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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Novembro Azul: 8 mitos e verdades sobre o câncer de próstata


 Médico especialista em uro-oncologia esclarece dúvidas sobre a doença e dá dicas de como preveni-la


O mês de novembro é marcado pela campanha mundial da luta contra o câncer de próstata, que busca conscientizar os homens sobre a importância de realizar os exames anualmente, a fim de combater o tumor logo no primeiro estágio.  

Com tantas dúvidas desde o diagnóstico ao tratamento, o professor do setor de uro-oncologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e responsável pelo setor de cirurgia robótica urológica no Hospital Brasil e rede D’Or, Dr. Marcos Tobias Machado, esclarece o que é mito ou verdade sobre o câncer de próstata. 
Veja a seguir:



1) Câncer de próstata não tem cura?

Mito. A maioria dos pacientes com este tipo de tumor pode ser curado ou ter uma sobrevida bastante longa. De acordo com o Dr. Marcos Tobias, existem três fatores importantes que definem o prognóstico do paciente:

- O estágio da doença, ou seja, se ela está localizada no órgão ou se já se espalhou pelo corpo.

- O escore de Gleason, uma nota dada ao tumor pelo médico que examina microscopicamente a amostra da biópsia.

- Valor do PSA, que são moléculas produzidas pelas células da glândula prostática. O médico deve medir a concentração dessa partícula no sangue, para detectar câncer de próstata e até mesmo outras doenças.

Quando a doença está localizada no órgão e tem outros fatores de bom prognostico, a chance de cura se aproxima de 90%, enquanto que uma doença que já se apresenta nos ossos, por ocasião do diagnóstico, tem menos de 5% de cura.


2) O câncer de próstata inicial não apresenta sintomas?

Verdade. O câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma no início, o que torna a doença muito perigosa. O paciente deve sempre realizar a avaliação preventiva com exame de sangue PSA e exame de toque retal. Apenas em um estágio mais avançado pode causar sintomas de compressão da uretra, sangramento na urina e dor nos ossos.


3) O câncer de próstata não atinge homens mais jovens?

Mito. O tumor pode atingir homens de todas as idades, embora, os que têm idade acima de 50 anos, são os mais propensos. No entanto, homens acima de 40 anos já podem iniciar a prevenção com a medição do PSA no sangue.

“Em homens mais jovens saudáveis ou com boa expectativa de vida tendemos a oferecer terapia com intenção de cura, como a cirurgia e a radioterapia. Por outro lado, idosos acima de 70 anos com múltiplas comorbidades nós tendemos a tratamentos que prolongam a vida, melhoram a qualidade de vida, mas podem não curar a doença”, explica o Dr. Marcos Tobias.


4) Exame de sangue não identifica se há tumor na próstata?

Verdade. O único exame capaz de identificar o tumor é a biopsia da próstata, por isso, a importância de conscientizar os homens da importância de realizar os exames.  Dr. Marcos Tobias conta que é necessário fazer a ressonância magnética, tomografia e cintilografia dos ossos, para entender a extensão da doença, caso o tumor seja identificado.

“A partir destes dados, associados ao treinamento dos profissionais envolvidos, da tecnologia disponível, da avaliação do estado global de saúde e da preferência do cirurgião, o paciente é informado sobre as opções e ajuda na tomada de decisão final sobre o tratamento elegido”, detalha.


5) Não tenho histórico familiar, não preciso fazer os exames.

Mito. Todo homem pode sofrer com o câncer de próstata. Evidentemente, homens que têm histórico na família precisam ficar sempre em alerta, mas todos, sem nenhuma exceção, devem fazer o exame uma vez por ano, principalmente a partir dos 45 anos para homens com histórico familiar ou negros, pois eles tendem a desenvolver o câncer precocemente.

Para os demais, o exame é recomendado a partir do 50 anos. Em casos especiais, o urologista pode solicitar que o paciente retorne em menos tempo para fazer o acompanhamento.


6) Se diagnosticado terei de retirar a próstata por completo?

Mito. Antes de qualquer conduta médica, saiba que existem basicamente 5 modalidades de tratamento, sendo elas:

1-Cirurgia radical: No Brasil esse é o principal tratamento utilizado. De todos é o que oferece melhor resultado em longo prazo;

2- Radioterapia: Pode ser externa ou com imitante cirúrgico de sementes radioativas;

3- Observação: Indicada para pacientes com tumor de baixa agressividade ou em pacientes muito idosos com comorbidades;

4- Ablação com fontes de energia (HIFU ou crioterapia): São opções com intenção de reduzir a invasividade dos outros tratamentos. A desvantagem é que são opções relativamente novas e não temos ainda os resultados em longo prazo com essas modalidades.

5- Tratamento medicamentoso: pode ser realizado com drogas que causam bloqueio hormonal ou com quimioterápicos. O uso das diferentes drogas e o tempo de administração dependem de cada caso.


7) O câncer de próstata é tabu entre os homens?

Verdade. Este assunto ainda é um tabu pra homem, que normalmente se ocupa com o trabalho e não vai ao médico para prevenção. Outro fator negativo é o receio do exame de toque retal, o que com o passar dos anos e com uma boa explicação normalmente não tem sido um obstáculo à prevenção. Todo o esforço deve ser concentrado em trazer o homem para o consultório.


8) Os tratamentos para o câncer de próstata evoluíram muito nos últimos anos.

Verdade. Do ponto de vista da cirurgia, a plataforma Robótica é a maior inovação, permitindo redução da morbidade do tratamento com excelentes resultados na cura do câncer. Os aparelhos de radioterapia também evoluíram muito, sendo o tratamento planejado por tomografia, em que é possível aplicar maior energia no local da doença e da redução da dose em pontos críticos que causariam morbidade.

O arsenal de medicações utilizadas também melhorou muito nos últimos anos, tanto em drogas injetáveis como em medicações orais de alta eficiência.  Todos esses fatos favoreceram um significativo aumento na sobrevida com melhora na qualidade de vida dos pacientes com CaP.







Dr. Marcos Tobias Machado - Formado em Medicina pela Santa Casa, Dr. Marcos Tobias Machado acumula experiência e conhecimento em diversas instituições, tendo destaque para residência médica no Hospital das Clínicas da USP, fellowship em uro-oncologia na Universidade de Miami, especialização em laparoscopia e robótica no H.Henri Mondor em Paris, desenvolvendo cirurgias minimamente invasivas mais complexas, além de atualmente ser chefe do setor de uro-oncologia e cirurgia robótica em urologia do Hospital Brasil e urologista dos Hospitais  da rede D’Or – Bartira, Assunção e São Caetano do Sul. Recentemente, foi palestrante do 8º Congresso do Centro de Oncologia da Universidade de Mansoura, no Egito.


Varicocele: com alta prevalência entre os homens, pode levar à infertilidade se não tratada precocemente


A varicocele é hoje uma das principais causas de infertilidade masculina. O problema é pouco conhecido e o homem geralmente descobre em exames de rotina, ou quando deseja ter filhos e a gravidez da parceira não acontece.

Cerca de 15% da população masculina tem varicocele em algum grau, surgindo em diferentes idades. O Dr. Marcelo Lorenzi Marques, do Centro Integrado de Urologia (CIU), alerta que nem todos os homens com varicocele terão problemas de infertilidade ou necessitarão de cirurgia. O tratamento é indicado somente em alguns casos.

"Apenas cerca de 20% dos pacientes com varicocele terão indicação cirúrgica, sendo sempre indicada quando diagnosticada durante a adolescência e em adultos com alteração da qualidade seminal ou redução do volume do testículo acometido, geralmente do lado esquerdo apenas."

Em alguns casos, quando ocorre alteração da qualidade seminal em grau acentuado, a cirurgia nem sempre proporcionará a normalização dos níveis de espermatozóides. Ainda assim, pode ser indicada na tentativa de abrandar um grau acentuado de infertilidade e, dessa forma, facilitar um eventual processo de reprodução assistida.

Quando diagnosticada na fase adulta e sem alteração seminal, a orientação é apenas o monitoramento periódico por meio da realização de espermograma, para verificação de eventual alteração, com indicação cirúrgica sempre que houver declínio da fertilidade, antes de ocorrer uma queda acentuada e, muitas vezes, irreversível.

"Enquanto os exames estiverem normais, a cirurgia não será necessária, exceto se for diagnosticado ainda na adolescência, quando a cirurgia é sempre indicada", explica o especialista.

Por este motivo, em caso de suspeita, o Dr. Marcelo orienta que um médico urologista seja procurado o quanto antes. "Sem o tratamento adequado, a varicocele pode causar lesões testiculares permanentes, que levam à infertilidade e não podem ser revertidas nem mesmo com a cirurgia".


Temperatura ideal

Os testículos são os órgãos que fabricam os espermatozoides, mas para isso, a temperatura deve estar ligeiramente mais baixa que a temperatura corporal.
Não está muito bem definida a relação entre a infertilidade e a varicocele, mas considera-se que, por conta da dilatação anormal das veias que drenam o sangue proveniente dos testículos, principalmente o esquerdo, haja alteração da circulação sanguínea normal, com consequente aumento da temperatura, superaquecendo os testículos.

Com este aquecimento, a produção, movimentação e vitalidade dos espermatozóides diminuem, prejudicando a fertilidade.

Sabe-se, porém, que apesar disso, apenas a minoria dos pacientes acometidos evoluem com alteração seminal.

Outro agravante é o armazenamento de substâncias tóxicas pelo sangue por não circular corretamente, que também prejudica a produção de espermatozoides.


Diagnóstico e tratamento

Segundo o especialista, além da infertilidade, os homens com varicocele também chegam ao consultório com queixas de sensação de peso ou alteração do volume escrotal.

"A dor só ocorre em graus acentuados, e é uma dor bem característica, vespertina, que lembra muito as dores de varizes de membros inferiores, com sensação de peso e cansaço, que melhora quando o paciente senta ou deita, porque facilita o retorno venoso."

Para diagnosticar a varicocele, o Dr. Marcelo explica que uma simples consulta ao urologista é suficiente. E caso confirmada, exames complementares poderão ser solicitados para verificar o comprometimento da fertilidade.

Em caso de necessidade de tratamento cirúrgico, vale destacar que a melhora da qualidade seminal não será imediata. Após um intervalo de seis meses a um ano após a cirurgia, nova avaliação será realizada para verificar se houve melhora.



DORES NAS PERNAS PODEM INDICAR MAIS QUE CANSAÇO


Exames preventivos e atenção aos sinais do corpo ajudam no diagnóstico


Queixas sobre dores nas pernas são muito mais frequentes nos consultórios do que se imagina. Apesar de sempre associarmos o cansaço nas pernas às varizes ou questões musculares, esse incômodo também pode indicar outros problemas. 

Todo mundo conhece alguém ou já foi acometido por dores súbitas nessa região.

Via de regra o conselho mais comumente ouvido é o de colocar as pernas para cima e esperar um pouco. A máxima popular é verdadeira, no entanto, homens e mulheres devem ficar atentos quando essas dores aparecerem, pois pode ser sinal de algo mais grave do que apenas cansaço.

Há diversas causas que não são só de origem vascular, mas também de dores originárias do sistema musculoesquelético, como quadros de inflamação do nervo ciático (lombociatalgia), dores nas articulações do quadril, do joelho e do tornozelo, (causados normalmente por artrite ou artrose) ou dores musculares advindas de má postura e inflamações crônicas como tendinite e contratura crônica da musculatura.


Ah, as varizes

Consultamos o Dr. Marcos Roberto Godoy, Angiologista, Cirurgião Vascular e coordenador dos cursos de Ecografia Vascular do Cetrus para entender melhor as diferenças, causas e tratamentos.

Antes de mais nada é preciso entender que varizes e vasinhos são veias dilatadas que geralmente ocorrem na parte superficial da pele e que podem ocasionar coágulos de sangue, bloqueio nas veias, vasos sanguíneos anormais, e feridas que, em casos raros, podem até se tornar tumores.

Em primeiro lugar estão as varizes dos membros inferiores, que podem se apresentar como quadros simples, em formato de vasos e ardência local, até quadros mais severos como inchaço crônico, sensação de peso e formação de manchas nas pernas.

Há também os casos de obstruções do sistema arterial, considerados mais graves e normalmente presentes nos pacientes mais idosos, fumantes e portadores de diabetes.

"Para confirmar qualquer diagnóstico o mais indicado é que a pessoa consulte um especialista que identificará os sintomas e dirá qual o tratamento mais indicado. Mas nada impede que o paciente fique atento aos sinais que podem indicar gravidade, como inchaço nas pernas, manchas escuras próximas ao tornozelo, alteração na cor dos pés para uma cor mais azulada, que são os sinais básicos de má circulação", afirma o médico.


Sinais para se preocupar

Assim que a dor é identificada o ideal é procurar um médico vascular, que é o especialista que se ocupa das questões de artérias, veias e vasos linfáticos. Com o exame físico o médico já consegue identificar os principais sinais e com auxílio do exame complementar como o ecodoppler ou doppler vascular (ultrassonografia) é possível identificar qual é a melhor condução para o caso.

Normalmente o mais indicado para aliviar os sintomas são a prática de atividade física, uso de meias elásticas e repouso com os membros elevados ao fim do dia. Isso aliado ao tratamento sugerido pelo especialista que pode variar desde medicamentos, aplicação de injeções para "secar" os vasinhos e varizes, até intervenção cirúrgica, que pode ser realizada com o tratamento convencional ou por métodos mais modernos, como o laser e a radiofrequência.


Dicas para amenizar dores


Sapatos confortáveis 

Poucos prestam atenção no tipo de sapato que utilizam em suas atividades diárias. O uso de salto alto ou de calçados com solado muito rígido ou irregular pode agravar as dores musculares, articulares e as dores provocadas pelas varizes. O ideal é que seja utilizado um calçado confortável e adequado às necessidades. Para as pessoas que ficam muito tempo em pé no trabalho, por exemplo, o médico dá uma dica: "O uso de salto alto do tipo "anabela" são os mais indicados para as mulheres eo uso de sapatos e tênis com formato anatômicos são boas opções para homens", conclui o Dr. Godoy.


Pernas para o ar

O repouso ao fim do dia é essencial. Deixar os membros elevados por no mínimo meia hora é a melhor maneira de descansar as pernas, principalmente para quem fica em pé o dia todo.


Relaxe

Massagens são muito bem-vindas e recomendadas para os casos de dores musculares, bem como nos casos de edema linfático das pernas. Esse procedimento deve ser indicado por um médico e realizado por um profissional da fisioterapia com conhecimento sobre a doença.


Métodos caseiros

O uso de compressas, sejam quentes ou frias, pode representar risco, pois pode agravar o quadro. Por isso, não são recomendadas na rotina e sua prescrição é realizada apenas em casos específicos, especialmente nos quadros de dores articulares.

As meias elásticas ajudam a prevenir e tratar os casos de inchaço crônico, principalmente nos casos de varizes e edema linfático. Existem diferentes tipos e tamanhos, e normalmente são prescritas para uso contínuo, pois além de melhorar os sintomas, ajudam na prevenção de complicações.


Atividade física

A caminhada é o exercício mais indicado para os pacientes que apresentam dor crônica nas pernas, pois além de melhorar o fluxo sanguíneo nos membros inferiores, também ajudam a melhorar a condição cardiovascular, o controle de peso e o combate a diabetes, por aumentar o gasto de energia e proporcionar a queima do açúcar que está em excesso na circulação neste grupo de pacientes.
Pessoas que permanecem muito tempo sentadas são sedentárias e apresentam maior risco de doenças como a obesidade, a hipertensão arterial e o diabetes. Já os que ficam muito em pé podem apresentar um risco de formação de inchaço crônico e formação de varizes nos membros inferiores. "O ideal é manter hábitos saudáveis como uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regulares", complementa o especialista.








Dr. Marcos Roberto Godoy - Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos – UNILUZ – 1994, fez Residência Médica em Cirurgia Geral (Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – HSPE) e Residência Médica em Cirurgia Vascular – HSPE. Possui título de especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular pela SBACV/AMB, certificação em Ecografia Vascular pela SBACV/CBR. Atua como Médico preceptor de ensino do Serviço de Cirurgia Vascular do HSPE – SP e Coordenador do setor de Ecografia Vascular HSPE-SP.

CETRUS
www.cetrus.com.br



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