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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A folia das crianças merece cuidados!



Blocos de rua, clubes e até mesmo bailinhos na escola ou dentro de casa 
merecem atenção quando se trata dos pequenos

 




                O Carnaval é um período de intensas festas, com direito a confete e serpentina, fantasia, brilhos, assessórios e muita maquiagem. Porém, para as crianças são necessários cuidados básicos para evitar que o baile animado, a folia e o oba-oba deixem de ser legal e se transformem em momentos de terror. No texto de hoje vou dar dicas sobre como aproveitar da melhor maneira possível o feriadão prolongado com as crianças em casa ou nos passeios. Cuidados básicos para todas as idades - não importa se é criança ou adulto, para que a folia seja a melhor possível, é importante seguir as dicas abaixo:


Febre Amarela:


                Não esqueçam de que muitas cidades estão com avisos de possíveis surtos de febre amarela silvestre. Então se você e suas crianças não tomaram a vacina e ou a dose foi aplicada há menos de dez dias, evite locais de risco e viagens para regiões onde se tem casos confirmados de pessoas infectadas com o vírus. Vale dizer que crianças menores de 9 meses, com doenças crônicas, imunossupressoras, com uso de corticoides e com alergia ao ovo ou componentes da vacina não podem tomar nenhuma dose. Sempre fale com o pediatra antes de qualquer decisão que provoque dúvida ou receio, pois ele saberá orientar sobre o que é melhor para a criança seguindo seu histórico de vida e condições de saúde.


Uso de repelentes:



 O uso correto do repelente só beneficia a saúde das crianças, mas antes de sair comprando o produto da moda ou àquele que a sua amiga, tia ou vizinha usou e achou que funcionou, leve em consideração que cada criança é única e pode apresentar reações alérgicas de algum componente da fórmula. Produtos deste tipo possuem indicação de uso para cada faixa etária, respeite o que diz no rótulo, inclusive sobre as reaplicações e locais apropriados (não pode ao redor dos olhos, boca e nariz, por exemplo).  Marcas importadas devem ter maior atenção pois combatem pragas de seu país de origem, fiquem atentos! 
                No mercado existem inúmeras marcas e produtos que garantem eficiência e segurança entre os princípios ativos comuns indicados. O “IR 3535” é aconselhado pelo pediatra a partir dos 6 meses, já o Icaridina e DEET é recomendado em crianças de 2 a 12 anos. Não existem estudos comprovados sobre o uso de sustâncias naturais, assim como o período de ação proposto por elas, que geralmente é inferior. Falem com o pediatra na dúvida de qual o melhor para uso contínuo.



Hidratação:

Não podemos deixar faltar água para hidratar o corpo. Não vale suco, refrigerante ou outras bebidas. O correto para manter o corpo sempre saudável é tomar água – em temperatura ambiente ou geladinha nos dias mais quentes. Como dica, se você não quer pagar um absurdo de caro fora de casa, carregue sempre algumas garrafinhas na bolsa, na mochila ou mesmo na sacola.

 Dá até para improvisar uma espécie de corrente com fitilho amarrado na boca da garrafa, fazendo que ela fique suspensa no corpo como um colar ou cinto para você sempre dar uma golada assim que possível. Não substitua a água por sucos industrializados e ou mesmo àqueles de polpa de fruta congelados, fique de olho na procedência de onde compra as garrafas e outros líquidos para evitar possíveis alergias, irritação estomacal e, também, vômitos. Ninguém quer parar a brincadeira por sentir mal-estar, né.



Cuidados com crianças menores de um ano de idade:



É lindo ver um bebê fantasiado e mesmo com acessórios, mas vale lembrar que para os menores de um ano de vida o recomendado é não expô-los em locais com grandes multidões e até mesmo sol ou som alto.  Nesta faixa etária as crianças ainda não estão totalmente imunes e, muitas delas, ainda não tomaram todas as vacinas recomendadas.
       
Evite maquiagens, glitter e assessórios com pedraria, plumas, paetês, máscaras e outros que podem causar alergias. Fiquem atentos quanto aos calçados também para que não machuquem ou incomodem as crianças no momento da folia. Coloquem uma pulseirinha ou mesmo etiqueta com identificação da criança, seus pais e telefone de contato para no caso de um possível desencontro ou “perdido” dentro da festa. Não fiquem expostos nos horários de pico sem proteção solar, água e abrigo adequado (fraldário, carrinhos e ou bercinhos para descanso, etc).


De dois a cinco anos de idade:



Não é porque a criança já tem mais de um aninho que pode tudo. Calma. As mesmas recomendações acima são sugeridas para até os cinco anos de idade. O que muda é o volume de assessórios que os pais devem levar na folia. Muitas crianças já não usam mais fraldas e ou podem comer alimentos mais práticos, mas evitem comprar produtos de procedência duvidosa ou sem refrigeração adequado (gelinhos, sorvetes e picolés em isopor, por exemplo). Não recomendo o uso de maquiagens de adultos e mesmo àquelas fofas com glitter para evitar problemas de saúde e irritações na pele, da mesma maneira em que as crianças podem ingeri-las levando a mão com os produtos na boca. É sempre bom lavar as mãos todas as vezes que forem necessárias para evitar, inclusive, contaminações e viroses.



Acima dos seis anos de idade:


A partir dos seis anos de idade as crianças já se acham donas de si e muitas delas insistem no uso de fantasias mais elaboradas com brilho, purpurina e paetês. E é natural cedermos aos caprichos delas, afinal de contas, quem não sente orgulho de ter em casa um lindo super herói ou uma princesas charmosa?!. Para manter a folia garantida vale o bom senso dos pais (sejam eles de primeira ou mais viagem). Garantir a segurança física e emocional da criança é o mais importante para que ela tenha no futuro as melhores recordações de um dia de festa no bloquinho de rua, na festa da escola ou mesmo no baile em casa.



Produtos especiais para festejar o Carnaval:


 
                No mercado comercial existem produtos adequados para o uso em crianças como pinturas para os cabelos, maquiagens e espuminhas de sabão que garantem a melhor bagunça. Lembre-se de evitar usá-los próximos de fogo, correntes de energia (fios), ao redor dos olhos, nariz e boca.  O mesmo vale para as buzinas que são muito usadas nesta época do ano e podem provocar surdez e morte se usadas de maneira errada. Confetes de papel e serpentinas também merecem atenção, especialmente por serem jogados aleatoriamente podem atingir áreas sensíveis do corpo da criança ou mesmo provocar a ingestão involuntária promovendo dor e sofrimento imediato.


Recomendações finais:

                O Carnaval é uma festa para muitas pessoas e para outras um momento de retiro ou de descanso em família. Seja qual for o seu motivo, e como você aproveitará este feriado prolongado, lembre-se sempre de manter a segurança e necessidades especiais que as crianças demandam. Toda folia é válida quando respeitamos o limite de cada um. Boas festas!






Dra. Priscila Zanotti Stagliorio - médica pediatra há mais de dez anos, atua na zona norte de São Paulo, em consultório particular, no Pronto Socorro do Hospital São Camilo – unidade Santana, e na rede Dr. Consulta – unidades Tucuruvi e Santana. Em seu currículo possui diversas participações em congressos, cursos de especialização e atuações em prontos socorros, clinicas e ambulatórios médicos da grande São Paulo – Capital. Oferece curso personalizado para gestantes e mamães com recém-nascidos, com o objetivo de ajudá-las na mais importante missão de suas vidas: ser mãe. Para solicitar informações sobre os cursos escreva para: priscilazs@yahoo.com.br / dicasdepediatraemae@gmail.com / contato@jcgcomunicacao.com - coloque no assunto a informação que deseja saber e ou solicitar. O consultório está localizado na Av. Leôncio de Magalhães, 395, Santana- SP / 11- 2977-8697.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

AIDS e Sífilis: não tenha medo de fazer o teste




Muitos jovens aguardam o Carnaval para se divertir sem restrições. Em meio aos blocos acabam conhecendo uma pessoa e trocam beijos, o clima esquenta e vão a um motel. Procura no bolso, na bolsa, na carteira e conclui que está sem camisinha. Pode parecer besteira, mas uma noite sem preservativo pode levar a uma infecção que compromete 827 mil brasileiros. Estamos falando do HIV. Se não tratada, pode levar a uma doença grave e que pode ser letal: a AIDS.

Esta síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que ocorre por uma deficiência no sistema imune causada pelo vírus HIV que penetra nos linfócitos e não permite que as células de defesa protejam o corpo de infecções. A principal via de contaminação é por sexo sem proteção (camisinha masculina ou feminina), mas pode ocorrer por transmissão de mãe para o bebê ou transfusão sanguínea.

Dados divulgados em 2016 pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectadas. Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil seguem sem tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas. São dados assustadores, considerando o esforço do Ministério da Saúde em disponibilizar medicação apropriada para todos os infectados.

As indicações formais para fazer o exame de sangue já abrangem muitas pessoas, principalmente no quesito do comportamento sexual de risco, que não é incomum (indivíduos com vários parceiros sexuais ou que não usam preservativo). Outra indicação é a presença de sintomas sugestivos de HIV, que são inespecíficos e incluem: emagrecimento, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre, entre outros. Por conta disso, todo indivíduo que desejar se testar deve fazer o exame, e isso faz parte da busca pela saúde e segurança sexual.

Na realidade, a proposta de proteção contra o HIV com o uso do preservativo não se atém apenas a esta infecção. Outras doenças transmitidas pelo sexo podem ser evitadas com a mesma forma de proteção. Uma delas é a Sífilis. Sabemos que ela vem crescendo, inclusive se tornando uma epidemia em algumas regiões do Brasil. Novamente segundo o Ministério da Saúde, em pré-natais, por exemplo, foram detectados 37 mil casos em gestantes em 2016, pacientes que só descobriram a doença porque fizeram o exame por causa da gravidez.

O problema da Sífilis é a capacidade da infecção e os sintomas, que inicialmente são poucos, como uma lesão na genitália, e desaparecerem depois de algumas semanas, permanecendo latente a infecção. Por isso, fazer a triagem para essa doença é a melhor forma de ter o diagnóstico mais precoce possível, pois em estágios mais tardios ela tem o potencial de deixar graves sequelas.

Portanto, se você ainda não fez testes para infecções transmitidas pelo sexo, como o HIV e a Sífilis, ou já fez há algum tempo e deseja cuidar da sua saúde de forma mais ativa, faça os exames! É importante saber o quanto antes, pois um diagnóstico precoce pode mudar a história natural dessas doenças.





Dr. Octavio Fernandes - patologista clínico e vice-presidente de operações do Labi Exames.


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