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domingo, 2 de julho de 2017

Etanol ainda mais sustentável



Participei ao lado do governador Geraldo Alckmin da assinatura do novo Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, durante a edição 2017 do Ethanol Summit, um dos mais importantes eventos do setor canavieiro. Esse documento visa superar os desafios advindos da mecanização da colheita e determina boas práticas ambientais para continuarmos a produzir com responsabilidade. 

Firmamos um protocolo que incorpora o conceito de que a agricultura é uma das maiores amigas da natureza. Trata-se de uma importante ferramenta para o cumprimento das metas firmadas em 2015 no Acordo do Clima de Paris, em vigor desde novembro de 2016.

O setor sucroenergético contribui para as duas linhas mestras do Acordo que são: o uso responsável do solo e uma maior inserção de biocombustíveis na matriz energética, tornando-a mais limpa. É um setor dos novos tempos, onde no mundo da energia, a palavra-chave na atualidade é “descarbonização”.

É um acordo feito entre o setor sucroenergético – representado pela Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana) e pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) - e o poder público - secretarias de Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).  

Com o documento, o setor decidiu antecipar metas e prazos. Em contrapartida, o Governo do Estado de São Paulo deu uma atenção particularmente na desburocratização com relação a licenças ambientais. Não mudou nenhum critério, não abrandou nenhuma exigência, mas agilizou essas licenças. 

Passados 10 anos, o resultado é altamente positivo. A área colhida sem a queima chegou a 97,5%. A redução de gás carbônico e equivalentes foi de 9,27 milhões de toneladas e a emissão de poluentes atmosféricos foi reduzida em 56 milhões de toneladas. Isso equivale às emissões de 162 mil ônibus a diesel circulando por um ano.     

A redução do consumo de água no processo industrial atingiu 40%, saindo de 1,52 metro cúbico na safra 2010/2011 para 0,91 metro cúbico na safra 2016/2017. 200 mil hectares de matas ciliares foram protegidos, 8.230 nascentes recuperadas e foram feitos programas de recuperação ambiental em pelo menos 60% das usinas e fornecedores de cana.

Este Protocolo até serviu de modelo para um acordo similar no setor de florestas plantadas e reflorestamento. Nós queremos expandir essa experiência também para outros segmentos, como, por exemplo, a citricultura. 

Tivemos resultados que foram decisivos para que o Estado de São Paulo pelo quinto ano consecutivo registrasse um aumento da cobertura vegetal nativa. Além disso, tivemos um resultado em termos globais ao evitar emissões de gás carbônico e uma mudança no padrão econômico e tecnológico, que foi o fato de que para uma lavoura que era queimada para ser melhor colhida, hoje nós temos 98% desta lavoura mecanizada. 

Isso significou um investimento muito grande. O número de máquinas saltou de 700 para 3.700 em 10 anos. Cada uma custou em torno de R$ 1 milhão. 3.000 máquinas a mais, multiplicadas por R$ 1 milhão, resulta em um investimento de R$ 3 bilhões. Ou seja, houve todo um desdobramento do ponto de vista de equipamentos, além de mudar o padrão e o perfil do nosso trabalhador do setor sucroenergético. 

Com o novo Protocolo que o governador Geraldo Alckmin nos autorizou a elaborar, estendemos o prazo em 10 anos, mas não foi apenas uma questão de data: novas exigências foram colocadas. O próprio fato de metas terem sido cumpridas implicou em novos desafios – e estamos prontos para superá-los em nome de uma produção alinhada com o respeito ao meio ambiente. 

Temos certeza de que, junto a nossos parceiros da Unica e da Orplana, conseguiremos implantar com sucesso as metas traçadas pelo novo documento. Um compromisso assinado em um dos mais importantes eventos mundiais sobre etanol. Com organização da Unica, o Ethanol Summit reúne a cada dois anos os maiores especialistas no assunto.

É momento de celebrar o etanol e sua responsabilidade ambiental, sempre levando em conta seu valor agregado, sua grande capacidade de melhoria social e enorme oportunidade de geração de renda. É o nosso combustível. O nosso orgulho. 





Arnaldo Jardim - deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
Site oficial: www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim



QUEM É O GREVISTA DE GREVE GERAL?



       Inicialmente cabe perguntar: como pode ser "geral" uma greve sem apoio da população? Pelas siglas das bandeiras que agitam, os habituais construtores da confusão e suas massas de manobra acham muito bom o ambiente político promovido na Venezuela e os resultados colhidos em Cuba. Creem, então, ser de boa política demonstrar força parando o país na marra. O sucesso deles depende do fracasso de todos os demais.
        São pequenos grupos, porém, articulados nacionalmente. Param o transporte coletivo na base da pedrada e do "miguelito", mas não são, eles mesmos, motoristas de ônibus porque isso é muito trabalhoso. Bloqueiam rodovias e avenidas, incendiando pneus, mas não são, eles mesmos, transeuntes desses caminhos. Impedem os demais de trabalhar, mas são raros, raríssimos em tais grupos, os ativistas que ganham seu sustento com o suor do próprio rosto. Menor ainda é o número daqueles cuja atividade, por sua natureza, agrega algum valor à economia nacional. Querem é distância do mérito, da concorrência, do livre mercado. São nutridos por alguma teta política, pública, sindical ou familiar. São, estes últimos, filhinhos do papai entregues à sanha dos encolhedores de cabeças do sistema de ensino. É a geração nem-nem, mas com direito a mesada.
        O que estou descrevendo aqui por intuição, os italianos diriam ser algo que "si sente col naso" (se percebe com o nariz). E bem mereceria ser objeto de uma pesquisa acadêmica. Conviria à sociedade conhecer o perfil dessas pessoas que volta e meia se congregam para infernizar a vida dos outros. No entanto, também com o nariz, posso intuir que a academia brasileira não teria o menor interesse em executar essa tarefa porque ela iria desmoralizar, politicamente, as seivas de que essa militância se nutre. E as grandes empresas de comunicação? Bem, pelo que tenho visto ao longo deste dia 30 de junho, tampouco elas, diante das depredações e da queimação de pneus, pronunciaram uma sílaba sequer que fosse além da mais cirúrgica narrativa dos fatos em curso. Tão lépidos em comentar tudo, entendam ou não dos assuntos, demonstram-se, hoje, absolutamente indispostos a qualquer análise do que está acontecendo. No entanto, há uma riqueza de conteúdo, tanto no que não aconteceu quanto no que aconteceu. Tudo por ser investigado.
        Creio que só uma colaboração premiada poderia desvendar as entranhas dessas articulações político-ideológicas tão nocivas ao bem comum...




Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.




Bullyng: como pais e professores devem lidar?




Especialista fala sobre a prática do bullyng e dá dicas de como o problema deve ser encarado

O Bullying é um tema que está em recorrente discussão, principalmente no âmbito escolar, onde cada dia mais casos são relatados por parte dos adolescentes e crianças. Porém, tal atitude não fica apenas na escola, e acaba afetando outras instâncias da vida das pessoas que sofrem com essa “violência”.

Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, é importante consolidar seus conceitos e lutar para o combate de sua progressão no meio escolar. “O papel que a escola precisa desempenhar em relação ao bullying com as crianças, é o de amenizar qualquer distância que menospreza ou impossibilita o outro de mostrar o seu potencial”, explica a especialista. Segundo a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (APRAPIA), o bullying está relacionado a todas as formas de atitudes agressivas, realizadas de forma voluntária e repetitiva sem motivação evidente, cometidas por um ou mais estudantes contra outro, causando dor e angústia e realizada dentro de uma relação desigual de poder.

No Brasil, 20% dos estudantes alegam já ter praticado algum tipo de bullying, tals dados foram levantados pelo IBGE, que entrevistou mais de 100 mil alunos de escolas públicas e particulares de todo o Brasil. Na mesma pesquisa, 51,2% dos estudantes não souberam especificar um motivo para ter cometido tal agressão. A maioria dos casos está relacionada à aparência do corpo, seguida da aparência do rosto, raça/cor, orientação sexual, religião e região de origem. Geralmente, tais atos acontecem sem o conhecimento dos pais e professores, com consequências graves como o medo e insegurança, que atrapalham não só os estudos, como a vida pessoal daquela criança ou adolescente.

De acordo com Ana Regina, a escola precisa trabalhar e se desenvolver para que a tomada de consciência aconteça de modo geral, desde a equipe pedagógica, o administrativo até os discentes. “Devemos estar atentos para detectar o processo e trabalhar em prol dos alunos vitimizados pelo Bullying. Essa mobilização talvez seja uma alternativa para diminuir tal sofrimento. Cabe também ao núcleo escolar proporcionar aos alunos a participação em feiras culturais, exposições, diálogo com outros colegas e assim por diante, deixando-os mais à vontade no meio”, detalha.

Segundo a especialista, essas crianças e adolescentes chegam aos consultórios com bastante dificuldade e sofrimento, e, infelizmente, a maior parte delas não terá atendimento adequado, e, em alguns casos, nem o reconhecimento da situação. Por isso, para a melhor forma de combater o bullying é investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Orientar os pais para que possam ajudar, pois os mesmos devem estar sempre alertas para o problema, seja o filho vítima ou agressor, ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.

“Quem é vítima de tal ato, acaba desestimulada a frequentar as aulas por medo de ser humilhada. O Bullying é um problema sério que precisa ser extinto, com o apoio do colégio, pais e próprios alunos. É o tipo mais frequente e visível da violência juvenil. Administrar o problema nas escolas é fundamental por ser um local de socialização das crianças e o segundo ambiente de convívio depois do familiar”, completa a especialista. 





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