Em 14 de fevereiro, é comemorado o Dia da Amizade.
A iniciativa de instituir essa data partiu da necessidade de cultivar as
relações humanas como forma de construir um mundo melhor. Segundo a psicóloga
do São Cristóvão Saúde, Aline Melo, existem várias pesquisas relacionadas aos
benefícios da amizade em nossas vidas. “Muitas apontam inclusive a uma maior
longevidade. Ainda, nota-se que, no momento em que se dividem experiências com
algum amigo, há uma troca de sentimentos e confiança, capazes de gerar otimismo
e alegria”.
Ela explica que toda relação social é importante,
mas que existem diferenças entre amigos e colegas. “A amizade é uma relação
mais profunda e que geralmente você escolhe, seja por afinidades ou
experiências, e pode se manter independente do tempo ou distância. Já o
coleguismo, normalmente acontece com as pessoas que convivem com você no
trabalho, cursos, academia, e outros locais em que frequenta. Costuma ser uma
relação harmoniosa, porém que não forma laços tão fortes e nem duradouros. No
entanto, nada impede que um colega possa se tornar amigo conforme o tempo e as
afinidades de cada um”.
É comum caminhos e escolhas opostas acabarem
distanciando quem antes era tão presente. “Assim como o amor, a amizade também
precisa ser cultivada e fortalecida”, aconselha. Ainda, conforme se amadurece,
começa a se selecionar melhor as relações e se aprende a lidar de maneira menos
angustiante com a solidão, diminuindo a necessidade de sempre estar com alguém
ao lado. Contudo, há pessoas que, mesmo não conversando com um amigo
diariamente, ao encontrá-lo sente o mesmo carinho e proximidade de sempre.
No entanto, a psicóloga alerta ao cuidado
necessário para não depositar muitas expectativas em uma amizade, pois há o
risco da frustração, assim como nas relações com pais, filhos e cônjuges.
“Embora um amigo represente um profundo companheirismo, ele pode desapontar
você e você pode fazer o mesmo com ele, sem intenção de machucá-lo. É importante
compreender que as pessoas erram e têm falhas, inclusive nós mesmos”. Porém,
caso realmente haja uma intenção de ferir ou causar tristezas, é preciso
reconhecer que esta relação não está fazendo bem e romper os laços que trazem
angústias.
Segundo a profissional, as amizades têm papéis
diferentes de acordo com cada fase da vida. Na infância, é voltada em aprender
com o outro. “Na relação com os amiguinhos, começamos a fazer um
reconhecimento de nossa identidade e personalidade fora da proteção e cautela
dos pais. A imitação de trejeitos, gestos e palavras faz parte do processo de
constituição do nosso eu”, esclarece. Já na adolescência, os jovens buscam
pertencer a um grupo, é uma forma de identificação com o outro depois que a
personalidade já está formada. Na fase adulta, continuamos buscando essa
identificação, mas em situações diversas, como afinidades profissionais ou
maternidade. Para os idosos, o contato com amigos ajuda no enfrentamento das
mudanças desta fase em companhia, podendo compartilhar suas experiências. “O
cultivo e incentivo das relações sociais são muito importantes para esta faixa etária”,
finaliza.