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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO 4.0 E NOVAS SOLUÇÕES PARA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES



As transformações proporcionadas pela tecnologia impactam todos os setores da economia. São evoluções que influenciam e conduzem os mercados a um novo momento. No setor educacional, a situação é semelhante. Escolas vivenciam um cenário de múltiplas oportunidades e ferramentas que possibilitam preparar os alunos para contexto atual e para as necessidades e interesses da indústria 4.0.

A origem do termo “Educação 4.0” está na preparação do aluno para a indústria dessa Era. Mas o conceito é mais abrangente, principalmente por se tratar de  preparar o aluno para o mundo em evolução. Vivemos em um mundo cada vez mais dinâmico, com mudanças muito rápidas. Porém, não fomos preparados para acompanhar essa realidade na mesma velocidade. É preciso, portanto, qualificar os estudantes para este mundo em constante evolução e torná-los cada vez mais habilidosos para lidar com estas situações.

Os desafios da “Educação 4.0” estão na criação de metodologias que potencializem estas novas habilidades e trabalhe com a questão da formação de professores. É fundamental que docentes estejam afinados com a proposta de novas formas de aprendizado. No entanto, é preciso compreender que a tecnologia em si não transforma o ensino. O bom uso dela é que pode fazer a diferença e conectar a escola com os demais âmbitos da vida dos estudantes.

Convém-se apresentar as diversas possibilidades das tecnologias e instigar os alunos a dominarem o pensamento computacional para ajudá-los no desenvolvimento do pensamento criativo e inventivo. É importante o professor permitir a autonomia de aprendizado dos alunos. Na maioria das vezes, os estudantes têm facilidade de dominar as novas tecnologias e o professor, dentro de seu papel, deve ter a função de instigar a curiosidade e provocar novas ideias.

Inserir a tecnologia como ferramenta na rotina educacional permite despertar o lado inventor dentro de cada aluno. Potencializa habilidades para trabalhos em equipe como colaboração e escuta ativa, além de capacidade de raciocínio e comunicação, competências essenciais para a vida pessoal e profissional futura.

Um exemplo de iniciativa pautada pelo conceito “Educação 4.0” é o Micro:bit, um hardware baseado em uma pequena placa programável  criado pela Micro:bit Foundation,  instituição sem fins lucrativos com sede na Inglaterra. O dispositivo motivou uma parceria entre a fundação e a unidade de tecnologias educacionais da Positivo. O resultado foi a criação do Inventura, solução concebida para transformar crianças em inventores ao ensinar programação computacional de maneira fácil, imersiva e estimulante.

O uso do Micro:bit na educação aumentou consideravelmente o interesse de alunos por programação. Pesquisa realizada em 2016 na Inglaterra com alunos do 7º ano trouxe esse indicativo. Mais de um milhão de Micro:bit foram distribuídos aos estudantes. Após um ano de uso, 90% deles disseram que o dispositivo demonstrou que qualquer pessoa pode programar. Além disso, foi constatado também o aumento de 45% do interesse de meninas pela disciplina de Programação.

Em 2019, a experiência foi repetida no Brasil com resultados muito positivos também. A percepção da facilidade de programação ficou igualmente evidente. Antes de conhecerem o Micro:bit e o Inventura (currículo de invenção baseado no Micro:bit), 23% dos alunos acreditavam que era fácil fazer programas de computador. O percentual elevou-se para 43%, após três meses de utilização.

Ambas as soluções, totalmente inseridas no conceito de “Educação 4.0”, realmente ajudam na formação de alunos e os preparam para um cenário de transformações tecnológicas permanentes. Possibilitam aos estudantes serem protagonistas nesse processo evolutivo com estímulo ao pensamento crítico, respeito ao ser humano e à natureza que os cerca.

O Micro:bit e o Inventura são exemplos que comprovam as valiosas contribuições da tecnologia no ambiente educacional. Confirmam também o compromisso de empresas e instituições de ensino para criar e disponibilizar as melhores soluções para facilitar a formação de cidadão que o mundo realmente precisa.





Rebeca Barbalat - diretora da unidade de tecnologias educacionais da Positivo  - rebeca@positivo.com.br | https://tecnologia.educacional.com.br

Como funciona a adaptação em um colégio bilíngue?


Coordenadora da Educação Infantil bilíngue do Colégio Humboldt explica como funciona o primeiro contato das crianças com um idioma diferente

O primeiro contato com a escola sempre causa um estranhamento para as crianças. Em um colégio bilíngue a situação não é muito diferente, uma vez que, além de se depararem com um ambiente novo, os pequenos ainda terão de lidar com um idioma desconhecido. Apesar do aprendizado em duas línguas causar preocupação aos pais, especialistas da área afirmam que o ensino bilíngue, principalmente quando iniciado na primeira infância, só traz benefícios às crianças. 
De acordo com Rebeca Boldrin de Oliveira, coordenadora pedagógica da Educação Infantil Bili do Colégio Humboldt – instituição bilíngue e multicultural (português/alemão), localizada em Interlagos (SP) – quanto mais cedo o aluno for exposto a um segundo idioma, maior será a chance de adquirir fluência e, posteriormente, de aprender outras línguas. “Nas crianças de até cinco anos, o desenvolvimento linguístico está em plena formação, independentemente da língua com a qual tenha mais contato”, afirma Rebeca. “Quanto mais cedo for o contato com outro idioma, mais natural será este processo, pois ele passa a ser quase que intuitivo, uma vez que está sendo adquirido e não aprendido formalmente”, completa.

A adaptação 
No Brasil ainda não existe legislação específica para as escolas bilíngues, ou seja, aqui os colégios têm liberdade para organizar o currículo, desde que cumpram com as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Por isso, antes de colocar o filho em uma escola bilíngue, é necessário que os pais pesquisem qual método de ensino mais se encaixa nos ideais da família e com as particularidades de cada criança. 
Além disso, é preciso que os responsáveis fiquem atentos à adaptação infantil feita pelo colégio e as possíveis dificuldades que a criança pode apresentar. Para Rebeca Boldrin de Oliveira, é essencial que esse primeiro contato seja dado com naturalidade, buscando construir um vínculo afetivo com os pequenos. “Nos primeiros dias de aula temos como foco principal acolher os alunos, criar um vínculo positivo e de confiança. Isso se dá ao recebermos os alunos com alegria, sorrindo, demonstrando interesse, brincando junto com eles e estando perto, para que saibam que estamos aqui para ajudá-los no que for preciso”, comenta. 
A coordenadora ainda ressalta a necessidade de planejar atividades divertidas e diferentes durante o período de adaptação para que a criança crie familiaridade com o idioma. “Nas primeiras semanas de aula, orientamos a equipe de professores a planejar atividades, jogos, brincadeiras, culinárias e artesanatos que possam encantar as crianças, como a massinha caseira, gelatina, bolinha de sabão e, dentro do possível, algo que possam levar para casa”, diz Rebeca. Ela ainda acrescenta: “acreditamos que com esta postura positiva e agradável, a língua deixa de ser uma barreira e passa a fazer parte do cotidiano e se torna algo natural”. 

A imersão em outra cultura
Para a imersão de uma criança em uma cultura diferente é essencial que os responsáveis escolham um colégio de confiança, uma vez que ele que será a referência de determinado idioma para os pequenos. “A maioria de nossos alunos aprende alemão conosco, ou seja, nós somos as referências deste idioma e cultura para eles, ou seja, ao chegar ao Colégio, irão entrar nesta realidade alemã e ter de fato um contato mais frequente com esta língua”, comenta Rebeca Boldrin de Oliveira.
Para a coordenadora, a comunicação no segundo idioma traz um desafio a mais, pois segundo ela: “Dentro do BiLi, a professora de referência em língua alemã se comunica com os alunos em alemão apenas, então é um cuidado a mais que precisamos ter, pois não teremos a língua principal como ferramenta de comunicação; é necessário estar preparada para usar outras estratégias”, afirma. Uma estratégia que apresenta bastante resultado é o uso de fantoches que “falam apenas alemão” com os alunos, estes se mostram encantados com os novos amigos aproximando-se destes personagens (e assim também da língua) com naturalidade e carinho.

O Sabor da Volta às Aulas

Bem se expressa o pedagogo Rubem Alves quando diz que o saber sem prazer é como a comida sem sabor. Vem dele a inspiração desta metáfora que envolve escritores e cozinheiros: “só aprende quem tem fome”. Por certo, alguém comeria uma refeição que não lhe desperta o paladar com pouca motivação. Arrisco dizer que, da mesma forma, alguém ficaria entusiasmado em provar algo que lhe estimulem outros sentidos, como o olfato ou a visão – talvez daí venha a expressão “comer com os olhos”.

Curiosa pelas novidades da cozinha, li dias atrás sobre a neurogastronomia e um estudo sobre como o cérebro estabelece o gosto – apontando, inclusive, que os fatores sociais influenciam nessa percepção. Mágico, não é? Um convite a pensar sobre quanto da relação “saber e sabor” está presente no ato de aprender. Afinal, aprendemos o tempo todo e aprendemos mais e de forma mais significativa e duradoura quanto mais encantados e provocados a experimentar e “saborear” estivermos.

Vamos refletir sobre um momento bem específico desta relação... a volta às aulas. Quem teria animação em voltar às aulas se não espera ter experiências agradáveis sobre o ensino? Quem de nós retomaria a essa rotina após dias cheios de tranquilidade, liberdade e despreocupações? Com certeza, para que tenhamos motivação e vontade de retomar essa rotina, precisamos de muitos estímulos.
Para que o retorno ao ano letivo seja prazeroso a pais, crianças e educadores, é necessário haver preparação de todas as partes. Diria que o planejamento dos professores para as primeiras semanas de aula seria o ato de aguçar o paladar dos alunos. Um envolvimento mútuo, que inclui responsabilidade e criatividade. Uma boa dose de participação coletiva que acrescentará um tempero especial ao ensino, despertando o sabor do aprendizado logo nas primeiras aulas do ano. Começar bem um prato não é garantia de sucesso, mas já nos dá uma boa perspectiva de que teremos algo delicioso para provar no final.

Pensando assim, o cuidadoso planejamento deste retorno, a escolha dos melhores ingredientes, os mais coloridos, mais saborosos para essa retomada, requer preparação, cuidado e muito amor. A escola inicia esse processo muito tempo antes. Enquanto os alunos ainda estão curtindo suas férias, a equipe de gestores precisa se mobilizar a fim de receber seus professores e organizar as primeiras receitas (semanas de aula); criar um ambiente acolhedor e prazeroso, pensar no cardápio do ano e escolher os melhores elementos para produzirmos os pratos saborosos.

Da mesma forma, do outro lado, os pais e alunos devem se dedicar à preparação para uma nova rotina, diferente da falta de rotina das férias. Todos engajados na cerimônia e nos preparativos para tornar a ocasião a mais especial possível. Importante também nesse contexto é o papel da família em amenizar as dificuldades que os meninos e meninas enfrentam no retorno ao ano letivo. É verdade que, nas férias, não é conveniente impor-lhes os estudos. É momento de relaxar, conhecer lugares e pessoas, fazer novas descobertas. Porém, com a proximidade da volta às aulas, é preciso ficar atento para que a rotina de férias seja, sim, flexível, mas não imprópria.

O sabor prazeroso do saber é uma responsabilidade de todos os envolvidos no processo de construção do conhecimento. Esse conjunto determina o rito de preparo dos pratos e sua forma de apresentação à mesa. Do começo ao fim do ano letivo é necessário que os participantes da produção do saber estejam comprometidos. Só assim, a escola será mais do que prédios, salas, quadros, programas, horários e conceitos. A escola será, sobretudo, gente. Gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece e se estima. Gente que tem fome de “descobrir”, ávida por sentir o sabor agradável da educação.



Claudia Saad - coordenadora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.

Especialista fala sobre como felicidade aumenta o faturamento de negócios


Gente feliz dá lucro


O universo corporativo moderno está repleto de processos automatizados, mas, o que faz um colaborador se engajar com sus tarefas e ser produtivo de verdade é o alinhamento do propósito de vida dele com o da empresa. E qual é o maior propósito de vida de um ser humano? Ser feliz!

Para atender a esta nova demanda, as empresas precisam ir além das necessidades básicas apontadas pela pirâmide de Maslow - sobrevivência e segurança financeira -, dando mais atenção para as necessidades psicológicas, com um ambiente de trabalho saudável, e a realização pessoal de seu time, com um plano real de carreira.

Esta nova atitude corporativa traz bons frutos. De acordo com pesquisa realizada pela Harvard Business School para cada US$1 dólar investido na felicidade dos colaboradores as empresas têm de US$6 a 12 de retorno. Apesar de tantos benefícios, eu e você sabemos que criar ambientes corporativos felizes é um grande desafio e podemos nos inspirar nas práticas de gestão da Disney para criar uma empresa feliz de dentro para fora.

O primeiro passo se dá no processo seletivo, priorizando mais a pessoa que o seu currículo porque contratar um sorriso e ensinar-lhe a trabalhar é mais fácil do que contratar um trabalhador experiente e ensiná-lo a sorrir. Essa era uma das regras de ouro de Walt Disney, que é comprovada neste mesmo estudo da Harvard Business School que mostra que pessoas felizes são 31% mais produtivas e vendem 37% mais.

O segundo passo é mostrar para seu time a importância do papel de cada um para a manutenção do negócio. Um exemplo que trago para ilustrar é do carrossel da Disneyland, na California, cuja equipe de manutenção é informada que as partes douradas da atração foram pintadas com tinta que contém ouro. Isso gera um compromisso maior pois estão cuidando de uma jóia e a limpeza requer maior atenção.

Por último, destaco uma prática de reforço positivo. Na Disney, o setor que recebe reclamações e elogios dos visitantes repassa para os líderes de departamentos que compartilham os elogios com os funcionários citados por carta, e-mail e outros meios de comunicação. Isto serve para lembrá-los constantemente do bom trabalho que realizam e que fazem parte da magia que acontece diariamente em cada um dos parques da empresa pelo mundo.

Por isso, independentemente do tamanho do seu negócio, é preciso ter em mente que o incentivo emocional, o feedback positivo e o ambiente de trabalho são tão importantes quanto o salário no final do mês. Agir desse modo dará uma vantagem competitiva ao seu negócio, com atitudes extremamente baratas e que geram um resultado extraordinário.




Bruno Oliveira - especialista em experiência do usuário


Dia da Hospitalidade: a forma como o Brasil é visto pelos estrangeiros



Além das belezas naturais, o Brasil é reconhecido por ser um país acolhedor para os estrangeiros. Em 2015, o Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), informou que 95,1% dos cidadãos do exterior voltariam para as terras brasileiras. Na época, Belo Horizonte foi a cidade com maior destaque durante a avaliação.

Avançando para 2017, os dados são ainda mais positivos no que diz respeito à aprovação dos estrangeiros acerca da hospitalidade brasileira. No ano, 98,1% dos viajantes estiveram satisfeitos com a recepção do nosso país, maior percentual registrado nos últimos cinco anos.

Nota-se que a hospitalidade é um conceito fundamental para ser aplicado no ramo do Turismo, levando em consideração que há o envolvimento geral do setor - principalmente hoteleiro e gastronômico - dentro da demanda dos estrangeiros na rede de serviços. Em virtude desse fato, o Dia da Hospitalidade, celebrado no dia 29 de janeiro, é um ponto importante para discutir o porquê de investir neste meio dentro do segmento.

Para otimizar cada vez mais a experiência dos estrangeiros (e aperfeiçoar os conceitos de hospitalidade turística), é preciso apostar, por exemplo, no treinamento da equipe para melhorar o atendimento dos funcionários. Recomenda-se também manter o ambiente organizado, bem decorado e confortável, de forma que o viajante se sinta acolhido pelo espaço.

No ano passado, o Ministério do Turismo divulgou a pesquisa regional de hospitalidade no país. De acordo com os dados passados pelo órgão, o Mato Grosso do Sul chamou atenção com o percentual quase totalitário: 99,6% dos visitantes consideraram o estado hospitaleiro.

Seguindo a alta na votação, o Sul se destacou apresentando Santa Catarina (99,2%), Rio Grande do Sul (98,9%) e Paraná (98,5%) como os estados mais bem avaliados do país. Já com 98,4%, os estados de São Paulo e do Rio Grande do Norte também fazem parte das regiões mais receptivas para os estrangeiros.
A intenção para 2020 é que todos os estados possam apresentar avaliações positivas e enriquecedoras voltadas a hospitalidade do país. Para isso, trabalhamos com diferentes tipos de investimentos no setor para aumentar o fluxo de turistas e atrair novos olhares para as nossas riquezas nacionais.





Alexandre Sampaio - Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação

Médicos Sem Fronteiras protesta em frente à NYSE contra preço de medicamento para tuberculose


Ato em Nova York foi realizado após a farmacêutica Johnson & Johnson, fabricante do medicamento para tratar tuberculose, divulgar lucro no último trimestre do ano passado


A organização interncaional Médicos Sem Fronteiras (MSF) protestou nesta quarta-feira (22) em frente à Bolsa de Valores de Nova York para pedir que a empresa farmacêutica Johnson & Johnson (J&J) disponibilize a bedaquilina, medicamento utilizado no tratamento da tuberculose (TB), ao valor de até US$ 1 por dia para todas as pessoas com a forma resistente da doença (TB-DR). A organziação alerta que o preço da bedaquilina deve ser reduzido, considerando as contribuições conjuntas feitas na pesquisa e desenvolvimento da bedaquilina por parte dos contribuintes e da comunidade científica global de tuberculose, incluindo a própria organização Médicos Sem Fronteiras.

O protesto ocorreu no mesmo dia em que a companhia J&J divulgou o lucro obtido no quarto trimestre de 2019, com base em vendas de 20,7 bilhões de dólares (cerca de 86,7 bilhões de reais). As vendas totais da empresa em 2019 chegaram a 82,1 bilhões de dólares (cerca de 344 bilhões de reais).

"Após uma espera de quase meio século, finalmente temos um medicamento que oferece às pessoas com tuberculose resistente a medicamentos uma chance maior de serem curadas", disse Sharonann Lynch, consultora sênior de políticas de HIV e TB da Campanha de Acesso de MSF. “No entanto, este medicamento permanece fora do alcance de mais de 80% das pessoas que precisam dele para permanecerem vivas. Dadas as vendas e o crescimento contínuo da J&J, é perverso que a empresa esteja impedindo pessoas de obterem a bedaquilina por causa de seu preço – sobretudo diante de um investimento público tão substancial no desenvolvimento do medicamento. As pessoas que precisam da bedaquilina não podem mais esperar."

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que a bedaquilina fosse usada como parte central de um regime totalmente oral para tratar a TB-DR, substituindo, assim, medicamentos mais antigos e mais tóxicos que precisavam ser injetados, causavam efeitos colaterais graves e curavam só pouco mais da metade das pessoas tratadas. Em outubro de 2019, MSF relatou resultados positivos no tratamento de 77,6% das pessoas que utilizaram os novos medicamentos orais para TB-DR, incluindo 72% que seguiram regimes contendo bedaquilina. O estudo, realizado em contextos onde MSF e seus parceiros atuam em 17 países, é maior já realizado até o momento sobre os resultados do tratamento com bedaquilina.

Apesar disso, poucas pessoas conseguem obter o medicamento. Desde que foi aprovada para uso, em 2012, pouco mais de 37 mil pessoas receberam a bedaquilina. O número é uma parcela pequena, considerando que cerca de 80% das 484 mil pessoas que desenvolvem TB-DR anualmente (segundo o Relatório Global de TB 2019) devem ser tratadas com o medicamento. A implementação de um tratamento melhor tolerado pelos pacientes, contendo bedaquilina, ocorrerá apenas se a J&J disponibilizar o medicamento amplamente e torná-lo acessível, permitindo, inclusive, que outros fabricantes de medicamentos para tuberculose produzam versões genéricas.

A bedaquilina foi desenvolvida com considerável apoio dos contribuintes sem fins lucrativos e filantrópicos. Grande parte do trabalho crítico para informar sobre o uso do medicamento e demonstrar seu valor terapêutico foi conduzida pela comunidade de pesquisa sobre TB, ministérios de Saúde de alguns países e prestadores de cuidados médicos, incluindo MSF. Os estudos foram financiados por contribuintes e outros doadores. Médicos Sem Fronteiras defende que a farmacêutica J&J não deveria, portanto, ser a única tomadora de decisão sobre quem tem acesso ao medicamento.

Atualmente, a companhia cobra o dobro do preço que MSF considera justo: o preço da bedaquilina é de US$ 400 dólares (cerca de R$ 1.980), em um curso de tratamento de seis meses, para países elegíveis para comprar o medicamento por meio da Global Drug Facility, uma organização administrada pela Stop TB Partnership que fornece medicamentos para TB a países de baixa e média renda. Em outros países, os valores do medicamento cobrados pela J&J são maiores. Além disso, algumas pessoas precisam de até 20 meses do medicamento, o que aumenta o preço da bedaquilina para U$ 1.200 dólares (cerca de R$ 5.040 ). No entanto, pesquisadores da Universidade de Liverpool calcularam que o medicamento poderia ser produzido e vendido por muito menos, mantendo ainda uma margem de lucro. Em um dos cenários, poderia custar US$ 0,25 centavos (cerca de R$ 1,5) por dia se pelo menos 108 mil tratamentos fossem vendidos por ano.


MSF e o combate à tuberculose

MSF é a maior Organização Não Governamental que oferece tratamento para tuberculose e realiza este trabalho há 30 anos. Muitas vezes, atuamos junto a autoridades de saúde nacionais para tratar pacientes em uma grande variedade de ambientes, incluindo zonas crônicas de conflito, favelas urbanas, prisões, campos de refugiados e áreas rurais. Em setembro de 2019, em projetos de MSF em 14 países, mais de 2 mil pessoas foram tratadas com os medicamentos mais novos do mercado, incluindo 874 com delamanida, 1.946 com bedaquilina e um subconjunto de 429 pessoas tratadas com uma combinação dos dois medicamentos.



Sobre Médicos Sem Fronteiras

Médicos Sem Fronteiras é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica. Oferece ajuda exclusivamente com base na necessidade das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos.


Trabalhadores de cruzeiros marítimos e a legislação aplicável a partir da ratificação da Convenção nº 186/CLT



O Senado Federal aprovou no ano passado, no último dia 17 de dezembro, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL), que ratifica a Convenção nº 186 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), norma internacional que estabelece direitos trabalhistas aos trabalhadores marítimos. Após a ratificação da convenção pelo Congresso Nacional, a norma ainda precisa ser sancionada pelo Presidente da República, mediante Decreto Presidencial, com indicação da data de início da sua vigência em território nacional.

Em meio a dúvidas sobre a atual situação legal dos trabalhadores marítimos brasileiros e ao esforço das grandes empresas do setor de cruzeiros marítimos, que insistem na aplicação de normas que tragam consigo menos direitos trabalhistas, é certo que a incidência da norma mais favorável ao trabalhador é assegurada pela Constituição Federal, pela legislação brasileira e pela Constituição da própria Organização Internacional do Trabalho.

A indagação que se faz com a ratificação da Convenção da OIT pelo Brasil é se a inserção da referida norma no ordenamento jurídico brasileiro apresentará algum impacto nos direitos dos trabalhadores marítimos, especialmente em relação aos tripulantes contratados no Brasil para trabalharem em navios de cruzeiros de bandeira estrangeira.

Para responder essa questão, é importante examinarmos o cenário atual desses trabalhadores. Sabemos que o processo de recrutamento e seleção ocorre no Brasil, por meio de agências recrutadoras nacionais, que buscam trabalhadores para exercerem, principalmente, trabalhos de hotelaria, limpeza, cozinha e atendimento em restaurantes e bares dos navios de cruzeiros. As agências prestam serviços para as empresas internacionais de cruzeiros, que geralmente possuem filiais no Brasil. Em seguida, os selecionados e aprovados por essas agências são treinados no Brasil e é aqui o local onde são estabelecidas as condições do trabalho que será realizado dentro da embarcação. Após o treinamento, os trabalhadores embarcam e navegam por meses nesses navios de bandeira estrangeira, exercendo as atividades para as quais foram contratados.

Conforme a lei brasileira nº 7.064/82, artigo 3º, II, deve ser aplicada a legislação trabalhista brasileira a tais trabalhadores que, embora tenham sido contratados em território brasileiro, laboram em navios de bandeira estrangeira que navegam em alto mar. O texto determina expressamente “a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria”.

É desse modo que atualmente sete das oito Turmas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), consolidando um entendimento majoritário, rechaçam a aplicação da “Lei do Pavilhão” ou “Lei da Bandeira do Navio”, lei internacional ratificada pelo Brasil em 1929, que determina que seja aplicada sobre os trabalhadores a lei do local da matrícula da embarcação. A Justiça brasileira tem determinado a aplicação do princípio da norma mais favorável.

O ponto fundamental para entender a discussão se trata do fato de que os direitos previstos na Convenção da OIT, que está na iminência de ser ratificada pelo Brasil, são inferiores aos direitos previstos na lei brasileira. A norma internacional estabelece patamares mínimos de proteção ao trabalhador do mar, que são inferiores à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e à Constituição da República. No que se refere, por exemplo, ao registro da relação de emprego, a lei brasileira prevê o reconhecimento de vínculo desses trabalhadores com as empresas de navios de cruzeiros, com a determinação de anotação na carteira de trabalho, além do recolhimento de contribuições previdenciárias. Por sua vez, a Convenção da OIT apenas recomenda a elaboração de um contrato de trabalho que contenha informações sobre as condições acordadas entre as partes, inexistindo previsão de reconhecimento de vínculo de emprego, de pagamento das verbas trabalhistas e de contribuições previdenciárias. Empresas de cruzeiros marítimos defendem a aplicação das normas da convenção.

Já em relação ao FGTS, a legislação brasileira estabelece o depósito de FGTS mensal no percentual de 8%, direito não previsto na convenção. O mesmo ocorre em relação ao pagamento de 1/3 sobre as férias, direito não previsto pela norma internacional. No caso da jornada de trabalho, a Constituição brasileira e a CLT limitam a jornada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, até o limite de duas horas extras por dia. Já a convenção estabelece que a jornada é limitada a 14 horas por cada período de 24 horas, até o limite de 72 horas por semana, elastecimento não permitido pela nossa Constituição. Outro exemplo se trata do percentual de horas extras, sob o qual a lei nacional determina que deverão ser pagas com o adicional de 50%, ao passo em que a Convenção da OIT estabelece o pagamento do adicional de somente 25% para o labor extraordinário. O adicional noturno e o aviso prévio não inferior a 30 dias, direitos previstos na legislação trabalhista brasileira, também não são assegurados pela norma internacional.

Além do que é determinado pela lei nº 7.064/82 e o que vem sendo entendido pelo Poder Judiciário, o próprio parágrafo 8º do Artigo 19 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho determina que, de modo algum, a adoção de qualquer Convenção da OIT por país membro poderá afetar lei daquele país que assegure condições de trabalho mais favoráveis. Assim, a ratificação da Convenção não afastará, de modo algum, a aplicação da lei trabalhista brasileira aos trabalhadores contratados no Brasil para trabalharem em cruzeiros marítimos de bandeira estrangeira.

A redução de direitos dos trabalhadores marítimos iria contra aos próprios objetivos da Organização Internacional do Trabalho, de promover melhores condições de trabalho, visando à superação da pobreza e à redução das desigualdades sociais em todo o mundo. As convenções da OIT são editadas a partir de um contexto de graves violações a direitos trabalhistas e aos direitos humanos. Essas convenções, bem como as recomendações da OIT, estabelecem patamares mínimos de trabalho decente, a fim de facilitar a adesão de mais países, bem como facilitar que sejam cumpridas por todos os estados-membros. Como pode ser constatado facilmente em depoimentos de trabalhadores marítimos e em processos que tramitam hoje na Justiça, é comum que o dia a dia nos navios haja caso de trabalhadoras e trabalhadores que sofrem assédio moral, assédio sexual, humilhações e que sejam submetidos a condições degradantes de trabalho e de alojamento.

A ratificação da Convenção sobre o Trabalho Marítimo demonstra que o Brasil está alinhado com os altos propósitos da OIT de promover um trabalho cada vez mais digno para os trabalhadores marítimos e não afasta, de modo algum, a aplicação da lei trabalhista brasileira, que é norma mais favorável e tem sua incidência assegurada por lei específica (artigo 3º, II, da Lei nº 7.064/82) e pela própria Constituição da OIT.






Denise Arantes - advogada especialista em Direito do Trabalho, sócia do escritório Mauro Menezes & Advogados, com atuação no âmbito do TST em causas de trabalhadores de cruzeiros marítimos.


LIBERDADE DE EXPRESSÃO E HIPOCRISIA

        Tenho assistido eloquentes defesas da liberdade de expressão em meios de comunicação. E isso é muito bom. Mas seria melhor ainda se fossem menos seletivas. Citarei dois exemplos que acompanhei de perto.


1º) O filme "1964, o Brasil entre armas e livros", assinado pelo Brasil Paralelo, teve estreia nacional no dia 31 de março de 2019 em dez salas da rede Cinemark. Estreou num dia e "desestreou" no outro, com a rede suspendendo as exibições diante dos protestos da esquerda, que não admite, sobre os fatos de 1964, qualquer contestação ou acréscimo à sua delirante narrativa, recheada de impossíveis heróis comunistas amantes da democracia e da liberdade.

Não li nesses meios de comunicação, ditos zelosos defensores da liberdade, dois parágrafos críticos à abrupta decisão da rede Cinemark. As condenações dirigiam-se ao filme. Seus acusadores fazem questão de manter no desconhecimento inclusive os abundantes testemunhos de historiadores de esquerda e de protagonistas da luta armada, que recusam a farsa contestada no filme. "1964, o Brasil entre armas e livros", que inclui testemunho meu, tem aquela honestidade intelectual carente em seus críticos. Há nele depoimentos que chamam golpe de golpe, ditadura de ditadura e tortura de tortura. Mas chamam terrorismo de terrorismo, comunismo de comunismo, e documentam a influência da Guerra Fria nos acontecimentos da América Latina naquele período. Fora da rede comercial, o filme alcançou em poucos dias 5 milhões de visualizações no YouTube!


        2º) A série "Brasil: a última Cruzada" é outra excelente realização do Brasil Paralelo. Trata-se de um relato focando seis períodos marcantes de nossa história, sobre os quais colhe opiniões de intelectuais e historiadores. É, também, uma narrativa divergente da que recheia os conteúdos ministrados à nação em salas de aula e em tantos livros didáticos. Sem ocultar problemas (qual país não os tem?), "Brasil: a última Cruzada" acende luzes sobre méritos extraordinários, fatos notáveis, personagens fascinantes, suscitando reações emocionadas em milhões de brasileiros que, nesse novo conhecimento, mantido oculto pelos lixeiros da história, encontram consistentes motivos para amar o Brasil e respeitar sua dignidade nacional. "Ninguém ama o que não conhece", ouvi certa vez para nunca mais esquecer. Há uma história do Brasil mantida no desconhecimento. E há um Brasil mal amado por causa disso.

        Pois bem, quando a TV Escola firmou contrato para exibir gratuitamente a série do Brasil Paralelo, qual a reação dos pretensos defensores da liberdade de expressão? Críticas severas à falta de contraditório, como se o filme não fosse o próprio contraditório às manipuladas "narrativas"

Hipocrisia é, sim, uma palavra perfeitamente aplicável ao que estamos vendo no Brasil que descobre onde não encontrará, jamais, a verdade que liberta.





Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Um ano de muitos avanços na Certificação Digital



Encerramos mais um ano e tivemos, na área de Certificação Digital da Serasa Experian, muitas atividades que merecem ser relatadas e comemoradas. Primeiro, nosso time acompanhou todas as movimentações do setor, suas inovações e avanços, que não foram poucos. Tivemos eventos de peso, como Certforum e o Conta Azul [CON], e em todos participamos de forma ativa das discussões em torno do futuro da certificação digital. Vieram os novos usos e regulamentações que faltavam ao segmento, como a do uso da infraestrutura para a emissão dos diplomas universitários e a carteira estudantil. No ritmo da recuperação gradativa da economia, o setor experimentou crescimento importante e aproveitamos para implantar inúmeras campanhas.

Neste momento, estamos passando por uma grande transformação no que diz respeito ao credenciamento de novos parceiros. Para nós, o grande desafio é manter o ritmo de expansão, oferecendo múltiplas vantagens aos nossos parceiros, àqueles que acreditam em nossa marca, presente no Brasil há mais de 50 anos. A Serasa Experian, além de todas as vantagens e benefícios comparativos que oferece aos que se dispõem a vestir nossa camisa, tem por trás de si uma reputação de cinco décadas no processamento de informações e dados, algo sem precedentes no mercado brasileiro. Isso, para um setor como o de Certificação Digital, faz toda a diferença, já que a base do nosso negócio é a credibilidade e a isenção.

Para 2020, nosso interesse é seguir expandindo nossa rede. Encerramos o ano com mais de 700 novos pontos de atendimento e queremos superar essa marca no ano que vem. Lançamos nossa campanha de captação de novos clientes, o Clube do Revendedor, em meados de 2019, buscando pessoas físicas e jurídicas previamente cadastradas no nosso site, que pudessem indicar o nosso certificado digital para suas redes de relacionamentos. Essa campanha terá sequência e consiste no fato de que o indicado recebe 10% de desconto e quem indica ganha uma comissão de 15% por meio de depósito diretamente na conta. Sem dúvida, é um diferencial competitivo para o mercado e temos tido grande procura de interessados. Quem quiser saber mais pode acessar https://serasa.certificadodigital.com.br/clube-do-revendedor/.

Simultaneamente, passamos pela Black Friday com grande sucesso e ótimo desempenho e, paralelamente, implementamos ações de captura de novos parceiros com foco na comercialização do produto certificado digital. O nosso Programa de Parcerias é dividido em 5 perfis: Clube do Revendedor, Clube do Emissor, Promotor, AR – Autoridade de Registro e Parceiros Tecnológicos. Os novos parceiros podem ser empresas já emissoras de certificados sob outra bandeira, autoridades de registro, empresas da área de promoção de vendas ou da área de tecnologia. Ou seja, segmentos que lidam com público com potencial para esse segmento de negócio e que exercem atividades compatíveis no relacionamento com outras empresas e pessoas físicas. Teremos muito prazer em receber a todos em 2020.


Mauricio Balassiano - diretor de Certificação Digital da Serasa Experian

Quatro riscos ambientais que podem comprometer o turismo e a economia do Brasil


Áreas naturais possuem grande relevância nas atividades turísticas brasileiras, contribuindo diretamente com a geração de renda e empregos em todo o País


Rico em biodiversidade e paisagens naturais, o Brasil é o País número um em atrativos naturais na América Latina e segundo no mundo, segundo o ranking de 2019 do Relatório de Competitividade em Viagens e Turismo do Fórum Econômico Mundial. O segmento turístico foi responsável por movimentar cerca de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, totalizando US$ 152,5 bilhões, conforme estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, em inglês). A pesquisa também aponta que o setor empregou 6,9 milhões de pessoas, correspondendo a 7,5% do total de postos de trabalho criados no Brasil.

Entretanto, eventos que colocam a natureza em risco – muitos provocados pela intervenção humana – podem prejudicar as atividades turísticas e a geração de renda no País. “Há uma clara relação entre a proteção da natureza e o desenvolvimento econômico, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Temos de aproveitar os produtos que a natureza oferece como atrativos turísticos e também desenvolver estratégias para frear problemas ambientais existentes que podem colocar em risco essa oportunidade. Para isso, é preciso envolver atores de diferentes setores da sociedade, como empreendedores do turismo, órgãos públicos, pesquisadores, instituições privadas e sociedade civil”, afirma a coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva.

Confira quatro riscos ambientais que podem comprometer o turismo e a economia no Brasil:


1) Derramamento de óleo

O vazamento de petróleo no Oceano Atlântico gera
dano permanente para o ecossistema marinho, para
a economia local e para a saúde humana
Créditos: Adema/Governo de Sergipe
Entre os desastres ambientais mais recentes no Brasil está o vazamento de petróleo no Oceano Atlântico, que chegou à costa em agosto e continua afetando praias do Nordeste. Pesquisadores identificaram que, em alguns casos, haverá um dano permanente para o ecossistema marinho, para a economia local e para a saúde humana, considerando que parte do óleo levará décadas para reduzir sua contaminação química. Segundo um estudo do Ministério do Turismo, as atividades relacionadas ao turismo da região movimentam cerca de R$ 45 milhões por ano, baseadas principalmente nas praias e nas paisagens naturais. Os impactos também afetam a pesca e a culinária, já que a absorção de óleo por espécies marinhas resulta em uma cadeia alimentar contaminada.


2) Queimadas

No último ano, mais de 100 mil focos de
incêndio foram registrados em
 todo o País
Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Em 2019, foi registrado o maior número de focos de queimadas em território brasileiro dos últimos sete anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mais de 100 mil focos de incêndio foram registrados em todo o País, sendo 20 mil apenas no Mato Grosso, especialmente em terras amazônicas. De acordo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), as perdas econômicas no bioma derivadas do uso do fogo variam entre US$ 12 milhões e US$ 97 milhões por ano, devido à liberação de toneladas de carbono, perda da biodiversidade, desequilíbrio ecossistêmico, alterações climáticas, erosão do solo e danos ocasionados pela exportação de fumaça para outras regiões. E o problema não fica restrito à Amazônia. Outros biomas, como Mata Atlântica, Pampa, Cerrado e Pantanal, também tiveram aumento do número de focos de incêndio ao longo do ano.


3) Turismo predatório

Oposto ao turismo sustentável, o turismo predatório é uma modalidade em que a visitação gera impactos ambientais, culturais e sociais negativos aos destinos turísticos. Esse tipo de prática impacta diretamente no desenvolvimento econômico da região. Por um lado, o turismo predatório está associado a turistas que não seguem regras, contribuindo com o esgotamento de recursos naturais, desequilíbrio social e econômico, além da descaracterização cultural. Por outro lado, locais turísticos devem ser preparados com infraestrutura adequada para receber visitantes e blindar o patrimônio local, equilibrando a geração de renda e a qualidade de vida. Os danos a patrimônios históricos e culturais, recursos naturais e de urbanismo podem ser irreversíveis e os custos com a reparação dos mesmos podem ser mais caros que a construção de infraestrutura para receber os visitantes. O prejuízo econômico torna-se ainda maior caso a região crie uma reputação ruim pela falta de gestão turística, refletindo no declínio de visitantes e da geração de renda.


4) Desmatamento

Assim como as queimadas, o desmatamento também gera grande impacto econômico, social e ambiental, atuando na perda da biodiversidade, na degradação do habitat e no agravamento da crise climática global. A erosão provocada pelo manejo incorreto do solo foi responsável pela perda de produtividade em 23% da superfície terrestre, o que representa perda de cerca de 10% do Produto Interno Bruto global anual. Os dados são do relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU).




Fundação Grupo Boticário



Atividade do comércio encerra 2019 com alta de 2,0%, mostra Serasa Experian


Aumento foi impulsionado pelo setor de veículos, motos e peças; vendas no período do Natal cresceram 4,1%

O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian apresentou aumento de 2,0% no acumulado de janeiro a dezembro de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Seguindo a tendência do ano, o crescimento foi impulsionado pelo setor de veículos, motos e peças, que teve alta de 8,4% e pelo segmento de material de construção, este com acréscimo de 4,6%. Na variação mensal – dezembro x novembro 2019 –, o indicador apresentou queda de 0,1%.




Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, “as menores taxas de juros influenciam no acesso ao crédito, o que potencializa o comércio. Além disso, com o 13° salário e os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, há um aumento pontual da renda da população, que acabou gerando um bom desempenho para os setores”, avalia.

O aumento dos rendimentos se refletiu na variação positiva de 3,9% em dezembro, comparado com o mesmo mês do ano anterior. Isso se deve ao melhor desempenho do setor de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios (6,8%), que não costuma estar ligado ao crédito como Veículos ou Materiais de Construção, segundo Rabi. Apenas Combustíveis e Lubrificantes apresentaram queda (-7,2%) em dezembro, mantendo os resultados negativos apresentados ao longo do ano. Confira no gráfico:



Vendas no varejo físico crescem 4,1% no Natal

Dados do Indicador de Atividade do Comércio – Natal mostram que as vendas na semana da data comemorativa (18 a 24 de dezembro) em 2019 registraram alta de 4,1%, comparado com o ano anterior. Este é o segundo maior aumento desde 2014, quando começaram as quedas consecutivas das vendas, ficando atrás apenas de 2017, ano em que houve maior liberação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

No fim de semana (21 a 23 de dezembro), o aumento foi de 4,7% em todo o país. Já na cidade de São Paulo, entre 18 e 24, a variação foi de 4,7%, enquanto o fim de semana registrou 3,6% de crescimento.




Serasa Experian

Porque o fertilizante é importante para a agricultura


Muita gente ainda não percebeu que somos o que comemos. Para uma grande maioria persiste a ideia de que a fonte de alimentos do nosso dia-a-dia tem origem nos supermercados, padarias e açougues. Mas qual a origem do trigo para o preparo do pão? Qual a origem do arroz e feijão da base de nossas refeições? E o café e o leite do nosso café da manhã? Qual a origem de tudo isso? Será que eles aparecem na prateleira dos supermercados em um passe de mágica? A resposta é NÃO!!! Tudo isso é cultivado em propriedades rurais. E um dos ingredientes fundamentais para essa produção é o fertilizante. Os produtores rurais dependem dos fertilizantes para aumentar a produção e manter as culturas sadias.

É importante entender que os alimentos cultivados nas propriedades agrícolas dependem dos fertilizantes para seu desenvolvimento, podendo ser os fertilizantes orgânicos, mas normalmente são aplicados os fertilizantes minerais. Isto pode assustar algumas pessoas, mas é o fertilizante mineral que permite fornecer os nutrientes para as plantas de forma mais assimilável, rápida e balanceada, o que é muito importante para a produção de alimentos com teores nutricionais adequados para a nossa saúde e bem-estar.

Não é só nossa saúde que está em jogo, mas também o nosso ambiente. O uso correto dos fertilizantes irá favorecer o bom aproveitamento pelas plantas, reduzindo a poluição ambiental. Estamos pensando em preservação não só do solo, mas da água e doa ar. Além disso, com o uso de fertilizantes, haverá maior rendimento de produção por área, evitando que sejam abertas novas áreas para a agricultura, reduzindo, assim, a derruba de florestas.  

O uso de fertilizante é mais importante do que a maioria das pessoas poderia imaginar. Então, o fertilizante é o caminho para cuidarmos da nossa saúde, através de alimentos saudáveis e nutricionalmente balanceados, mas com respeito ao nosso ambiente.




Valter Casarin - engenheiro agrônomo da iniciativa Nutrientes para a Vida

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