos e melhora o atendimento médico, o diagnóstico preventivo de doenças e as cirurgias, ajudando a salvar vidas.

De acordo com projeções do Plano Nacional de IoT, uma iniciativa do BNDES, estima-se que até 2025 o mercado global de saúde tenha um ganho potencial gerado pela Internet das Coisas de US$ 1,7 trilhão. No Brasil, estima-se que o valor poderá chegar a US$ 39 bilhões. O projeto prioriza quatro segmentos - Manufatura, Agronegócio, Cidades Inteligentes e Saúde -, sendo este último o que deverá ocupar o primeiro lugar em velocidade de adoção e implementação.

Aliás, durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, realizado em março deste ano, o Governo anunciou medidas para estimular os pilares relacionados à essa tecnologia no Brasil, dentre eles, a disponibilidade imediata de linhas de crédito de mais de R$ 10 bilhões do BNDES, Finep e Banco da Amazônia. A iniciativa proporcionará mais inteligência na prestação de serviços públicos e privados, capacitação de pessoas, inovação, empreendedorismo, além de ajudar a posicionar o Brasil como um desenvolvedor de tecnologia no mercado global.

Uma das aplicações da internet das coisas, por exemplo, permite monitorar os pacientes de maneira remota por meio de dispositivos vestíveis (wearables) e aplicativos de celular. Com o objetivo de identificar alterações com agilidade e diminuir a incidência de doenças graves, os dados coletados podem, em tempo real, alimentar o prontuário eletrônico em hospitais ou clínicas médicas auxiliando na tomada de decisão.

A tecnologia também ajuda doentes crônicos a terem uma melhor qualidade de vida ao possibilitar o tratamento em casa, evitar o esquecimento das doses dos remédios e reduzir a internação recorrente por conta da doença. Para se ter uma ideia, em 2014, existiam no Brasil cerca de 60 milhões de doentes crônicos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), o que comprova a importância de se investir em tecnologias como essa.

Mais do que isso, a IoT contribui para a preservação da saúde dos pacientes internados ao reduzir o número de infecções hospitalares por meio do incentivo à higienização das mãos dos profissionais da instituição. Tudo isso por meio da instalação de processos simples e dispensários de álcool em gel conectados por radiofrequência que monitoram a recorrência com que cada profissional efetua a higienização.

Outra aplicação da tecnologia visa a cirurgias mais seguras por meio da identificação de cada um dos instrumentos utilizados no centro cirúrgico. Além disso, a rastreabilidade ajuda na gestão de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais, dispositivos e materiais de alto valor agregado), que impactam no alto custo dos hospitais. Com a IoT, é possível identificar a localização exata de cada instrumento, evitando, por exemplo, que um deles seja esquecido dentro do paciente.

Há ainda as tecnologias de Big Data e a Inteligência Artificial, que analisam os dados coletados a partir de dispositivos conectados e os correlacionam com informações da literatura médica, gerando insights para toda a cadeia de valor. Desta forma, é possível, por exemplo, identificar regiões brasileiras onde há maior incidência de determinada patologia.

Essas tecnologias já estão sendo implementadas em várias instituições do setor, principalmente nas áreas voltadas para o cuidado com o paciente. Juntas, elas irão revolucionar a medicina e a vida das pessoas, com retorno do investimento comprovado em hospitais e laboratórios, além de ajudar a reduzir o índice de infecções hospitalares. Em pouco tempo, será possível acessar todo o histórico dos pacientes a qualquer hora e de qualquer lugar, com base em informações vindas de dispositivos conectados. Ou seja, o prontuário de uma vida toda estará concentrado, permitindo uma análise muito mais inteligente, assertiva e individualizada. Isso reduzirá as idas aos consultórios e elevará a qualidade de vida a patamares até então desconhecidos.



Carlos Reis - consultor do segmento de Saúde da Logicalis


Qual a visão dos jovens sobre a hierarquia nas empresas?


Para a grande maioria, há mais oportunidade de crescer na carreira


O mercado de trabalho se reinventa a cada dia para comportar as novas gerações. Com diferentes perfis convivendo em busca de um único resultado, é preciso readequar os padrões para, assim, satisfazer a todos. Então, muitas organizações repensam seus postos e flexibilizam as gestões em prol de pessoas mais motivadas. Contudo, isso vai mesmo ao encontro dos desejos dos jovens? Para entender o assunto, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios realizou uma pesquisa com o seguinte enfoque: “O que você acha de empresas com muitos níveis hierárquicos?”. A maioria mostrou uma visão positiva sobre o tema!

Ao todo, foram 22.264 participantes, com faixa etária entre 15 e 26 anos. O levantamento ocorreu em todo o Brasil, entre 22 de outubro e 2 de novembro. Como resposta mais apontada, a alternativa: “acho ótimo, assim posso ter muito crescimento na carreira” foi mencionada por 60,78%, ou 13.531 votantes. Para a gerente de treinamento do Nube, Yolanda Brandão, é muito comum os ingressantes no ambiente organizacional terem uma expectativa de progressão mais acelerada. “Contudo, essas companhias são, geralmente, de grande porte e é um equívoco considerar ascensão rápida por conta das diversas posições”, explica.

Afinal, por ter uma disposição rígida de cargos, a promoção nem sempre vem na velocidade esperada. “Então, a dica é planejamento. Isso sim será determinante para a construção da vida profissional”, assegura. Ainda assim, 29,20% (6.501) se mantiveram neutros e comentaram: “faz parte da realidade do mundo corporativo”. De acordo com a especialista, no passado, necessitava-se de muitos colaboradores para executar atividades, as quais, hoje, são automatizadas. “Por consequência, era preciso ter maior proporção de supervisores, gerentes e staffs. Atualmente, já percebemos a tentativa de tornar as empresas mais enxutas e com procedimentos racionalizados”, enfatiza.

Já para 8% (1.781), a estrutura tradicional “é um dos maiores problemas da lentidão nos processos”. Segundo Yolanda, como a operação envolve muitos funcionários, as coisas podem seguir de forma mais devagar. “A comunicação fluída é fundamental para maior assertividade dentro desse contexto”, ressalta.

 Outros 2,03% (451) também se mostraram avessos a tantos postos de liderança e revelaram: “detesto, é muito cacique querendo ter poder”. Para evitar esse possível dilema, é essencial uma descrição bem definida de funções e um papel ativo dos comandantes.

Independentemente de onde se inicia a carreira, é válido refletir sobre o fato de todas as experiências terem perdas e ganhos. “Se uma corporação maior oferece bons salários, bônus e benefícios, uma menor não fica atrás e compensa dando autonomia e flexibilidade”, afirma a gerente. Então, é preciso observar quais oportunidades o empreendimento oferece e pensar sobre as mais valiosas para o seu perfil. “No mundo de tantas mudanças, o autoconhecimento é imprescindível. Afinal, o crescimento por si só não se sustenta a longo prazo. Encontrar um propósito é o diferencial”, finaliza.





Fonte: Yolanda Brandão - gerente de treinamento do Nube

www.nube.com.br



A reforma do Código Comercial e o Agronegócio


Está para votação, pela Câmara dos Deputados, o relatório do Projeto de Lei nº 1.572/2011, de relatoria do Deputado Vicente Cândido da Silva, que tem o condão de instituir novo Código Comercial.

Sem adentrar no mérito da necessidade de novo diploma comercial, considerações devem ser feitas quanto ao tratamento concedido ao Direito do Agronegócio pelo Projeto de Lei, que poderá implicar em verdadeiro retrocesso à disciplina jurídica e à própria atividade econômica que esta pretende tutelar – a atividade agrária.

O primeiro ponto a ser ressaltado é a própria inclusão do Direito do Agronegócio como parte integrante do Direito Comercial. Diferentemente das demais atividades empresariais, as atividades agrárias possuem uma peculiaridade, que é serem ditadas pelo fato natural, cuja influência deve ser determinante das relações jurídicas.

Essa especialidade, reconhecida pelo direito estrangeiro mais moderno, não foi reconhecida no Projeto do Novo Código Comercial. O agronegócio, no entanto, necessita de regime jurídico próprio para se adequar a essa realidade empresarial de duplo risco, o normal da atividade econômica e o especial, do ciclo biológico vegetal ou animal, de que se aproveita o empresário para a sua finalidade produtiva.

Na forma prevista pelo projeto, o Direito do Agronegócio é considerado como subespécie do Direito Comercial apenas no que diz respeito aos seguintes aspectos:


a. Contratos de financiamento e títulos de crédito destinados a financiamento da produção, comercialização, beneficiamento e/ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários, bem como máquinas e implementos utilizados na atividade rural;


b. Precificação dos contratos, que poderão ser, inclusive, fixados em moeda estrangeira, contrariando a regra geral;


c. Cédula de Produto Rural (“CPR”) e outros títulos de créditos passam a ser regulados pelo Código Comercial, superando as legislações específicas;


d. Princípios aplicáveis ao agronegócio, a serem observados na solução de conflitos judiciais e interpretação dos negócios jurídicos celebrados;


e. Finalidade econômica do agronegócio, que deverá ditar a intervenção jurisdicional na solução de conflitos de interesses;


f. Alocação de riscos na cadeia agroindustrial, com limitação da possibilidade de revisão dos pactos e de repasse de riscos para a parte contratante mais vulnerável economicamente.


As relações elementares do agronegócio com a atividade de criação de animais, cultivo de vegetais e aproveitamento da terra, por outro lado, que representam os principais contratos de organização do setor e cuja regulamentação pelo estatuto da terra mostra-se absolutamente superada, foram temas omitidos pelo legislador, sem os quais não se poderá falar jamais de um direito do agronegócio pleno.

A par de todas as críticas que se pode fazer ao projeto de novo Código Comercial, portanto, especialmente quanto ao Direito do Agronegócio, a aprovação da redação é um erro, não só pelas falhas de regulamento, mas pela omissão de princípios, preceitos e definições essenciais para a modernização das relações jurídicas empresariais do agronegócio. A principal atividade econômica para o desenvolvimento no País merecia um tratamento melhor.








Nina Chaim Meloni - Advogada Especialista em Direito Ambiental; e Francisco de Godoy Bueno, sócio do Bueno, Mesquita e Advogados; e Vice-Presidente da Sociedade Rural Brasileira


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