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Agilidade do
diagnóstico auxilia no controle da doença, prevenindo sequelas e transmissão
A queda das temperaturas durante o inverno e a alta
concentração de poluentes na atmosfera reduzem os mecanismos de defesa do
organismo, deixando-o mais propício ao surgimento de doenças infecciosas. Uma
delas é a tuberculose, uma doença altamente contagiosa e que pode ser
confundida com outras enfermidades que afetam o sistema respiratório e possuem
sintomas semelhantes, como pneumonia, gripe e bronquite.
Diagnosticar a tuberculose precocemente é
fundamental para evitar complicações, sequelas e a continuidade da cadeia de
transmissão, pois estima-se que um indivíduo contaminado infecte, em
média, de 10 a 15 pessoas. No entanto, o diagnóstico clínico da patologia é um
dos últimos a serem considerados devido à sua complexidade e demora.Em busca de
técnicas rápidas e eficientes para combater a tuberculose, por exemplo, a
Mobius Life Science oferece testes com diagnóstico completo para detectar a
tuberculose, que inclusive já é oferecido na rede privada de saúde,
possibilitando ainda mais agilidade no diagnóstico e tratamento.
Os testes moleculares com sonda em linha são
considerados padrão ouro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pois
consistem de uma família de testes baseados em fitas de DNA e, em poucas horas,
revelam um resultado assertivo e seguro a partir de amostras clínicas
respiratórias e amostras de cultura. “O exame mais barato era a baciloscopia
porque é simples, mas tem uma sensibilidade baixa. Tem que ter uma grande
quantidade de bacilo na amostra para aparecer no microscópio. A partir de 2008,
a OMS passou a recomendar os testes moleculares e, em 2016, a fita Hain, cujas
análises cromossômicas apresentam elevada acurácia”, explica Afrânio Kritski,
professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
Problema de saúde pública
A tuberculose é uma das enfermidades mais antigas
do mundo e ainda representa um problema de saúde pública, em nível global. De
acordo com a OMS, até 2019 (ano anterior à pandemia causada pelo SARS-CoV-2),
era a doença infecciosa que mais causava mortes no mundo, atingindo 10 milhões
de casos e 1,5 milhão de óbitos por ano. Os países em desenvolvimento são os
mais vulneráveis, com mais de 95% dos casos reportados. Considerado prioritário
para o controle da doença, o Brasil está entre os 30 países de alta carga para
a tuberculose e para coinfecção tuberculose e HIV. Dados do Boletim Epidemiológico
do Ministério da Saúde revelam que foram notificados 68.271 casos novos de
tuberculose no país em 2021, o que equivale a um coeficiente de incidência de
32 casos por 100 mil habitantes.
A doença infecciosa e transmissível é causada pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis, mais conhecida como bacilo de Koch, e
afeta prioritariamente os pulmões, embora possa atingir outros órgãos e/ou
sistemas. Sua forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos além do pulmão,
ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com HIV, especialmente aquelas
que estão com o sistema imunológico comprometido. A transmissão é aérea,
feita pelo contato com as partículas respiratórias contaminadas provenientes de
indivíduos com a forma pulmonar da tuberculose. As bactérias são expelidas pela
tosse, pelo espirro ou pela fala e inaladas por um indivíduo saudável.
O diagnóstico precoce associado à triagem
sistemática de pacientes com provável tuberculose ativa, e seus contatos e
grupos de risco para adoecimento são os componentes principais da End TB
Strategy (Estratégia para o fim da tuberculose, em tradução livre),
divulgada pela OMS. Apesar da existência de programas governamentais para o
controle da tuberculose no Brasil, nem todos os pacientes com TB ativa têm
acesso ao diagnóstico inicial adequado por meio de teste molecular. Os métodos
fenotípicos para detecção de TB resistente aos fármacos apresentam uma
sensibilidade variável e os resultados podem levar até 12 semanas, acarretando
um tratamento longo e ineficaz, aumento de sequelas e a contínua transmissão da
doença.
Prevenção pode evitar piora do quadro
Segundo Kritski, os principais sintomas da
enfermidade são tosse seca ou produtiva por mais do que duas ou três semanas,
associada a febre ao final da tarde, fadiga e perda de peso. Ocasionalmente,
ocorre sudorese noturna, tosse com produtiva com sangue, dores no peito e, em
casos raros, falta de ar. “O problema é que, em nível global, dos 10 milhões de
casos de tuberculose, cerca de 30% não são diagnosticados por falta de acesso
ao sistema de saúde ou pela não realização de exames nas Unidades de Saúde.
Infelizmente, a tuberculose é muito frequente no Brasil e também pode ser
confundida com outras doenças pulmonares crônicas, como a bronquite, por
exemplo”, lamenta.
Ele acrescenta que qualquer pessoa que esteja com
tosse ou catarro há duas semanas precisa ter o cuidado de usar máscara comum
(cirúrgica) e buscar o auxílio de profissionais de saúde para impedir a piora
do quadro: “Temos que nos antecipar, como na questão da Covid-19. É obrigação
de qualquer profissional da área de saúde investigar, solicitar exames
laboratoriais e/ou radiológicos, e quando necessário, internar a pessoa no
hospital, na Unidade de Emergência ou de Pronto Atendimento, mas sempre
mantê-la em isolamento respiratório para não contaminar o ambiente.
Resistência a medicamentos
Diferentemente do que alega o senso comum, a doença
não afeta somente populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica, mas
pode atingir qualquer pessoa. O tratamento da tuberculose possui duração mínima
de seis meses e consiste em duas fases, denominadas fase de ataque e fase de
manutenção. Na primeira fase, é utilizada a associação de quatro fármacos de
primeira linha (isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol) e, na
segunda fase, são ministradas rifampicina e isoniazida.
Apesar de ser uma doença curável, com proporção de
sucesso superior a 80% na maioria dos países. Entretanto, no Brasil, o
sucesso do tratamento da TB está em torno 70%, pois é elevado abandono do tratamento,
resultante das questões sociais relacionadas ao adoecimento (cerca de 60%
apresentam custos catastróficos, perda maior de 20% de sua renda familiar
anual), é baixa a adesão pelos pacientes devido ao longo período e aos
efeitos colaterais decorrentes da toxicidade dos fármacos usados. Outra questão
é o abandono do acompanhamento médico com a melhora dos sintomas, resultando em
um tratamento irregular que pode gerar complicações posteriormente. Um dos
maiores desafios para o combate da tuberculose são os casos de retratamento, ou
seja, aqueles com reincidência da doença e os reingressos após o abandono da
orientação médica.
Consequentemente, ocorrem óbitos e há o
desenvolvimento da tuberculose resistente aos medicamentos, uma grande ameaça
ao controle da doença. Globalmente, em 2018, a OMS estimou que 3,4% dos 7
milhões de casos novos notificados e 18% dos casos previamente tratados de TB
apresentaram resistência as drogas mais importantes, denominada MDR
(rifampicina e isoniazida), sendo que destes casos, 9,5% apresentavam
tuberculose extensivamente resistente (XDR).
O tratamento da TB-MDR é complexo e crítico, pois
são administrados fármacos mais tóxicos e menos eficazes por um período mínimo
de 12 a 18 meses. Já nos casos de tuberculose extensivamente resistente, este
cenário torna-se ainda mais problemático devido à carência de opções
terapêuticas.
Cobertura aprovada pelo SUS
Em julho de 2021, o Ministério da Saúde aprovou a
incorporação dos testes moleculares de sonda em linha para a detecção da
tuberculose, no rol de exames, salientando a precisão do diagnóstico do bacilo
de Koch e das possíveis resistências aos medicamentos de 1ª e 2ª linha usados
para o tratamento da doença e a viabilidade financeira decorrente da
incorporação da tecnologia. Os resultados destes testes moleculares podem estar
disponíveis para a equipe clínica em 1-2 semanas quando realizados nas amostras
clínicas ou em 3-4 semanas quando realizados em culturas positivas para
micobactéria.
Com a decisão, o diagnóstico molecular
disponibilizado pela rede privada é um aliado para o controle da doença. Este
passo representa um grande avanço, pois o tempo de espera dos testes
convencionais para a detecção da tuberculose podem comprometer o
tratamento.
“Um dos pilares do plano de eliminação da
tuberculose como problema de saúde pública no Brasil e em outras regiões
endêmicas no mundo é o diagnóstico precoce, incluindo o acesso universal ao
teste de resistência às drogas utilizadas no tratamento dessa doença”, declarou
a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) em seu
relatório, ao comentar a decisão.
Mobius Life Science
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