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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Butantan lança programa ‘100 anos da Gripe Espanhola – Imagine o mundo sem vacinas’



Série de ações, que serão realizadas ao longo de todo o ano, tem como objetivo relembrar a história e alertar para os perigos da não vacinação

Há cem anos um vírus desconhecido assombrou o mundo, deixando um rastro cruel de milhões de mortos. A pandemia da Gripe Espanhola teve início em 1918 e mudou para sempre os rumos da ciência e da saúde pública.

Como forma de relembrar os 100 anos da doença mais mortal da história da humanidade – em um espaço de tempo tão curto – o Instituto Butantan lança nesta sexta-feira (23) o programa “100 anos da Gripe Espanhola – imagine o mundo sem vacinas”, que contará com uma programação especial de simpósios, encontros científicos, exposições de ciências, discussão de temas relacionados às vacinas e seu papel na sociedade.

O programa, que propõe uma grande ação até o final deste ano, reflete o papel do Butantan como uma instituição de referência mundial na área de produção de imunobiológicos e o único produtor da vacina contra a Influenza da América Latina.

“Este programa pretende lembrar que a saúde pública é uma conquista da sociedade que se organizou coletivamente e para afirmar que um futuro sem vacinas não é possível”, explica a presidente da comissão do programa, Luciana Mônaco. 

Além das atividades que serão realizadas nesta sexta-feira, as ações deste primeiro semestre continuam em março, quando serão abertas as inscrições para o programa piloto “Agentes Multiplicadores Mirins”, cujo objetivo é transmitir, em linguagem específica para crianças, o que é uma vacina, como é feita e como age no sistema imunológico.

O programa contará com aulas ministradas pelos pesquisadores do Instituto Butantan, por um período de seis meses. As crianças terão a aula inaugural e de encerramento no instituto e receberão diploma de “agentes da vacina”.

No mês de abril a programação inclui o simpósio “Imunização no século 21: limites e possibilidades”, que discutirá o presente e o futuro da Influenza, as vacinas como forma de combate às doenças imunopreviníveis e a importância do Programa Nacional de Imunização (PNI) na vigilância e prevenção das doenças.

Ainda em abril será realizada a exposição “Velhas e novas epidemias: o que nós temos a ver com isso?”, na qual os aspectos relacionados às doenças e formas de prevenção serão tratados em toda a exposição. Parte da exposição terá uma réplica itinerante que passará por diversos pontos da cidade de São Paulo.

Já em maio estão previstos a exibição comentada do documentário “O caminho das vacinas – Médicos Sem Fronteiras”, que pretende chamar a atenção para a situação alarmante das crianças menores de um ano que não recebem todas as vacinas, e três noites de “Pint of Science”, projeto que propõe a discussão da ciência em ambiente descontraído e em forma de bate-papo.

No mês de junho, o Butantan promove o “1º Butantalk”, um encontro com formadores de opinião convidados para discutir e repercutir o assunto da vacinação. 

A programação completa pode ser acessada no site www.100anosgripeespanhola.tmb.br



Mais de 60% das crianças irão apresentar pelo menos um episódio de otite média até os seis anos de idade



 Doença pode desencadear a otorreia


Gripes, resfriados, rinites, sinusites e adenoide podem desencadear infecções no ouvido médio, chamadas de otite média (OM), causadas por vírus, bactérias e até mesmo fungos. Considerada a mais comum em crianças com até seis anos de idade, a OM lidera as causas de ida ao médico e uma das principais fontes de morbidade (convalescência, doença) na infância.

Também é a principal doença que motiva a prescrição de antibióticos e indicação de cirurgias na infância. “Mais de 60% das crianças nesta faixa etária irão apresentar episódios de OM em algum momento. Até os três anos de idade, praticamente todas as crianças irão apresentar pelo menos um episódio de otite média aguda e cerca de 50% delas terão episódios recorrentes”, informa Dra. Jeanne Oiticica, especialista em Otorrinolaringologia e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Na maioria das vezes a causa da OM é bacteriana. Streptococcus pneumoniae, Haemophilus Influenzae, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis e S pyogenes são as bactérias que mais comumente causam otites. Em crianças de até dois anos de idade os vírus representam cerca de 40% dos casos, entre eles o vírus Syncycial respiratório e o Rhinovirus humano. A perfuração espontânea da membrana timpânica é uma complicação que pode ocorrer em até 30% dos casos.


Sintomas - A OM pode ser dividida em categorias: aguda (OMA), aguda recorrente (OMAR), com efusão (OME), crônica (OMC), crônica supurativa (OMCS). A OMA se caracteriza por efusão na orelha média, quadro de início abrupto e brusco, com sinais e sintomas de inflamação local (muita dor que pode interferir no sono e nas atividades rotineiras, sensação de ouvido tampado, otorreia); além de sintomas sistêmicos como febre, mal-estar geral, falta de apetite, náuseas, vômitos.

Dra. Jeanne explica que o pico de prevalência da OMA ocorre dos 6 a 18 meses de idade. Algumas crianças apresentam episódios recorrentes de OMA (OMAR), cuja definição inclui 3 ou mais episódios de OMA em seis meses ou quatro ou mais episódios de OMA em 12 meses.

Já a OME é definida por efusão na orelha média sem os sinais e sintomas decorrentes da infecção aguda da orelha. Ela varia de sintomas ausentes ou mínimos, à distúrbios do sono, e até mesmo perda auditiva significativa e impacto direto na fala.

OME que persiste por mais de 3 meses pode ser considerada OMC. Ela pode ocorrer como parte da recuperação da OMA, tendo em vista que a inflamação aguda foi resolvida, porém bactérias remanescentes ainda podem estar presentes na orelha. “A OMCS indica inflamação persistente na orelha média, que leva à otorreia (purgação do ouvido, vazamento de pus pelo ouvido), que persiste por pelo menos duas semanas (em alguns casos até meses ou anos), com perfuração da membrana timpânica. A otorreia pode vir associada à dor de ouvido, febre, sensação de ouvido tampado e até tontura e zumbido.


Tratamento - Antibióticos, corticoides, gotas tópicas no ouvido (em casos de perfuração da membrana timpânica), analgésicos e anti-inflamatórios são formas comuns de tratamento na vigência de quadro agudo, crise aguda de OM. “Para evitar recorrências, é fundamental tratar a causa da otite, seja ela rinite, adenoide, baixa imunidade, alergia etc. Em alguns casos, a cirurgia faz-se necessária, a depender da recorrência dos sintomas e do impacto direto na fala, linguagem, sono, qualidade de vida da criança em questão”, explica a especialista.

As complicações de otites são raras, ocorrem em cerca de 1% dos casos ou um pouco mais a depender das condições de saúde da população em questão. Elas incluem mastoidite aguda (a infecção se alastra para o osso do ouvido), paralisia do nervo facial (é o nervo que inerva a face, pode ser facilmente percebida pois a face fica torta), labirintite (é raro, mas pode acontecer da infecção se alastrar para o labirinto que é nosso órgão do equilíbrio), meningite, abcesso intracraniano (coleção purulenta que acumula dentro do cérebro), dentre outras.

“Em alguns casos há necessidade de internação hospitalar para que a medicação seja feita na veia, ou um procedimento cirúrgico para drenagem da secreção (timpanotomia), colocação de tubo de ventilação ou mastoidectomia. Aproximadamente 20 mil pacientes morrem por ano em decorrência das complicações das OM, com maior mortalidade em crianças menores de 5 anos. Além disso, as formas recorrentes e crônicas podem trazer sequelas importantes incluindo: perda auditiva, impacto negativo nas habilidades de aprendizagem e na aquisição da linguagem e escolaridade em crianças”, relata a Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
 

Prevenção - As OMs podem vir acompanhadas de comorbidades como má nutrição, anemia, HIV, dentre outras. Aleitamento materno, evitar o cigarro durante e após a gestação, reduzir a exposição à poluição ambiental podem prevenir o aparecimento de OMA, suas complicações e sequelas.

O tratamento imediato, adequado e correto dos quadros de gripes, resfriados, alergias, rinites e sinusites é fundamental, pois evita-se que a doença se alastre e ocupe a orelha média. “A Vacina Pneumococcus Conjugada (VPC) tem impacto direto na prevenção das OM. A VPC13, capaz de conferir imunidade a 13 cepas diferentes é eficaz na prevenção de otites pelo S pneumoniae. As vacinas Haemophilus Influenzae tipo B (Hib) conjugadas praticamente erradicaram a doença Hib invasiva em crianças, nos países onde tais vacinas são usadas rotineiramente”, explica Dra. Jeanne.


 
 


Dra. Jeanne Oiticica - Médica otorrinolaringologista, concursada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP. Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.


Problemas de visão podem prejudicar desempenho escolar de crianças





Esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e constantes queixas de dor de cabeça podem indicar alterações na vista

O teste do olhinho está entre os principais exames a serem realizados após o nascimento das crianças. Por meio dele é possível identificar e, se for o caso, tratar precocemente alterações na visão. A partir de então, a recomendação médica é que os pais levem regularmente o filho ao oftalmologista.

Quando não há acompanhamento médico e surgem problemas de vista, uma das principais áreas afetadas com a dificuldade de enxergar é o aprendizado escolar. O desempenho das crianças é comprometido, gerando desinteresse e pouco aproveitamento das aulas. Neste espaço, o professor pode ser um grande aliado dos pais na hora de avaliar a perspectiva de visão dos pequenos. Se o educador notar que a criança faz esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e faz constantes queixas de dor de cabeça.

Na idade escolar, os problemas de visão mais comuns são, além das conjuntivites, os problemas refracionais como miopia, hipermetropia e astigmatismo. "Quanto antes o diagnóstico mais fácil o tratamento e em alguns casos reverter futuros problemas. A criança poderá ter um déficit importante no desenvolvimento por não enxergar bem. Esse fato infelizmente influenciará muito no futuro do indivíduo", explica o oftalmologista Rodolfo Paulo, do CBV Hospital de Olhos.

As alterações na vista vão além da sala de aula e podem refletir diretamente na rotina dos pequenos. "Os pais devem estar atentos ao desenvolvimento das crianças, a relação com as pessoas e o ambiente. Não é normal a criança que que cai muito, se bate nos objetos", exemplifica o médico.

Sobre o uso de óculos e a resistência de alguns pequenos em usá-lo, o médico diz ser uma situação fácil de converter já que a própria criança ao passar a enxergar melhor geralmente não irá querer ficar sem utiliza-lo. "Em alguns casos os próprios pais têm preconceito com o uso dos óculos. Quando necessário, eles devem incentivar o filho a usar sempre, além de fazer o retorno de acordo com a orientação do seu médico oftalmologista", alerta o oftalmologista.

Ainda segundo o médico, em alguns casos, mais na fase da adolescência, os pais enfrentam uma dificuldade em relação a aceitação do uso dos óculos. A dica é que com muita conversa e exposição da importância do uso, se consiga um consenso. Os pais devem ter em mente a importância do uso dos óculos para o futuro dos seus filhos. 

Outros sinais mais evidentes de que algo pode estar errado com a visão das crianças: olhos vermelhos e inchados, secreções e coceiras. "Sintomas como estes podem indicar desde a Síndrome do olho seco até os diversos tipos de conjuntivite", acrescenta Rodolfo que orienta a avaliação médica quando surgir qualquer alteração na região dos olhos.



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