Explicitas ou veladas, muitas situações
reforçam uma desigualdade de gênero dentro das empresas. Especialista ajuda a
identificar sinais de atitudes que as companhias devem represar e combater.
De forma direta ou indireta, sutil ou
inconsciente, o machismo acontece através de piadas, comentários, apelidos ou
descréditos. De acordo com a especialista em marketing digital e comportamento
de consumo, com vivência de mais de 15 anos como diretora executiva em grandes
empresas, Fátima Bana, se vivêssemos em um mundo ideal, esse mal não afligiria
nenhuma de nós.
“Sempre atuei com poder de decisão nas áreas de marketing e tecnologia, por isso, a
desconfiança, o pré-julgamento, o risinho no canto da boca dos colegas
masculinos sempre esteve presente e esse, não é um tema recente, mas, sim,
recorrente e em contraste com todas as evoluções corporativas desde então” –
pontua.
A especialista explica que para algumas pessoas ainda é
difícil encarar com profissionalismo uma mulher em um cargo no qual geralmente
estão os homens, como a diretoria. “Homens na liderança, na maior das vezes,
são vistos como duros e exigentes, já as mulheres duras e exigentes são taxadas
como loucas e de gênio difícil. Isso tudo pelo simples fato de serem mulheres,
sem capacidade para ocupar grandes cargos, sem poder de decisão, ou gerir
possíveis crises no negócio. E todas essas práticas machistas, infelizmente ainda
são naturalizadas” – reforça.
Há muito caminho a ser
percorrido, então, para que o machismo e os abusos no trabalho sejam
dissolvidos por completo é ideal que as pessoas compreendem quais são as
situações – propositais ou acidentais – que fortalecem o machismo dentro das
empresas. Para isso, Fátima Bana listou algumas atitudes que devemos repensar e
tirar do nosso cotidiano. São elas:
1. Evite interrupções enquanto elas falam. A situação
é tão corriqueira que ganhou um termo denominado Manterruping que significa interrupções masculinas. E isso
acontece quando elas estão em reuniões, apresentações, e até mesmo na hora do
café ou em avaliações de desempenho.
2. Evite chamar uma colega de louca toda vez que ela
envia uma demanda ou cria algo. Você já viu algum homem chamando outro assim?
Isso é uma violência ao caráter e profissionalismo da colega de trabalho.
3. Evite piadas sobre as particularidades de uma
mulher. No trabalho, o machismo fica evidente quando a mulher é ridicularizada
ao ser taxada de “está na TPM”. A tensão pré-menstrual se tornou um sintoma
machista e reducionista de toda a complexidade delas.
4. Quando ver algum colega desmerecendo o trabalho de uma
mulher, sem nenhum motivo real, pergunte, até fazer com que ele perceba que seu
julgamento está baseado em gênero, não em competência.
5. Evite apoiar motins contra uma colega, o próximo pode
ser você. Convites e propostas indecentes — e no meio do expediente —, bem como
ofensas, julgamentos e diversas variações de abusos físicos e psicológicos
fazem com que elas se sintam inferiores aos demais.
Por fim, é importante
lembrar que para exterminar o machismo é necessário um esforço coletivo. Homens
e mulheres podem ter costumes diferentes em todos os ambientes, mas precisam
estar juntos na briga pelo respeito e igualdade de gênero. “Nós, mulheres, bem
como os homens, temos o poder e a capacidade de decidir sobre melhorias, e
assim, agir em prol do crescimento dos colaboradores e por fim, da empresa. O
poder de decisão e o respeito são questões muito mais profundas” – finaliza
Fátima Bana que também é especialista em liderança de equipes, gestão
empresarial e negócios digitais.
Fatima Bana - mestre em comportamento de consumo digital e especialista em
liderança de equipes, planejamento, implantação de e-commerce, gestão
empresarial e negócios digitais. A especialista possui formação internacional
na área de marketing pela University of Califórnia (UCLA / USA) e atualmente, é
graduanda em Neuropsicologia o que garante análises com base nos processos
cognitivos. Fatima já atuou como líder em grandes empresas: foi diretora
executiva em companhias como Gafisa, Accenture e Tivit, e ocupou o cargo de
Head de Marketing na LATAM e CMO da Buser.