Chegou
a época do ano em que somos bombardeados por inúmeros convites que incentivam o
consumo. São comerciais de televisão e rádio, banners na internet e outdoors
nas ruas, tudo exala a necessidade de adquirir determinado produto. Só que as
pessoas, muitas vezes, se esquecem de fazer as contas para o ano que vem, com
gastos inadiáveis como IPVA, IPTU e matrícula escolar dos filhos.
Devido
à facilidade oferecida, principalmente nessa época do ano, o consumidor, quase
sempre, opta por parcelar as compras no cartão crédito. Embora não haja
cobrança de juros, a divisão em valores menores acarreta uma grande quantidade
de parcelas. Ou seja, a compra dos presentes em dezembro será quitada apenas em
julho, agosto ou até depois. Será que isso vale mesmo a pena?
Sem
contar que, com uma renda extra do 13º salário, todos têm por costume
participar dos famosos amigos secretos, além dos presentes para familiares e
amigos, e acabam gastando mais do que seu poder de compra permite. Organizar as
finanças e controlar o impulso na hora das compras, principalmente as de Natal,
são dois passos essenciais para quem deseja entrar em 2015 livre das dívidas e
sem que o cartão de crédito esteja sobrecarregado. Fazer questionamentos do
tipo "Eu realmente preciso desse produto?", "Isso é
imprescindível neste momento?” e "Quanto tempo posso ficar sem essa
mercadoria?" já é um exercício que ajuda na definição das prioridades.
Além
disso, é importante esboçar o orçamento. O recomendável é que esse planejamento
seja feito desde os primeiros meses, para que assim haja uma “gordura extra”
para esta época de gastos maiores. Ainda são poucos os que possuem algum
investimento de longo prazo, muito por conta da baixa taxa de rendimento e os
baixos salários. Esses fatores são sempre citados como empecilhos por quem não
consegue poupar, mas também há fatores comportamentais. É fundamental enxergar
na poupança um bom investimento, que, dependendo da administração, pode trazer
lucro, sem falar que ter uma reserva é fundamental para quitar eventuais
emergências, não se complicando financeiramente.
Faça
os cálculos, anote detalhadamente todos os gastos e veja quanto a soma de todas
as suas parcelas pode comprometer seu orçamento. Desta forma, será possível
dimensionar as dívidas e evitar que contas inesperadas vençam sem que possa
pagá-las, acarretando juros, multas e outras complicações. Afinal, nunca é bom
ser pego desprevenido!
Dora Ramos - educadora financeira, especialista em contabilidade
e controladoria e diretora da Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial