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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Recordes de calor e nosso corpo, como enfrente essa situação?





Especialista em medicina preventiva e longevidade, fala sobre os riscos, cuidados e nos da dicas para enfrentar de uma forma mais leve as altas temperaturas

Verão intenso, com recordes de temperatura, dificuldade para dormir, para trabalhar, para se alimentar, para quase tudo, mas quais serão as reais consequências disso no nosso organismo?
Temperaturas elevadas podem aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares, além de poder causar infarto e derrame, a exposição ao calor extremo é capaz de alterar a pressão arterial, a espessura do sangue, as taxas de colesterol e a frequência cardíaca.
Segundo Dr. Fábio Cardoso especialista em medicina preventiva e longevidade, devemos nos manter atentos aos sinais que nosso corpo nos dá de que algo não vai bem, para poder tomar os cuidados necessários.
Ele nos alerta sobre os riscos deste calorão:
1- Insolação:
O termo insolação caracteriza o conjunto de sintomas que afeta os indivíduos que ficam expostos excessivamente à luz solar, resultando em um aumento de temperatura do organismo acima dos limites fisiológicos.
Esta condição não é muito frequente, mas pode ser letal. Diferentes problemas de saúde podem estar associados ao calor quando ocorre uma ruptura no equilíbrio da temperatura corporal. Habitualmente, o organismo é resfriado por meio da transpiração; contudo, em algumas situações, apenas a transpiração não é suficiente. Nessas situações, a temperatura corporal de um indivíduo pode elevar-se com rapidez, podendo danificar o cérebro e outros órgãos vitais.
Sinais e Sintomas:
Congestionamento (pele vermelha); Aumento da temperatura corporal; Pele seca;
Contração pupilar (fica pequena)
Dores de cabeça
Náuseas ou vômitos;
Ventilação rápida  e profunda;
Agitação, confusão mental, podendo evoluir para a perda da consciência.
Pulso cardíaco forte e irregular;
2- Intermação (Golpe de calor):
Semelhante à insolação, mas esta é mais grave e pode levar à morte. A intermação é causada pelo aumento da temperatura corporal e pela má resfriação do corpo, por incapacidade de se resfriar adequadamente.
Estar desidratado, ou em ambiente muito úmido, com roupas que não deixam respirar são condições que aumentam muito o risco.
Os sintomas e sinais clínicos:
Palidez;
"Moleza" corporal;
Suores frios e viscosos;
Dilatação pupilar ( menina dos olhos fica grande);
Dores de cabeça,
cansaço,
tonturas e náuseas;
respiração rápida e superficial;
Pode surgir perda da consciência (desmaio),
cãibras (devido à desidratação).
O médico nos alerta ainda sobre o choque térmico. Segundo ele “mudanças bruscas de temperatura, como sair da sauna e tomar uma ducha fria, ou sair do ar condicionado à 18'C para a rua neste verão com 39'C exigem um esforço de adaptação muito grande do organismo. No calor em excesso, os vasos se dilatam e a pressão cai. Já com o frio, acontece o contrário: há uma vasoconstrição, que dispara a pressão arterial. Em ambos os casos, o coração acaba sobrecarregado. Agora imagina tudo quase ao mesmo tempo agora? Esta mistura pode ser extremamente perigosa para quem já tem alguma doença crônica ou sofre de problemas circulatórios.
Nesses casos, podem levar a arritmias cardíacas, alterações metabólicas e pulmonares e em todo o sistema cardiovascular que quando comprometido, amplia o risco de infarto e derrame cerebral, podendo até provocar uma parada cardíaca.
 Estes são casos raros, mas bem comuns são as infecções respiratórias, que são facilitadas nessas condições, com alterações desde o nariz ( alteração no sistema de limpeza ciliar) até o pulmão.
Não só na praia ou na piscina, mas todo dia em todas as situações a  recomendação é de manter-se sempre bem hidratado, tomando muito líquido, e não dar um mergulho na água gelada se estiver com a pele muito quente. O ideal é refrescar-se aos poucos, molhando o corpo por partes.”

Recomendações para sobreviver a este calor 
1-Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem açúcar, mesmo sem ter sede. 
2-As pessoas que sofrem de doença crónica, ou que façam dieta com pouco sal, ou com restrição de líquidos, devem aconselhar-se com o médico. 
3-Evitar bebidas alcoólicas, gaseificadas, com cafeína, ou ricas em açúcar, porque podem provocar desidratação. 
4-Ter atenção especial a recém-nascidos e crianças, idosos e doentes, porque são mais vulneráveis ao calor e podem não sentir ou não manifestar sede. Neste grupos deve-se promover/incentivar a ingestão de água, mesmo sem sede. 
5-Fazer refeições leves e mais frequentes, evitando refeições pesadas e muito condimentadas. 
6-Permanecer em ambiente fresco, ou com ar condicionado, para evitar as consequências nefastas do calor, particularmente no caso de crianças, idosos ou pessoas com doenças crónicas. Se não dispuserem de ambientes frescos ou climatizados, as pessoas mais vulneráveis devem visitar centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais que disponham de ar condicionado. Deve-se  evitar as mudanças bruscas de temperatura. 
7-Tomar ducha de água fria ou tépida no período de maior calor, evitando contudo as mudanças bruscas de temperatura − um ducha muito frio após exposição prolongada a calor intenso pode causar hipotermia, sobretudo em idosos e crianças. 
8-Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 16 horas. 
9-Usar óculos e chapéu, de preferência de abas largas, sempre que se passear ao ar livre, principalmente crianças e pessoas de pele clara. 
10- Evitar a permanência em veículos expostos ao sol, principalmente nos períodos de maior calor. Se o transporte não tiver ar condicionado, não se deve fechar completamente as janelas. Nas viagens deve-se prever o suprimento adequado de água ou bebidas sem açúcar. Preferir as viagens antes ou após horários 
11-Nunca deixar crianças, doentes ou idosos dentro de veículos expostos ao sol. 
12-Diminuir, sempre que possível, os esforços físicos durante os períodos de calor, e repousar em locais protegidos do sol, frescos, arejados. 
13-Usar roupa larga e solta, de preferência em algodão e com cores claras. 
14-Usar menos roupa na cama, sobretudo no caso de bebés e doentes acamados. 
15-Evitar a entrada de calor no interior das habitações, fechando persianas e portas, mas mantendo a circulação de ar. A abertura de janelas e portas durante a noite pode facilitar a diminuição da temperatura no interior das casas. 
16-Pedir ajuda, sem hesitar, a familiares ou vizinhos, no caso de má disposição ou mal estar com o calor.    
17- troque as lâmpadas (quentes) incandescentes por de LED (frias). Essa troca também ajuda a diminuir o calor dentro de ambientes fechados, uma vez que as lâmpadas incandescentes geram muito mais calor que as demais. 
18- desligue todos os aparelhos que não estiver utilizando ( celular, computador, tv, etc.). Todos eles irradiam calor, aumentando o problema. 
19– Use truques para umidificar o ar interno.  Vale tudo para deixar o ar menos “seco”, principalmente na hora de dormir. Utilize recipientes cheios de água fresca em cada ambiente da casa – só tome cuidado caso tenha filhos pequenos, porque mesmo pouca quantidade de água pode ser o bastante para que uma criança se afogue. Outra boa opção é encharcar toalhas de banho e espalhá-las pela casa, no espaldar de cadeiras e nas portas dos armários, por exemplo. 
20-Condicione o ar, na falta de um ar condicionado...Um ventilador ligado com uma garrafa d’água congelada bem em frente é uma maneira simples e eficaz de fazer circular ar frio pelo ambiente. 

Dr. Fábio S. Cardoso CRM-SC 11796 - Formado em medicina em 1996 pela UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB)- SC.  Especialista em Clínica Médica, pelo MEC e Sociedade Brasileira de Medicina, Especialista em Medicina Intensiva Adulto, pelo MEC e Sociedade Brasileira de Medicina Intensiva, Especialista em Medicina Preventiva e Longevidade, Pós-graduado em Medicina do Esporte, Membro da Associação Brasileira de Medicina Anti-Envelhecimento. Membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte; Membro do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM); Membro do Comitê de Esportes de Combate do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) Colégio Americano de Medicina do Esporte; Membro da National Athletics Training Association (NATA). Membro da American Association of Professional Ringside Physicians (AAPRP). Membro da Brazil-American Academy for Integrative & Regenerative Medicine

Enchentes trazem vírus e bactérias transmissoras de doenças. Saiba como se prevenir




Leptospirose e Hepatite A estão entre as doenças mais transmitidas pelos alagamentos

Frequentes durante o verão, as enchentes podem se tornar um problema de saúde pública nas grandes cidades. Isso porque o alagamento trazido pelas chuvas carrega lixo, esgoto e bactérias, que em muitos casos são transmissoras de doenças graves, como a leptospirose, Hepatite A e Febre Tifoide.
Segundo o Dr. Alberto Chebabo, infectologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica, quando não tratadas, essas doenças podem ser fatais. “É preciso ficar atento a qualquer sintoma após o contato com a água de alagamentos. A leptospirose, por exemplo, pode levar de um dia até um mês para se manifestar. Os seus sintomas mais comuns são febre, náuseas, dores de cabeça e nos músculos, principalmente na panturrilha”.
É importante lembrar que assim como a água proveniente da enchente, a lama restante nas ruas e casas pode se tornar um risco para a saúde. Afinal, ela também traz bactérias e dejetos animais, como a urina de rato, transmissora da leptospirose. “Para quem não puder evitar o contato com a lama, entulho ou esgoto restantes do alagamento, a dica é que sejam utilizadas botas e luvas emborrachadas, ou até mesmo sacos de plástico para proteger os membros. Em todo caso, se aparecer qualquer sintoma, procure um hospital o quanto antes”, conclui o infectologista.
Durante o ano algumas pequenas ações podem ajudar a evitar a presença e proliferação de roedores perto das regiões metropolitanas, como o não acúmulo de lixo nas calçadas, a manutenção da higiene da casa e o correto armazenamento de alimentos. Assim, em casos de alagamento os riscos de contaminação podem ser menores.

Confira as dicas para se proteger durante as enchentes: 
  • Evite o contato com a água e a lama decorrente das chuvas;
     
  • Não permita que crianças nadem ou brinquem nesses locais que podem estar contaminados com a urina de roedores;
     
  • Se você estiver de carro, não avance para locais que estão alagados. Estacione o veículo em um local seguro e espere a chuva diminuir e a água abaixar;
     
  • Após as águas baixarem, é importante retirar a lama e higienizar o local. Lave pisos, paredes e bancadas, desinfetando com produtos à base de cloro. Existem vários produtos disponíveis no comércio;
  • Se sua casa for atingida, procure ficar nos locais mais altos e seguros, como móveis ou telhado. Evite sair, pois além do contato com a água suja, corre-se o risco de cair em armadilhas como correntezas e bueiros, que podem levar ao afogamento;
  • Aqueles que inevitavelmente precisam ter contato com a lama, entulho e esgoto, como os profissionais responsáveis pela limpeza, precisam usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com a água.  Se isto não for possível, sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés podem ajudar.

Retorno das férias: aprenda a organizar seu ano!




Acabaram as festas de final de ano e as férias, de muitas pessoas, já se foram!!! Esse retorno é sempre muito atribulado por conta da mudança de rotina. Um dia, você está sentado numa praia ou piscina relaxando e, no outro, se vê dentro de um carro, no meio do trânsito, horários apertados, correria, refeições fora de casa e a falta de movimentação e de tempo diário. Ficar sentado num escritório fechado e sem contato com o mundo lá fora, não é fácil!
Além disso, mais novidades na vida pessoal e profissional surgem com o início do ano. Organizar a vida é um processo, um hábito. Não é uma coisa que você faz hoje e amanhã está tudo certo.
“Organizar é estabelecer prioridades. Sem fazer isso, você não tem parâmetro algum para tocar seus afazeres e seguir o seu ano tranquilamente”, comenta Ligia Antunes, especialista em Programas de Assistência ao Empregado, que deixa 5 dicas de como organizar a sua vida neste ano de 2015:
Reflexão: aproveitar o início de ano e fazer uma reflexão do que passou e do que você almeja, é o ponto de partida para a organização anual. Você deve avaliar tudo o que foi bom, para dar continuidade e, principalmente, avaliar o que não foi bom e eliminar neste ano que se inicia.
Prioridades: assim como eliminar o que não foi bom, você precisa estabelecer quais são suas prioridades mas, lembre-se, seu foco deve ser tangível! Só assim você conseguirá manter a mesma motivação do início ao fim de ano.
Escolhas: faça escolhas inteligentes e nunca pense em cada questão isoladamente. Escolher a escola do seu filho, por exemplo, pode ser mais complicado do que você pensa! A escola ideal é perto da sua casa ou do seu trabalho?
Planejamento: com a reflexão feita e prioridades identificadas, faça seu planejamento. Estipule prazos e entenda quais são as mudanças que você deve realizar para atingir suas metas. Anote todas as questões junto das suas respostas e ações necessárias.
Acompanhamento: não adianta refletir, priorizar, escolher de forma inteligente e planejar, se você não acompanhar periodicamente o seu planejamento. No decorrer do ano, podem acontecer algumas situações que te levem a mudar um pouco o rumo inicial e fazer ajustes necessários.

Ligia Antunes - especialista em programas de assistência ao empregado da CGP Brasil.

Pesquisadores comemoram liberação da Anvisa para uso do canabidiol






Efeitos terapêuticos da substância são objeto de estudo no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino
          
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (14) retirar o canabidiol da lista de substâncias de uso proscrito. Essa nova visão sobre a substância encontrada em plantas do gênero Cannabis, como cânhamo e maconha, é uma tendência mundial, já adotada por países da Europa e Estados Unidos. A decisão abre caminho para a comercialização de medicamentos com a substância no país.

Para Fabrício Pamplona, pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e que há mais de 10 anos desenvolve pesquisas sobre os efeitos terapêuticos dos canabinóides, a autorização da Anvisa pode vir a beneficiar milhares de pacientes de doenças neurológicas, como a epilepsia, que ainda não têm acesso a esse tratamento.

A autorização atual é restrita à epilepsia refratária infantil, mas a tendência é que seja expandida, incluindo outras aplicações terapêuticas em que o canabidiol é útil. "Apesar de conhecido há bastante tempo entre os pesquisadores da área, esta molécula ainda é muito nova para a classe médica, e é normal que haja desconfiança no início, por se tratar de um derivado da Cannabis, ainda que não psicotrópico", conta Pamplona.

O canabidiol é uma substância química encontrada no cânhamo e na maconha e que, diferentemente do canabinóide mais conhecido, o THC, não é considerado psicotrópico, ou seja, não causa dependência. O canabidiol possui mecanismos muito particulares, agindo como um antioxidante bastante potente, aumentando os níveis dos canabinóides endógenos e ativando receptores de serotonina, entre outros.

“Sabemos que o canabidiol age de forma muito própria no organismo humano e claramente reduz a frequência e a intensidade das crises convulsivas. O principal interesse atual é nos indivíduos que são refratários aos outros tratamentos conhecidos, como por exemplo, crianças com síndrome de Dravet. No entanto, a maneira como ele age no cérebro dos pacientes ainda é objeto de estudo”, explica Pamplona, que juntamente com a equipe do dr. Stevens Rehen e apoio clínico do dr. Eduardo Faveret, está em busca desta e outras respostas sobre a substância.

A abordagem utilizada no estudo da equipe envolve a geração em laboratório de neurônios humanos contendo o mesmo material genético dos pacientes analisados, envolvendo uma técnica de reprogramação celular. Com este material em mãos, os pesquisadores analisam o que os neurônios destes pacientes têm de diferente, e o que os leva a responder tão bem ao canabidiol. “Este é um passo inicial importante na busca de tratamentos otimizados e personalizados, que serão o futuro da medicina”, analisa Pamplona.

O que a Anvisa autoriza
A partir da decisão da Anvisa, os médicos ficam autorizados a prescrever o uso do canabidiol, a pacientes de epilepsia ou que sofram de convulsões, e que não tiveram melhoras no quadro clínico após passar por tratamentos convencionais.

Segundo a entidade, os médicos autorizados a prescrever a substância deverão ser previamente cadastrados em uma plataforma online. Já os pacientes serão acompanhados por meio de relatórios frequentes feitos pelos profissionais. Pacientes ou responsáveis legais deverão ser informados sobre os riscos e benefícios do uso do canabidiol e, então, assinar o termo de consentimento.

De acordo com a Anvisa, o órgão recebeu até esta terça-feira 374 pedidos de importação da substância para uso pessoal, por meio do pedido excepcional de importação de medicamentos de controle especial e sem registro no Brasil.

“Por ser um medicamento importado sob requerimento o custo do uso do canabidiol ainda é relativamente muito alto. A partir desta autorização da Anvisa, é possível que alguma empresa farmacêutica se interesse por fabricar este medicamento no Brasil, uma vez que o nosso país reúne todas as características necessárias para o cultivo e produção dos extratos vegetais da Cannabis”, afirma Pamplona.

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