A perda de mobilidade, aumento progressivo de gordura nas pernas, joelhos e/ou braços, dor nessas regiões e dificuldade em eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física são alguns “sintomas”;
Atinge quase que exclusivamente o público feminino, pois
está associado a padrões hormonais; há piora do quadro, por exemplo, depois da
gravidez ou de tomar pílula anticoncepcional
Cerca de 10%
das mulheres em todo o mundo têm a doença e a grande maioria não sabe; a doença
não é conhecida (sem CID); No Brasil este número pode chegar a 5 milhões;
O Lipedema, doença causada
pelo acúmulo de gordura nos braços, joelhos, pernas e quadris, pode acometer
cerca de 5 milhões de mulheres no Brasil. Mas por que a maioria delas não sabe que tem a doença? E
como reconhecer que é uma doença e não uma particularidade daquele corpo
específico ou uma gordura localizada apenas?
Muitas vezes a culpa acomete essa mulher.
Elas têm a sensação de que é falta de esforço ou disciplina alimentar, como diz
o diretor do Instituto Lipedema Brasil e o médico pioneiro no tratamento da
doença no país, dr. Fábio Kamamoto. https://www.instagram.com/tv/CNDhWq6HIoc/?utm_medium=share_sheet
Isto se deve à falta de
informação e conhecimento. Dr. Fábio Kamamoto explica as principais diferenças com a obesidade,
como identificar, por que acomete mais as mulheres, quais os exames indicados
para o diagnóstico precoce, os tipos de tratamento, entre
outras dicas.
Como identificar
Segundo o dr.
Fábio Kamamoto, as principais características do Lipedema, que possui quatro
estágios, são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e
antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o
restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem
o contorno. “A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer
movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação
inflamatória em células de gordura nestas regiões”, comenta.
Gatilhos – É preciso
identificar se a mulher tem algumas das características da doença para gerar
pontos de atenção. Se há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura
com o passar dos anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em
eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar
ajuda médica, pois pode ser Lipedema. Um dos exames que facilitam o diagnóstico
é a ressonância magnética, em que é possível observar o acúmulo de gordura ao
redor dos músculos. O DEXA consegue medir a gordura corporal por segmento.
Tipos de tratamento – Há dois tipos de
tratamento para o Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por
dieta anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas
alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas
regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por
fim, a técnica de taping, aplicada
por um fisioterapeuta para melhorar o desconforto. Estas ações amenizam os sintomas, mas
não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril,
pois não extrai as células doentes. Já o cirúrgico é feito com
lipoaspiração e é definitiva. “Uma vez removida, esta gordura não volta mais,
pois não há multiplicação dessas células. É possível remover por meio de
lipoaspiração até 7% do peso corpóreo. Ou seja, um paciente de 100 quilos
poderia remover até 7 litros de gordura”, ressalta dr. Kamamoto.
A doença, que
deverá ser incluída no próximo
Código Internacional de Doenças (CID 11) apenas em 2022 - ainda
é mal diagnosticada não só no Brasil, mas mundialmente. Ainda segundo o estudo
brasileiro, apesar de grande parte das pacientes apresentarem um peso normal, o Lipedema foi confundido com obesidade
em 75% das pacientes.
Instituto Lipedema Brasil
www.institutolipedemabrasil.com.br