O maior objetivo é acabar com a
doença macular, financiando pesquisas que levarão à cura para essa condição
cruel. Mas até que isso aconteça, é absolutamente vital oferecer um melhor
aconselhamento ao paciente
Um novo estudo descobriu que os profissionais de
saúde e o público em geral ainda não têm consciência da forma mais comum de
perda de visão central: a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
O estudo, publicado no BMJ Open Ophthalmology, destaca que
os atrasos no diagnóstico de pessoas com doença macular ocorrem devido ao fato
de que pacientes e nem todos os profissionais conhecerem o significado dos
sintomas. Também revela que muitos pacientes não entendem a urgência de
procurar ajuda, o que potencialmente poderia levar a danos permanentes e
intratáveis em sua visão. Outras razões para o atraso incluem pacientes com
dificuldade em obter consultas e falha profissional no diagnóstico ou ao
comunicar o diagnóstico da degeneração macular relacionada à idade durante as
consultas iniciais.
O estudo constatou que apenas um terço dos entrevistados conseguiu
detectar os sintomas da DMRI, sendo que 64% dos que reconheceram ter um
problema com a visão procuraram ajuda de um profissional de saúde
imediatamente. A pesquisa revelou que 27% dos pacientes cuja consulta inicial
foi adiada por mais de uma semana tinham DMRI úmida tratável, exigindo
intervenção urgente para evitar a perda de visão evitável.
Além de reconhecer a necessidade de aumentar a conscientização
sobre a doença macular, o estudo também destacou a necessidade de uma melhor
sinalização para apoiar os serviços para pessoas afetadas pela doença macular
quando diagnosticadas.
A doença macular é a
maior causa de perda de visão no Reino Unido. Atualmente, quase 1,5 milhão de
pessoas são afetadas e muitas outras estão em risco. À medida que a doença
progride, ela pode ter um efeito devastador na vida das pessoas, deixando-as
incapazes de dirigir, ler ou ver rostos, mesmo que alguma visão periférica seja
mantida. O tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) visa
estabilizar a doença e tentar limitar ou impedir o seu avanço. Uma vez
controlada a doença, poderá ser utilizada o que restou da retina funcional na
região macular, que poderá ser estimulada para recuperação parcial da visão por
meio de lentes ópticas de visão subnormal ou de baixa visão. “A perda da visão
central (igual ou menor a 20/200 (0,10)) significa cegueira legal e não
cegueira total, pois ainda que com certas limitações o portador poderá
deambular, se alimentar, fazer higiene pessoal com certa independência. A DMRI
é a forma mais comum de doença macular, afetando mais de 600.000 pessoas,
geralmente com mais de 50 anos”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion,
diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
“Há, no entanto, um tratamento para a forma úmida da DMRI, que impede
ou retarda a deterioração da visão. Quanto mais cedo o tratamento for
administrado, mais visão será preservada. A forma seca da doença geralmente
progride mais lentamente que a úmida. No entanto, a DMRI que começa como seca
pode se transformar em DMRI úmida e progredirá rapidamente, a menos que seja
tratada”, informa o oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo
clínico do IMO.
Os sintomas mais comuns da DMRI incluem alteração ao focalizar
linhas retas, como batentes de portas ou postes de luz que parecem distorcidos
ou dobrados; deterioração da visão ou visão embaçada; lacunas ou manchas
escuras que aparecem na visão.
Pesquisas sobre a DMRI úmida mostram que quanto mais cedo as
pessoas são tratadas, maior a chance de o tratamento ser bem-sucedido. Mas este
estudo mostra que estão ocorrendo atrasos que podem fazer a diferença entre
receber o tratamento imediato que o paciente precisa ou sofrer perda
irreversível da visão central.
“As descobertas destacam a necessidade urgente de conscientizar a
população sobre os sintomas da doença macular e a necessidade de procurar ajuda
urgente de um oftalmologista, o mais rápido possível”, defende Juan Caballero.
O estudo também ilustra que as pessoas não estão sendo totalmente
informadas sobre os tratamentos disponíveis para a doença macular, bem como
sobre a evolução e a gravidade da mesma. A forma seca da doença também pode
evoluir para a úmida e requer tratamento urgente. As pessoas com DMRI precisam
saber como monitorar sua condição para detectar problemas futuros a tempo de o
tratamento ser eficaz.
“A conscientização sobre a doença macular está aumentando no mundo
todo, mas este estudo serve como um lembrete importante de quanto trabalho
ainda há por fazer. Precisamos urgentemente continuar a educar o público e os
profissionais de saúde sobre a condição, seus sintomas e a necessidade de
diagnóstico rápido. Dessa forma, aqueles com DMRI úmida podem ser tratados
imediatamente e aqueles com DMRI seca podem ser aconselhados sobre
monitoramento e suporte”, defende o oftalmologista Juan Caballero.
IMO-Instituto
de Moléstias Oculares
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