Muitos jovens aguardam o Carnaval
para se divertir sem restrições. Em meio aos blocos acabam conhecendo uma
pessoa e trocam beijos, o clima esquenta e vão a um motel. Procura no bolso, na
bolsa, na carteira e conclui que está sem camisinha. Pode parecer besteira, mas
uma noite sem preservativo pode levar a uma infecção que compromete 827 mil
brasileiros. Estamos falando do HIV. Se não tratada, pode levar a uma doença
grave e que pode ser letal: a AIDS.
Esta síndrome é um
conjunto de sinais e sintomas que ocorre por uma deficiência no sistema imune
causada pelo vírus HIV que penetra nos linfócitos e não permite que as células
de defesa protejam o corpo de infecções. A principal via de contaminação é por
sexo sem proteção (camisinha masculina ou feminina), mas pode ocorrer por transmissão
de mãe para o bebê ou transfusão sanguínea.
Dados divulgados em 2016
pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV no
Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectadas. Do total de
pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil seguem sem tratamento,
apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas. São dados
assustadores, considerando o esforço do Ministério da Saúde em disponibilizar
medicação apropriada para todos os infectados.
As indicações formais para
fazer o exame de sangue já abrangem muitas pessoas, principalmente no quesito
do comportamento sexual de risco, que não é incomum (indivíduos com vários
parceiros sexuais ou que não usam preservativo). Outra indicação é a presença
de sintomas sugestivos de HIV, que são inespecíficos e incluem: emagrecimento,
náuseas, vômitos, dor abdominal, febre, entre outros. Por conta disso, todo
indivíduo que desejar se testar deve fazer o exame, e isso faz parte da busca
pela saúde e segurança sexual.
Na realidade, a proposta
de proteção contra o HIV com o uso do preservativo não se atém apenas a esta
infecção. Outras doenças transmitidas pelo sexo podem ser evitadas com a mesma
forma de proteção. Uma delas é a Sífilis. Sabemos que ela vem crescendo,
inclusive se tornando uma epidemia em algumas regiões do Brasil. Novamente
segundo o Ministério da Saúde, em pré-natais, por exemplo, foram detectados 37
mil casos em gestantes em 2016, pacientes que só descobriram a doença porque
fizeram o exame por causa da gravidez.
O problema da Sífilis é a
capacidade da infecção e os sintomas, que inicialmente são poucos, como uma
lesão na genitália, e desaparecerem depois de algumas semanas, permanecendo
latente a infecção. Por isso, fazer a triagem para essa doença é a melhor forma
de ter o diagnóstico mais precoce possível, pois em estágios mais tardios ela
tem o potencial de deixar graves sequelas.
Portanto, se você ainda
não fez testes para infecções transmitidas pelo sexo, como o HIV e a Sífilis,
ou já fez há algum tempo e deseja cuidar da sua saúde de forma mais ativa, faça
os exames! É importante saber o quanto antes, pois um diagnóstico precoce pode
mudar a história natural dessas doenças.
Dr. Octavio Fernandes -
patologista clínico e vice-presidente de operações do Labi Exames.
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