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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Pé diabético no verão: caminhada na praia requer proteção


Bolhas são comuns em pacientes diabéticos e podem evoluir para lesões profundas, alerta ABTPé


No verão, caminhar pela praia é uma das atividades mais prazerosas para se fazer ao ar livre. Mas para quem é portador de diabetes, o ato pode trazer sérias implicações, se alguns cuidados não forem tomados.

Um dos problemas mais graves nos diabéticos é a neuropatia que diminuiu ou elimina a sensibilidade protetora e deixa-os propensos a desenvolver lesões decorrentes de trauma ou contato com superfícies muito quentes, como a areia da praia. “As bolhas decorrentes de uma simples caminhada na praia são comuns em pacientes diabéticos e, frequentemente, evoluem com lesões sérias mais profundas, que se não forem bem conduzidas, podem terminar em infecção e, eventualmente, na amputação do pé”, explica o presidente da ABTPé, Dr. José Antônio Veiga Sanhudo.

O número de brasileiros portadores de diabetes mellitus aumentou mais de 60% nos últimos 10 anos, estimando-se que hoje a doença afete quase 9% da população geral e 27% das pessoas com mais de 65 anos de idade. Dados do Ministério da Saúde, referentes aos meses de janeiro a julho de 2019, dão conta de que, no período, foram realizadas 9.019 cirurgias de amputações de membros no SUS (Sistema Único de Saúde), em decorrência do diabetes.

A enfermidade apresenta dois impactos à saúde dos pés: fluxo sanguíneo reduzido para membros inferiores e neuropatia periférica - danos nos nervos, sendo essa consequência apontada como causadora da típica redução de sensibilidade nas pernas e nos pés.

“Com a perda da sensibilidade, os machucados, normalmente, não são sentidos. Então, é indispensável o uso de calçado quando for à praia e evitar andar, especialmente, sobre a areia quente ou pedras. O mesmo serve para piscina, nunca andar descalço em superfícies que podem estar superaquecidas”, ressalta o Dr. Sanhudo. “É importante, inclusive, o uso de uma proteção mesmo dentro da água, como sapatos próprios para desportos náuticos ou meias de surfista”, completa o especialista.


Evitando problemas

Além das recomendações mencionadas por Dr. Sanhudo, outras ações devem ser executadas para prevenir problemas e manter a saúde do pé diabético:

- Diariamente, examine os pés em um ambiente bem iluminado ou peça a ajuda de alguém para verificar a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Mediante qualquer observação diferente, procure um médico imediatamente.

-Mantenha os pés sempre limpos e, antes de banhá-los, teste a temperatura da água com o seu cotovelo para evitar queimaduras.

- Ao enxugar os pés, a toalha deve ser macia e, ainda sim, não a esfregue na pele.

- Mantenha a pele hidratada para evitar rachaduras, mas seque bem entre os dedos e ao redor das unhas para evitar macerações. 

- Use meias sem costura, de algodão ou lã e evite sintéticos, como nylon. Dê preferência por meias brancas, pois facilitam a identificação de sangramentos ou drenagem de secreção.

- Antes de cortar as unhas, é preciso lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional especializado, como o podólogo, o qual deve ser avisado do diabetes.

- O ideal é não cortar os calos, nem usar lixas.

- Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Para as mulheres, recomenda-se os sapatos com saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. Também é importante não utilizar calçados novos por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.




Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé)


Cirurgia de catarata lidera lista de espera do SUS


É o que mostra pesquisa do CFM.  Anúncio de maior aporte pelo Ministério da Saúde deve diminuir cegueira no País.


A catarata, doença que torna opaco nosso cristalino, lente interna do olho, é a maior causa de perda da visão no mundo. No Brasil responde por 49% dos casos de cegueira tratável. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, a principal causa é o envelhecimento natural dos olhos. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que atinge 17% das pessoas entre 55 e 65 anos, 47% entre 65 e 75 anos e 73% após 75 anos. 


Cegueira triplica no Brasil

O oftalmologista afirma que o rápido envelhecimento da população brasileira e as longas filas de espera por cirurgias eletivas no SUS (Sistema Único de Saúde) explicam porque a catarata responde pela perda da visão de praticamente metade dos brasileiros. Para se ter ideia, a estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) baseada nos levantamentos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de que entre 2010 e 2019 o número de cegos no Brasil triplicou, saltando de 506,3 mil para 1,577 milhão. Não é para menos. Pesquisa do CFM (Conselho Federal de Medicina) aponta que as maiores demandas por cirurgias eletivas no SUS são respectivamente: catarata, correção de hérnia, retirada da vesícula, varizes e das amígdalas.  Pior: Na fundação do hospital que realiza cirurgias pelo SUS, Queiroz Neto conta que é comum pacientes não aparecerem para operar na data marcada ou não apresentarem os exames necessários para passar pelo procedimento. “A segunda marcação muitas vezes demora mais que o esperado e quanto mais madura é a catarata, maiores são os riscos de complicações durante a cirurgia”, adverte. Na opinião do especialista a lista de espera do SUS deveria priorizar o procedimento entre portadores de glaucoma. Isso porque, a catarata aumenta a espessura do cristalino e pode dificultar o controle da pressão intraocular entre glaucomatosos. A boa notícia é que o Ministério da Saúde acaba de anunciar aporte adicional de R$ 250 milhões para 53 cirurgias eletivas de média complexidade como é o caso da catarata. Por isso, para o oftalmologista quem está na fila pode voltar a enxergar antes do esperado.


Sintomas

Queiroz Neto afirma que os principais sinais da catarata são: troca frequente dos óculos, ofuscamento em locais ensolarados e no trânsito, enxergar halos ao redor da luz, perda da visão de contraste e necessidade de mais iluminação para ler. Mas, como acontece com a maioria das doenças oculares, as alterações visuais são progressivas e passam despercebidas na fase inicial.


Tratamento

O único tratamento para catarata é a cirurgia. Feita com anestesia local, consiste na substituição do cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular que é injetada no olho através de um corte de 2 mm na borda da íris, porção colorida do olho. O cirurgião explica que o procedimento é realizado em um olho e depois no outro. A recuperação é rápida e depende da aplicação correta de colírios três colírios: lubrificante, anti-inflamatório e antibiótico.  


Prevenção

“Ninguém escapa da catarata por se tratar de um processo de envelhecimento do cristalino na maioria dos casos, embora também possa ser causada por traumas ou doenças congênitas”, afirma Queiroz Neto. Mas a degeneração do cristalino pode ser adiada. As dicas elencadas pelo oftalmologista são: 

·         Durante o dia usar óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) nas atividades externas. A falta de proteção solar aumenta em 60% o risco de catarata.
·         Dormir de 6 a 8 horas/dia.

·         Controlar a glicemia. O diabetes dobra o risco da doença.

·         Evitar excesso de sal na dieta e o tabagismo.


Medo de agulhas é parcialmente responsável pelas baixas taxas de imunização


O medo da agulha é uma barreira documentada à imunização em crianças e adultos


Ajudar adultos e crianças a superar o medo de agulhas pode trazer benefícios significativos à saúde pública. É o que defendem os especialistas em dor canadenses. Assim como acontece no mundo todo, o Canadá sofre hoje uma queda em suas taxas de vacinação. Cerca de 8% dos canadenses relatam que sua hesitação se deve ao medo de agulhas. Portanto, se as autoridades de saúde conseguirem resolver esse problema, é possível vacinar cerca de 8% mais pessoas, o que é um contingente enorme.

“O medo de agulha exagerado se trata de uma fobia real e afeta de 3% a 10% da população mundial. O problema tem até um nome: ‘aicmofobia’, e diz respeito àqueles que sentem um tipo de medo irracional por agulhas, alfinetes, injeções, seringas e assim por diante. A fobia faz com que as pessoas, conscientemente, evitem vacinas contra a gripe ou deixem de tomar vacinas necessárias para viagens ao exterior”, informa o pediatra homeopata, Moises Chencinski.

Um estudo canadense revelou que  24% dos pais e 63% das crianças relataram medo de agulhas. Esse foi o principal motivo da não adesão à imunização para 7% e 8% dos pais e filhos, respectivamente. Uma revisão americana mais recente mostrou que a vacinação contra influenza foi evitada, por medo de agulha, em  16% dos pacientes adultos, 27% dos funcionários do hospital, 18% dos trabalhadores em instituições de longa permanência e 8% dos profissionais de saúde nos hospitais.


O medo de agulhas começa na infância

“A fobia de agulha geralmente começa com uma única experiência ruim ou uma série de experiências más quando criança. A memória da dor pode ficar registrada e tornar o processo mais complicado pelo resto da vida”, explica o pediatra.

Todas as crianças sentem dor. A maioria delas receberá aproximadamente 20 vacinas antes dos cinco anos de idade. Os prematuros hospitalizados e os recém-nascidos doentes passam por cerca de 6 a 16 procedimentos dolorosos por dia.

A dor tem consequências. É perturbadora para a criança e para os pais, e pode trazer reflexos em longo prazo, como a fobia de agulha, se a dor não for tratada ou controlada.  Os pais podem transmitir seu próprio medo de agulhas ou piorar a dor de uma criança recebendo algum tipo de tratamento durante a primeira infância. Eles desempenham um papel fundamental na ansiedade desenvolvida por uma criança quando ela lida com um evento doloroso. Podem potencializar essa dor ou amenizá-la apropriadamente.

“Os pais precisam ser incentivados a permanecerem calmos e positivos quando seus filhos são submetidos a procedimentos com agulhas, como a vacinação, enquanto reconhecem o que está acontecendo de maneira honesta.  Não é apropriado minimizar a experiência ou incentivar a criança a resistir a ela”, afirma o pediatra Moises Chencinski.


Conforto e distração realmente funcionam

Tanto os profissionais de saúde quanto os pais podem usar métodos testados para minimizar a dor nos bebês e nas crianças, realizando ações como:

  • Aplicar creme anestésico na pele, antes da realização do procedimento com agulha;
  • Segurar o bebê, favorecendo o contato pele a pele, no colo dos pais;
  • Amamentar durante e após um procedimento doloroso;
  • Embrulhar o bebê numa cobertinha para fazê-lo se sentir seguro.

“Os profissionais de saúde nem sempre estão cientes das novas evidências ou podem não ser capazes de efetivamente colocá-las em prática devido à falta de tempo, recursos ou know-how, mas os pais devem se sentir  confiantes, solicitando medidas de controle da dor para seu filho e participando das estratégias reconfortantes”, orienta o pediatra.

Distração também é fundamental: sinos, brinquedos e bolhas funcionarão para bebês, enquanto conversas animadas, vídeos, músicas e videogames são úteis para crianças mais velhas.  Estudos sobre o emprego de robôs nas emergências e sobre o uso de óculos de realidade virtual para determinar se eles podem fazer com que as crianças se sintam mais seguras e menos angustiadas durante os procedimentos estão sendo conduzidos.

São ainda poucos os estudos feitos para testar as medidas que podem proporcionar conforto e distração aos adultos que têm medo de agulhas, mas a pesquisa existente sugere fazer respiração profunda e outros exercícios de relaxamento, além de terapia de dessensibilização com um psicólogo.

“Se a dor é a razão para que tantas crianças e adultos não sejam vacinados, gerenciá-la de maneira mais eficaz pode ser uma das propostas para aumentar as taxas de vacinação”, defende o pediatra.





 Moises Chencinski.
Instagram: @doutormoises
Facebook: @doutormoises.chencinski


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