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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Novas tecnologias chegam ao campo


É grande a evolução tecnológica do mercado agrícola ao longo dos últimos anos, sobretudo nas áreas de eletrificação, conectividade e comunicação à distância. Uma das principais tendências no setor é o avanço dos motores elétricos nos diversos sistemas de acionamento de máquinas e implementos, em substituição aos mecânicos ou eletro-hidráulicos.
O foco da eletrificação é elevar a precisão e a flexibilidade dos sistemas, bem como viabilizar novas funcionalidades, que não são possíveis de atingir com os sistemas tradicionais, como fazer ajustes mais rápidos de acordo com as variáveis ambientais, receber alertas de erro e monitorar operações por telemetria, entre diversos outros recursos.

Outra tendência é o avanço de máquinas totalmente conectadas. Exemplo disso é um caminhão ou trator de transbordo canavieiro, que acompanha em piloto automático uma colhedora de cana. Além de operar em velocidade e posição adequadas para o descarregamento, o veículo não trafega sobre as raízes, que sobram dentro e fora da terra, evitando impactos sobre a produtividade do próximo ciclo.

Coração de todo negócio, a conectividade proporciona grandes benefícios para uma fazenda. Com novas tecnologias que dão acesso em tempo real a informações da frota em operação no campo, os produtores rurais podem tomar decisões com maior assertividade, como identificar o momento ideal para iniciar uma colheita ou semeadura, por exemplo.

Atualmente o agricultor deseja conectar todos os meios produtivos de uma fazenda com foco numa gestão mais apurada dos negócios, que possibilite aumentar a produtividade e ampliar a confiabilidade da frota. Em época de safra, evitar paradas não programadas significa impedir grandes prejuízos ao agronegócio.

Um dos principais desafios para o pleno aproveitamento dessas e outras tecnologias é melhorar a infraestrutura no Brasil, sobretudo em telecomunicações extensivas ao campo. Atualmente a infraestrutura já representa um obstáculo para a utilização de tecnologias embarcadas disponíveis em máquinas, inovações que poderiam trazer resultados fantásticos para a economia.

Hoje o agronegócio é o carro-chefe da economia brasileira, uma vez que assegura boa parcela do PIB. Portanto, é fundamental buscar rotas para o pleno aproveitamento desse grande ativo brasileiro, a indústria de máquinas agrícolas, que projeta o Brasil não somente como importante parque de máquinas, mas também como desenvolvedor de máquinas para a agricultura tropical.

Esses e outros assuntos serão debatidos durante o 10º Simpósio SAE BRASIL de Máquinas Agrícolas, que reunirá lideranças de fabricantes, montadoras, entidades e consultorias. Quem tiver interesse pelo assunto está convidado para o encontro, que será realizado dia 30 de agosto, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre.







Daniel Zacher - engenheiro, diretor geral da Tryber Tecnologia e chairperson do 10º Simpósio SAE BRASIL de Máquinas Agrícolas


Estudo resulta na primeira enzima sintética totalmente abiótica


Trabalho, publicado na Nature Chemistry, teve a participação de pesquisadores brasileiros
 

Um grupo de pesquisadores envolvendo laboratórios de três países - China, Estados Unidos e Brasil - divulgou, no último dia 20, os resultados de um estudo que levou ao desenvolvimento da primeira enzima sintética totalmente abiótica, ou seja, que pode ser inteiramente produzida em laboratório por síntese química. O artigo foi publicado na revista Nature Chemistry, um dos principais periódicos da sua área, e tem entre seus autores André Farias de Moura, docente do Departamento de Química (DQ) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Fellipe Mariano Colombari, Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar, ambos pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A pesquisa partiu de um material cerâmico bastante conhecido por suas propriedades de absorção e emissão de luz: os quantum dots (pontos quânticos) de telureto de cádmio (CdTe), partículas extremamente pequenas - no caso específico, 4,5 nanômetros - que absorvem e emitem radiação na região da luz visível. Para que o material funcionasse em sistemas biológicos, era necessário aumentar a biocompatibilidade e a afinidade das nanopartículas por biomoléculas, o que foi conseguido com o recobrimento da superfície dessas partículas com um aminoácido natural, a cisteína. O produto resultante apresentou especificidade para reações de quebra controlada de moléculas de DNA, cortando a dupla hélice de DNA sempre na mesma posição (o chamado "sítio de restrição"). Assim, produziu-se pela primeira vez uma nanozima - nanopartícula que funciona como uma enzima -, que age da mesma forma que uma endonuclease de restrição (enzima que corta o DNA) natural.

A parte experimental da pesquisa foi realizada na China (Jiangnan University) e nos Estados Unidos (University of Michigan). No Brasil, Moura e Colombari desenvolveram modelos computacionais que permitiram compreender porque a nanozima corta o DNA naquela posição específica (sequência de bases específica). Para tanto, utilizaram quantidade expressiva de recursos computacionais de alto desempenho, da própria UFSCar (Cloud@UFSCar) e do supercomputador Santos Dumont, situado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

"O estudo configura uma prova de conceito. Mostramos, experimental e computacionalmente, como pensar em uma enzima sintética de modo racional. Ou seja, o processo deixa de acontecer por tentativa e erro: se sabemos como funciona, podemos fazer modificações de modo controlado. A estratégia que desenvolvemos passa a ser um protocolo que permitirá que estudos futuros, buscando nanozimas para reações específicas, economizem tempo e dinheiro", explica Moura. "Uma aplicação mais imediata seria, por exemplo, na edição gênica. Mas, potencialmente, podemos pensar também, por exemplo, em produzir uma nanozima para atacar um fragmento de material genético de agentes patogênicos - vírus, bactérias e protozoários - escolhendo um sítio de restrição que não exista no hospedeiro - seres humanos, animais ou plantas. Com isso, teríamos como eliminar os agentes causadores de doenças afetando minimamente o doente", exemplifica o pesquisador.





Site-selective photoinduced cleavage and profiling of DNA by chiral semiconductor nanoparticles - www.nature.com/articles/s41557-018-0083-y


Satisfação com o coaching é maior no Brasil do que na média mundial, mas exigência de certificação também


Pesquisa global aponta os principais benefícios do coaching para os brasileiros, comparados aos demais países

Foto: Comstock


Uma pesquisa realizada pela International Coach Federation (ICF) mostra que a satisfação com o coaching no Brasil supera os indicadores obtidos na média mundial, mas a exigência de certificação do coach profissional também é mais elevada. O estudo ouviu mais de 27 mil pessoas em 30 países, entre clientes e profissionais de coaching.

Perguntados se sabem qual é o campo de atuação do coaching, 70% dos brasileiros responderam que sim, contra 66% da média mundial. O grau de participação neste processo também é maior no Brasil (52% dos entrevistados locais já receberam orientação de um coach, ante 35% nos outros países).
Entre as pessoas que nunca passaram por um programa de coaching, 49% dos brasileiros dizem que pretendem experimentar o método (também acima da média mundial de 48%).

Por sua vez, os que já foram atendidos por um coach revelam os objetivos que os levaram a procurar estes profissionais. Os motivos mais relevantes para os brasileiros são: otimizar o trabalho individual ou em equipe (46% no Brasil contra 40% no mundo); aumentar a produtividade (40% contra 38%); ampliar as oportunidades de carreira (37% contra 35%); aprimorar estratégias de gestão (34% contra 32%) e melhorar o equilíbrio entre carreira e vida (36% contra 34%).

Ao listar os impactos do coaching em suas vidas ou carreiras, os brasileiros apontam a seguinte ordem: otimizou o desempenho individual ou em equipe (46% contra 38% no resto do mundo); aumentou a produtividade (44% contra 39%); aprimorou habilidades de comunicação (44% contra 42%) e ampliou oportunidades de carreira (34% contra 29%).

Em suas avaliações sobre o coaching, 54% dos entrevistados brasileiros se declararam muito satisfeitos com o processo pelo qual passaram – contra 43% da média mundial.

Por fim, 53% dos brasileiros que já passaram por este programa classificam como muito importante a certificação do coach profissional – contra 40% da média global.

Entre os que nunca participaram de um processo de coaching, a percepção também é a mesma: 88% dos brasileiros consideram importante ou muito importante a certificação do coach profissional, contra 75% da média mundial.

“Este estudo demonstra que os brasileiros estão mais satisfeitos com os processos de coaching do que em outros países, mas que também são mais exigentes com relação à formação do profissional. A soma destes dois fatores pode explicar porque o grau de satisfação é maior no Brasil”, analisa Iaci Rios, diretora da Erickson International no Brasil, escola especializada em formação em coaching.



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