A nutrição nos primeiros estágios de vida
representa uma oportunidade única de causar um impacto positivo no futuro da
saúde de cada bebê. A nutrição é a base para o desenvolvimento saudável,
crescimento, aprendizagem e desempenho durante os primeiros anos de vida.
Por isso, além de nos focarmos no bebê após o
nascimento, o atual entendimento da nutrição nos primeiros estágios de vida
também abrange o período pré-natal. Assim, para nos beneficiarmos plenamente da
nutrição sob medida durante os "primeiros 1000 dias", devemos começar
desde o início da gravidez.
Nutrição durante a Gravidez – Comer por dois?
A resposta a esta velha questão é tanto
"não" quanto "sim". Por um lado, as mulheres grávidas devem
evitar a ingestão excessiva de calorias, que resultam em ganho de peso, para
prevenir complicações e melhorar as condições da gravidez. Por outro lado, elas
devem certificar-se de que estão atendendo ao aumento da demanda por nutrientes
essenciais, principalmente aquelas mulheres que já estão comprometidas
nutricionalmente.
Há um consenso global entre a comunidade
médica de que a ingestão em níveis suficientes de ácido docosahexaenóico (DHA),
originado do ômega 3, é de extrema importância durante a gravidez. As
sociedades de pediatria e nutrição, em todo o mundo, estão gradualmente
introduzindo os níveis de ingestão adequados. Esse é o primeiro passo para a
nutrição eficaz e saudável de um bebê.
Leite materno – O “superalimento” universal para os
bebês
O leite materno é o alimento ideal para os
bebês. É por isso que a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento
materno exclusivo nos primeiros 6 meses e, após esse prazo, amamentação pelo
máximo de tempo possível. O leite materno atende às necessidades dos bebês,
fornecendo nutrientes adequados às diferentes fase de desenvolvimento. Uma mãe
que amamenta gera cerca de 800 ml de leite/dia, em média. Isto leva a um
aumento das necessidades de energia, e de macro e micronutrientes.
Um aumento das necessidades de energia e
proteínas é mais fácil de ser suprido com a ingestão diária de alimentos,
enquanto os nutrientes essenciais, tais como vitamina D, ácido fólico, ferro,
zinco, iodo, cálcio e ácido graxo, e ômega-3 DHA podem exigir um esforço
adicional. Formuladores que customizam suplementos para as mulheres que
amamentam têm uma responsabilidade importante de atender às necessidades vitais
da mãe e da criança. Esta responsabilidade é estendida ao escolher os
fornecedores de ingredientes, dando preferência àqueles que garantem uma
qualidade consistente.
Fórmulas Infantis – A melhor escolha caso não seja
possível amamentar
As fórmulas infantis são a escolha certa
quando a mãe não pode ou opta por não amamentar o seu bebê. Estas fórmulas
possuem uma composição semelhante a do leite materno, podendo ser utilizada
para a alimentação exclusiva ou em combinação com leite materno. Para refletir
as variações no leite humano durante o período de lactação, existem dois tipos:
fórmulas iniciais (desde o nascimento até 6 meses) e fórmulas de transição (a
partir de 6 - 12 meses de idade). As principais diferenças entre as fórmulas
iniciais e de transição estão relacionadas ao tipo e quantidades de proteínas e
carboidratos.
Um fator importante sobre a nutrição infantil
é a segurança. É fundamental evitar a contaminação da fórmula durante o
processamento e manuseio. Avanços em embalagens e aplicação, como os formatos
prontos para consumo e porções individuais, são passos importantes para tornar
os produtos mais seguros. Por isso, deve-se garantir que os fornecedores de
ingredientes para as fórmulas sejam os mais recomendados e com níveis de qualidade
excelentes. Essa escolha tem um impacto muito grande quando falamos de uma
nutrição segura e eficaz.
Leite
de crescimento (Growing-up milk)
– Elaborado para preencher a lacuna nutricional
Em uma fase mais avançada da primeira
infância, o leite de crescimento é uma importante fonte de nutrientes para as
crianças pequenas. Novamente, há dois tipos de produtos: leite para crianças
entre 12 e 36 meses e o leite pré-escolar (para crianças de 3 anos ou mais).
Nos países desenvolvidos, a necessidade do
leite de crescimento é algumas vezes debatida. Crianças menores que 1 ano de
idade seriam capazes de consumir alimentos normais e várias recomendações
nutricionais são estabelecidas para
planos alimentares específicos por idade. No entanto, é difícil cobrir
as necessidades nutricionais das crianças através de uma dieta equilibrada,
composta exclusivamente de alimentos naturais e não fortificados, o que reflete
os desafios ao introduzir os alimentos da família.
O leite de vaca, por outro lado, não é a
melhor opção para compensar a deficiência de micronutrientes, pois possui
níveis muito elevados de proteína. O alto consumo de proteínas durante a
infância deve ser evitado, uma vez que pode levar a um risco aumentado de
sobrepeso e obesidade na infância e na vida adulta.
Recentemente, um painel de especialistas
concluiu que o leite de crescimento é uma fonte importante de nutrientes, não
só para as crianças em risco de desnutrição protéico-energética. Ele também
compensa deficiências nutricionais que podem ocorrer na fase de transição da
nutrição infantil para a nutrição familiar ou como consequência do estilo de
vida agitado ou escolhas alimentares inadequadas na família.
Quais nutrientes demandam atenção especial durante a
Nutrição nos Primeiros Estágios de Vida?
DHA – Food for thought (alimento
para o raciocínio)
O ácido docosahexaenóico (DHA), originado do
ômega 3, é um componente integral da membrana celular e, como tal, está
envolvido na funcionalidade de células normais, especialmente na retina e no
cérebro. Há provas convincentes de estudos em humanos de que o DHA aumenta
significativamente o desenvolvimento da acuidade visual.
A primeira infância é a fase fundamental do
desenvolvimento do cérebro: um salto de crescimento especial ocorre a partir do
último trimestre da gravidez até os 2 anos de idade. Com a idade de 5 anos, a
massa cerebral terá aumentado cerca de 3,5 vezes em relação ao nascimento e em
torno de 90% da arquitetura cerebral já está estabelecida. Sendo baixa a
formação natural de DHA, o fornecimento nutricional adequado é essencial para
assegurar condições ótimas para o desenvolvimento estrutural do cérebro,
crescimento dos neurônios e diferenciação.
Além desses benefícios comprovados no
desenvolvimento estrutural do cérebro, o DHA parece ter um impacto direto sobre
as funções cognitivas. Estudos recentes trazem evidências de que a
suplementação com DHA em crianças melhora significativamente o desempenho cognitivo
na aprendizagem, memória e velocidade de processamento da informação em
crianças. Estes são fatores importantes em uma ampla gama de competências como
raciocínio e resolução de problemas.
Considerando que a ingestão de DHA de um bebê
ou de uma criança é geralmente baixa, a suplementação adequada de DHA (através
do leite de crescimento) pode contribuir significativamente no alcance das
metas de desenvolvimento da criança. Escolher um fornecedor com expertise na
produção de um DHA com baixo sabor residual, ajuda a garantir formulações mais
saborosas.
Vitamina D – Argumentos fortes para ossos fortes
Artigos publicados nos últimos anos discutem
as implicações da insuficiência de vitamina D em uma infinidade de plataformas
de saúde. A vitamina D nos primeiros estágios de vida é mais relevante para a
prevenção de raquitismo e para garantir funções imunes normais e, portanto,
apoiar o crescimento e desenvolvimento normal.
Apesar da consciência generalizada, a
situação do suprimento real em mulheres grávidas, bebês e crianças é alarmante
e já foi identificado que a alta prevalência de insuficiência de vitamina D em
mulheres grávidas e crianças está em todas as partes do mundo. Assim, a
prevalência de raquitismo está aumentando. Um grupo mundial de especialistas
publicou recentemente as Recomendações Consensuais sobre a Prevenção e Gestão
do Raquitismo. Os especialistas defendem a suplementação de vitamina D para
todas as mulheres grávidas (600 U.I/dia) e bebês (400 U.I/dia), independente do
modo de alimentação.
Para onde vamos?
Muitos estudos lançam luz sobre conexões
potenciais entre a saúde de adultos e o estado nutricional durante os primeiros
1000 dias de vida. Por exemplo, sabemos hoje que a saúde e o estado nutricional
das mães durante o período pré-natal, e mesmo na fase pré-concepção, está
ligado ao risco de obesidade e desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Alimentar a mãe e o bebê é - e continuará
sendo - o principal tema da Nutrição nos Primieros Estágios de Vida. Novas
perspectivas animadoras na área da epigenética e programação metabólica irão
abrir novas oportunidades para as estratégias nutricionais dos formuladores.
Com as evidências científicas já estabelecidas,
fica claro que o apoio nutricional, para a mãe e para o bebê, é fundamental
para a saúde e o bem-estar ao longo da vida das crianças.
Marianne
Heer - gerente de Marketing Científico de Nutrição Humana, BASF