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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Mortes por câncer de pulmão entre mulheres deve estabilizar em 2030


Estudo inédito do INCA e Ministério da Saúde aponta fim na tendência histórica de elevação nas taxas de mortalidade por esse tipo de câncer entre mulheres brasileiras 
A taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre as mulheres brasileiras vai encerrar uma tendência histórica de elevação em 2030 e estabilizar-se. A consequência direta desse cenário é a diminuição da prevalência do tabagismo na população feminina, resultado das ações da Política Nacional de Controle do Tabaco. Essa estimativa integra o estudo inédito “A curva epidêmica do tabaco no Brasil: para onde estamos indo?”, lançado nesta quinta-feira (29), data em que comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, pelo Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O estudo apresenta as tendências temporais da taxa de mortalidade por câncer de pulmão observadas de 1980 a 2017 e estimadas até 2040.
O estudo aponta que a taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens continua a cair e deve manter essa tendência nos próximos anos, também reflexo da redução da prevalência de fumantes incentivada pelas ações de controle do tabagismo. Entre a população masculina, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão subiu continuamente desde o início da década de 80, estabilizou-se a partir de meados dos anos 90 e começou a cair em 2005.
Os pesquisadores calcularam a taxa de mortalidade por câncer de pulmão padronizada por idade (parâmetro usado mundialmente) de 1980 a 2017 e estimaram sua evolução até 2040, separadamente, para homens e mulheres.
“O estudo confirma o que já sabíamos: a redução do tabagismo salva vidas. Nosso programa de controle do tabagismo é um êxito, mas precisamos avançar, principalmente nas medidas de prevenção à iniciação do tabagismo entre os jovens”, conclui a chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA e também autora do estudo, Liz Almeida.
A taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens sempre foi superior à verificada entre as mulheres. No entanto, como desde 2005 a taxa entre os homens está caindo e a entre as mulheres subindo, as curvas estão se aproximando. A razão entre a mortalidade homem/mulher diminuiu de 3,6 em 1980 para 1,7 em 2017.
O tabagismo é a principal causa para o desenvolvimento do câncer de pulmão, responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença no mundo. No Brasil, o câncer de pulmão, que abrange tumores na traqueia, brônquios e pulmões, é o tipo que mais mata homens e o segundo que mais mata mulheres, depois do câncer de mama. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que mais de 27 mil pessoas foram a óbito em 2017 devido a essa causa.
Os impactos da diminuição do número de fumantes na redução da mortalidade por câncer de pulmão demoram décadas para serem percebidos, porque um fumante leva de 20 a 30 anos para desenvolver a doença.
VIGITEL
Os resultados apontados no estudo "A curva epidêmica do tabaco no Brasil: para onde estamos indo?” estão em consonância com os dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.
De acordo com o Vigitel, nos últimos 12 anos, a população entrevistada reduziu em 40% o consumo do tabaco, o que reforça a tendência nacional observada, ano após ano, de queda constante desse hábito nocivo à saúde. A pesquisa revela que, em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição do Vigitel, esse índice era de 15,6%. No ano passado, as mulheres se destacaram por serem as que menos fumaram, com índice de 6,9%, ou seja, quase a metade dos homens, com 12,1%.
AÇÕES CONTRA O TABACO
No Brasil, a redução do consumo do tabaco é resultado de uma série de ações do Governo Federal. No que diz respeito ao oferecimento de ajuda para a cessação do fumo - que é o foco do 7º Relatório -, o Ministério da Saúde iniciou seus esforços e compromissos na década de 1990, quando o INCA capacitou os profissionais dos estados e dos municípios para estarem aptos a realizar o tratamento no SUS.
Outra ação importante foi a legislação antifumo que proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados - mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Os narguilés também foram incluídos na proibição.
TRATAMENTO NO SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar, com medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona. Entre 2005 e 2016, quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram o tratamento de cessação do tabaco na rede pública de saúde, segundo o INCA. Além disso, a população conta, desde 2001, com um serviço telefônico nacional para tirar dúvidas, cujo número (Disque Saúde 136) deve estar obrigatoriamente estampado no rótulo frontal de todos os maços de cigarros.
Só em 2018, mais de 140 mil fumantes iniciaram esses tratamentos em uma das 4 mil unidades de saúde da rede pública aptas a ofertar esse serviço. Para saber onde procurar atendimento, a população deve ir aos centros/postos de saúde ou à Secretaria de Saúde do município para informações sobre locais e horários de tratamento. Outras informações ainda podem ser consultadas na Coordenação de Controle do Tabagismo na Secretaria Estadual de Saúde ou, via telefone, no Disque Saúde 136.

Natália Monteiro
Agência Saúde, com a Assessoria de Imprensa do INCA

Mais do que estética


 Peito de pombo pode afetar a saúde e até mesmo a vida social.


O peito de pombo, também chamado de pectus carinatum é uma deformidade na parte interior da parede torácica que é projetada para frente. Pode trazer consequências para a postura, podendo causar dores nas costas, no pescoço, além de problemas sociais e psicológicos relacionados à autoestima.

De acordo com o cirurgião torácico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Paulo Boscardim, essa deformidade não é genética. "Porém a pessoa já nasce com essa deformidade e com o passar do tempo o problema vai se acentuando", afirma.

Em alguns casos a deformidade não é perceptível durante anos e segundo o médico trata-se de uma questão estética. "No entanto, faz parte do conceito de saúde global, pois se a pessoa se olha no espelho e não se gosta, consequentemente acarretará em características que podem impactar na vida dela", diz.

O peito de pombo geralmente não causa outros sintomas. Quando isso ocorre, a dor é um sinal comum ao realizar um moviemento brusco. Para diagnosticar o peito de pombo, o médico pode fazer um exame físico e posteriormente solicitar exames. O tratamento para o peito de pombo depende gravidade do caso. O uso de um tipo de colete chamado CDT pode ser suficiente para remodelar a caixa torácica. Em alguns casos a cirurgia é indicada. "Quando certificado a necessidade da cirurgia, indicamos que seja perto dos dez ou doze anos de idade, quanto antes realizada melhor para o paciente", comenta o especialista.

O médico explica que a cirurgia que antes durava cerca de seis horas, hoje, com os avanços da medicina, é possível ser feita em aproximadamente uma hora e a recuperação não é muito complexa. "O pós operatório é um pouco doloroso, mas a dor passa após cinco dias e o paciente passa a ter uma recuperação excelente, podendo possivelmente retomar suas atividades após quinze dias", finaliza.

Síndrome de Down pode ser detectada antes do morfológico


O Teste Pré-Natal Não Invasivo é o estudo genético que analisa a partir da décima semana de gestação a Síndrome de Down e outras trissomias compatíveis com a vida. Apesar de existir há vários anos e ser recomendado por associações médicas internacionais como o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), este teste genético ainda é pouco conhecido do Brasil.

A gravidez após os 35 anos cresceu 65% nos últimos 20 anos. Com o aumento da idade materna, o risco de nascimento de bebês com síndromes genéticas é mais elevado. Tal mudança tem exigido um pré-natal diferenciado para detectar alterações de forma precoce.

Com o objetivo de melhorar as condições de acesso ao teste pré-natal não invasivo, durante o Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP), que ocorreu recentemente, o laboratório de genética Igenomix anunciou uma redução exponencial de preços para a realização do teste NACE, também conhecido como NIPT, que detecta o DNA fetal a partir de uma amostra de sangue materno.
A redução de preço, segundo Dra Marcia Riboldi, geneticista e responsável técnica da Igenomix Brasil, se deu principalmente a partir da otimização de uma nova plataforma desenvolvida pelos pesquisadores da própria Igenomix, com o aprimoramento das análises através da implementação de um processo 100% robotizado com o uso de sequenciamento de nova geração (NGS) e a análise dos resultados obtidos através de um novo sistema bioinformático juntamente com a incorporação da inteligência artificial.

As melhorias permitiram trazer a tecnologia de análise para o laboratório no Brasil, o que diminuiu também os custos logísticos e prazo de entrega dos resultados.

Detecção da Síndrome de Down é a maior preocupação

Além de seguir para o ultrassom morfológico com mais tranquilidade, o Teste NACE permite prevenir a realização de um exame invasivo onde uma agulha atravessa a placenta para coletar uma amostra do líquido amniótico (amniocentese), algo que pode ser solicitado diante de falsos positivos ou ausência de resultados claros após a triagem do primeiro trimestre.

As chances de nascimento de um bebê com Síndrome de Down varia por idade materna, conforme dados do ACOG (Colégio Americano de Obstetras e Ginecologista):
  • 1 em cada 1.480 aos 20 anos
  • 1 em cada 940 aos 30 anos
  • 1 em cada 353 aos 35 aos
  • 1 em cada 85 aos 40 aos
  • 1 em cada 35 aos 45 anos

Sexagem fetal com 99,9% de acerto

Com a redução de preços a tendência é as futuras mães redirecionarem o investimento de uma sexagem fetal para um teste genético mais completo e confiável, que além do sexo dá informação sobre síndromes genéticas a partir da décima semana de gestação.
 

Aconselhamento genético

Contar com o Aconselhamento genético na hora de realizar um teste genético é fundamental tanto para decidir sobre as diferentes opções de testes, quanto para entender os próximos passos após receber o laudo. Algo que está incluído de forma gratuita na análise

O medo de lidar com os resultados é algo bastante comum, porém com informação completa e apoio do geneticista, as famílias conseguem entender e lidar com eventuais alterações de forma assertiva. “A gente precisa combater o medo com informações”, afirma Dra Marcia.
 

Como a Inteligência Artificial se aplica ao teste genético?

O teste NACE, assim como outras análises genéticas oferecidas pelo laboratório Igenomix, incorporaram o uso da inteligência artificial a partir de um alto volume de amostras analisadas mundialmente que permitiu o machine learning, conceito onde a plataforma aprende a analisar os resultados do sequenciamento genético para emitir laudos livres da subjetividade humana.

O laudo continua passando pelos especialistas antes de sua finalização, que confirmam ou retificam os resultados que continuam alimentando de forma contínua o aperfeiçoamento da inteligência artificial.
 

Sociedades médicas a favor

Internacionalmente, a realização do NIPT é recomendada por diferentes sociedades médicas como a opção mais precisa de detectar de forma precoce trissomias nos cromossomos 13, 18 e 21.
Além da ACOG, Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, outras sociedades médicas já se manifestaram a favor do Teste Pré-Natal Não Invasivo (NIPT-NACE):
  • SMFM: Sociedade de Medicina Materno-Fetal
  • ISPD: Sociedade Internacional de Diagnóstico Pré-natal
  • ASHG: Sociedade Americana de Genética Humana
  • ACGM: Colégio Americano de Genética e Genômica Médica
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ANVISA aprova primeiro tratamento biológico para Dermatite Atópica em adolescentes



- Decisão amplia uso do único tratamento biológico disponível também para pacientes com idade a partir de 12 anos -


- Casos moderados a grave da doença causam impactos físicos e emocionais, como depressão, insônia e até preconceito - 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou extensão de uso de DUPIXENT® (dupilumabe) para o tratamento de pacientes a partir de 12 anos com dermatite atópica moderada a grave, cuja doença não está adequadamente controlada com tratamentos tópicos ou quando estes não são recomendados.
DUPIXENT® (dupilumabe) é o único biológico disponível para o tratamento da dermatite atópica. Foi aprovado em 2017 pela ANVISA para uso em adultos e iniciou uma nova era no tratamento da doença. A terapia biológica foi desenvolvida especificamente para inibir a sinalização excessiva de duas proteínas-chave, IL-4 e IL-13, que são consideradas as principais causas da inflamação Tipo-2 diretamente relacionadas com a dermatite atópica[i] e várias outras doenças alérgicas. 
 “A aprovação de dupilumabe também para adolescentes com dermatite atópica moderada a grave é mais um passo para a melhora da qualidade de vida desses pacientes que sofrem com esta doença e apresentam sintomas por vezes debilitantes, como as erupções cutâneas e a coceira crônica”, comenta a Diretora Médica de Imunologia da Sanofi, Dra. Suely Goldflus.
Existe uma necessidade médica não atendida de um tratamento seguro e eficaz em longo prazo para dermatite atópica moderada a grave, particularmente em adolescentes. Além de hidratação e tratamentos tópicos, como pomadas e cremes, essa população não possui hoje uma alternativa de terapia sistêmica aprovada pela Anvisa para o controle da doença. DUPIXENT® (dupilumabe) é administrado através de injeção subcutânea e pode ser aplicado pelo próprio paciente seguindo as orientações do médico e da bula do produto[ii].

O Brasil é o primeiro país pós Estados Unidos e União Europeia a aprovar a extensão de uso de DUPIXENT® para adolescentes com dermatite atópica com idade a partir de 12 anos. A indicação de DUPIXENT® para pacientes com asma grave também foi submetida para análise da ANVISA no Brasil.

Dermatite Atópica e seus reflexos na vida do paciente
É uma doença inflamatória crônica com sintomas frequentemente aparentes como lesões na pele[iii], [iv], [v], [vi]. Os casos moderados a graves da doença são caracterizados por erupções cutâneas que geralmente cobrem grande parte do corpo e podem incluir coceira intensa e persistente e ressecamento da pele, rachaduras, vermelhidão, crostas e formação de líquido[vii].
A coceira é um dos sintomas mais desconfortáveis para os pacientes e pode ser debilitante. Nos casos moderados a graves, a doença impacta também aspectos da qualidade de vida, como sono, ansiedade e pode causar depressão[viii], [ix]. Além das consequências físicas e psicológicas, os quadros podem se tornar ainda mais incômodos para os pacientes, que chegam a sofrer preconceito da sociedade.
Adolescentes entre 14 a 17 anos perdem em média 26 dias escolares por conta da dermatite atópica. Quadros de depressão estão presentes em mais da metade (52%) dos adolescentes com DA e 39% deles relatam ter sido vítimas de bullying por causa da DA em algum momento da vida. Durante as crises, 50% dos adolescentes com DA se preocupam sobre serem vistos em público e 36% dizem que têm sua autoconfiança abalada[x].
Especialmente no caso dos adolescentes, os impactos são relacionados com as outras consequências do período de transição da infância para a vida adulta. E as consequências de tudo isso atingem não somente o jovem, mas todo o grupo familiar, trazendo problemas relevantes e implicações em longo prazo[xi].
Esses desafios também foram identificados na vida adulta, em pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos - a pedido da Sanofi em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) -  envolvendo 199 pacientes em 11 cidades brasileiras.
O estudo mostra que 35% dos entrevistados já sofreram algum tipo de preconceito, em diversas situações cotidianas - transporte coletivo (49%), local de trabalho (44%) e em escolas ou faculdades (34%)[xii].
O levantamento revelou ainda um outro dado preocupante: 12% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave já perderam a vontade de viver em decorrência da doença, o equivalente a 1 em cada 10 entrevistados. Além disso, a pesquisa mostrou que os pacientes adultos chegam a faltar até 21 dias no trabalho por ano devido aos sintomas, contabilizando um mês de trabalho12.

Desenvolvimento clínico
DUPIXENT® (dupilumabe) está aprovado nos Estados Unidos (FDA) e Europa (EMA) para pacientes adultos e adolescentes com Dermatite Atópica Moderada a Grave e pacientes Asmáticos a partir dos 12 anos. Recentemente foi aprovado nos Estados Unidos como terapia adjuvante para tratamento da Rinossinusite crônica com polipose nasal. DUPIXENT® (dupilumabe) tem sido estudado em outras indicações como Dermatite Atópica a partir dos 6 meses de vida, Esofagite Eosinofílica dentre outras indicações.  
Dupixent® foi desenvolvido em conjunto pela Sanofi e Regeneron em um acordo de colaboração global.



Sanofi





[i] Simpson et al. Two Phase 3 Trials of Dupilumab versus Placebo in Atopic Dermatitis. N Engl J Med. 2017 Mar 16;376(11):1090
[iii] Eichenfield et al. Guidelines of Care for Atopic Dermatitis. J Am Acad Dermatol. 2014;70(2):338-51.
[v] Gelmetti and Wolleberg. Atopic dermatitis- all you can do from the outside. Br J Dermatol. 2014;170 Suppl 1:19-24.
[vi] National Institutes of Health (NIH). Handout on Health: Atopic Dermatitis (A type of eczema) 2013. Available at: http://www.niams.nih.gov/Health_Info/Atopic_Dermatitis/default.asp. Accessed October 2016.
[vii] Mount Sinai. Patient Care Atopic Dermatitis. Available at: http://www.mountsinai.org/patient-care/health-library/diseases-and-conditions/atopic-dermatitis#risk. Accessed August 2017.
[viii] Zuberbier T et al. Patient perspectives on the management of atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol. 2006;118(1):226-32.
[ix] Torrelo A et al. Atopic dermatitis: impact on quality of life and patients' attitudes toward its management. Eur J Dermatol. 2012 Jan-Feb;22(1):97-105.
[x] Halvorsen JA, Lien L, Dalgard F, Bjertness E, Stern RS. Suicidal ideation, mental health problems, and social function in adolescents with eczema: a population-based study. J Invest Dermatol. 2014;134(7):1847-1854.
[xi] Nogueira KT. Asma na adolescência. Publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Art de Rev 2015; 5-3 (1) [acesso em 26 mar 2018]. Disponível em: http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/167/asmanaadolescencia
[xii] Pesquisa Revelando a dermatite atópica. Ipsos 2018.

Setembro Amarelo: Como falar sobre suicídio em 5 pontos


Psiquiatra fundador do Programa Semente explica como tratar do assunto de maneira sensível e consciente


A campanha de conscientização e prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, começou em 2015 e continua marcando presença nas discussões sobre o tema. Durante o mês, diferentes iniciativas abrem diálogo sobre os transtornos que podem levar ao suicídio, entre eles a depressão. Segundo pesquisa divulgada ontem (28) pela Associação Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), 66% das pessoas conhecem alguém com depressão severa, e 41% afirmam terem conhecido alguém que cometeu suicídio.

Dessa forma, é imprescindível que, ao tratar de um assunto delicado, as pessoas saibam a melhor forma de disseminar informações de maneira sensível e responsável. Segundo Celso Lopes de Souza, psiquiatra, educador e fundador do Programa Semente – programa estruturado de aprendizagem socioemocional –, o primeiro erro com relação ao tema do suicídio é não falar sobre ele. O psiquiatra aponta alguns pontos que precisam ser reforçados quando se aborda o assunto. Confira cinco deles:


1. Suicídio é coisa séria

A Organização Mundial da Saúde aponta que o suicídio é a segunda causa de morte que mais atinge os jovens de 15 a 29 anos no mundo. Além disso, só no Brasil, uma pessoa comete suicídio a cada 45 minutos. “Pesquisas mostram que 9 a cada 10 pessoas que cometem suicídio tinham algum transtorno psiquiátrico”, afirma Celso. Segundo ele, o suicídio é uma realidade que não deve ser negada, e sim tratada como um problema de saúde pública.


2. Não é preciso medo para falar sobre suicídio

“Já está mais do que comprovado que falar sobre o assunto não agrava a situação, muito pelo contrário, pode ajudar a tratar as pessoas que tenham essa intenção”, diz. De acordo com o especialista, existem alguns pontos que devem ser levados em consideração ao falar sobre o assunto. Para exemplificar, ele cita a série 13 Reasons Why, da Netflix. “A série tem o lado bom que é a promoção da discussão sobre o assunto, mas há cuidados que precisam ser tomados na discussão sobre o tema que ela aborda.  Por exemplo, ela mostra a continuidade da personagem após a morte por meio de um material que ela deixou. Isso gera a ilusão de que a personagem continua interagindo com as pessoas que eram próximas, mas suicídio é morte. Isso não invalida a arte, pelo contrário, discutir isso ajuda a falar do tema por meio da reformulação das distorções que a série apresenta. ” (A série já está em sua terceira temporada, disponível na plataforma de stream.)


3. Pensamentos de morte é uma coisa, ideação suicida é outra.

Celso Lopes de Souza diferencia o pensamento de morte com a ideação de suicídio para que as pessoas possam entender melhor a questão: “o pensamento de morte é mais comum, a pessoa pensa ‘eu poderia morrer’, ou ‘eu queria morrer’. Já a ideação do suicídio é mais grave, em que a pessoa pensa ‘eu quero me matar’”. Segundo o levantamento do Ibope, o pensamento suicida não é levado a sério entre 28% dos homens e 32% das pessoas acima de 55 anos. Celso explica que as pessoas que tem ideação suicida vivem os 3 “is”: “sentem que a dor é impossível, insuportável e interminável, o que leva ao desejo de querer tirar a própria vida. Elas claramente não conseguem perceber sozinhas que esses "3i's" são distorções de percepção da realidade, por isso precisam de ajuda”.


4. É possível prevenir o suicídio

De acordo com o especialista, falar sobre os sintomas que podem surgir antes e durante uma intenção de suicídio é fundamental para que a pessoa busque ajuda. “Sinais como isolamento, corte de planejamentos futuros, uso de substâncias psicoativas e mensagens de despedida são alguns pontos que devem ter atenção especializada”, diz. E também há como prevenir os distúrbios psiquiátricos por meio da aprendizagem socioemocional, em que crianças e adolescentes aprendem na escola sobre empatia, resiliência, autoconhecimento e autocontrole, por exemplo. “Há farta evidência científica de que a aprendizagem socioemocional é um fator de proteção para o surgimento de transtornos psiquiátricos. No Programa Semente, nós oferecemos uma formação socioemocional do Ensino Infantil ao Ensino Médio, e quanto mais isso for exercitado, maiores as chances da diminuição de doenças como ansiedade e depressão”, explica Celso. O levantamento do Ibope também mostra que 29% dos jovens entre 18 e 24 anos não acreditam no tratamento bem-sucedido da depressão, e segundo a OMS, pelo menos 30% da população mundial vai passar por algum momento de depressão ao longo da vida.


5. As campanhas de prevenção são fundamentais

O Setembro Amarelo é uma oportunidade de conscientizar as pessoas e promover a discussão sobre o tema do suicídio. Para Celso Lopes de Souza, as campanhas “são muito importantes porque mostram que o suicídio e o pensamento suicida é algo humano. E nelas deve haver as mensagens de que, primeiro, sempre há uma saída e, segundo, tudo passa.”





Programa Semente

O Ciclo Vicioso do Açúcar



Açúcar pode levar à Compulsão Alimentar e à Síndrome de Abstinência


“Por ter me especializado em Endocrinologia, desde o início tratar com muita frequência de Diabetes Mellitus e ter presenciado durante toda a minha infância, a minha avó diabética que teve quase todas as complicações do diabetes, encaro o açúcar como o maior vilão da atualidade” – desabafa a Dra. Bruna Marisa, médica e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, que continua...”Depois que aderi ao estilo de vida Paleo/ Low Carb, curei  meu refluxo, perdi  mais de 20 kg adquiridos na minha primeira gestação, que foi muito complicada devido a necessidade de altas doses de hormônios,  afirmo que ninguém deveria usar o açúcar no seu dia a dia, afinal de contas, já é  da tradição do prato brasileiro o uso de vários outros tipos de carboidratos como o pão, o arroz, a batata e o macarrão.”

O que a Dra. Bruna afirma categoricamente é que o açúcar comprovadamente causa dependência, exatamente como várias drogas que são consideradas muito mais nocivas.

Pessoas viciadas em açúcar devem ser tratadas da mesma maneira que qualquer dependentes de drogas. De acordo com a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, os efeitos do açúcar no cérebro são parecidos com o mecanismo responsável pelo vício em cocaína.

Quando usamos a desculpa do "eu mereço" para atacar um doce com a falsa ilusão de que vai se sentir melhor, isso tem uma explicação: -Vício em açúcar. 

E tem mais. Este vício é tão grave que a sensação de arrependimento depois de ter consumido um doce, por exemplo, pode ser pior do que como a pessoa se sentia antes do consumo. Diversos estudos constataram que esta compulsão pode ser considerada tão séria e tão forte quanto ao do alcoolismo e do tabagismo.


O Açúcar pode levar à Compulsão e Síndrome de Abstinência

As vezes temos vontade de ingerir açúcar pra aliviar as sensações de angústia, tristeza, problemas, as mulheres sentem muita vontade de consumir açúcar no período pré-menstrual e a maioria usa a desculpa de estar comemorando algo.  Afinal, doces têm a capacidade de nos fazer sentir mais felizes.

Estudos recentes provaram que os humanos são programados desde a infância a desejar o sabor doce. Lembra de quando você era pequeno e sua mãe compensava uma boa ação com um doce e até mesmo nos consultórios médicos era comum ganhar um doce se não chorássemos depois de uma injeção? Pois é. E, uma vez que o corpo experimenta a recompensa açucarada, não leva muito tempo para se viciar. Na verdade, o vício surge já no nascimento, pois o leite materno é extremamente doce, fazendo com que o recém-nascido comece a reconhecer o prazer de ingerir alimentos adocicados.

A compulsão surge porque após ingerir uma guloseima, por exemplo, o cérebro libera opioides, que são substâncias químicas naturais que dão a sensação de imenso prazer. Ao reconhecer esta sensação boa, o cérebro começa a pedir mais e mais opioides e, consequentemente, mais açúcar.

Os cientistas já até identificaram as áreas do cérebro que são ativadas pela compulsão açucarada e descobriram que são as mesmas áreas ativadas no vício em drogas, o que prova a real capacidade viciante do açúcar, mas vamos ver mais a fundo.


O Processo

Quando ingerimos doces, o açúcar entra no sistema sanguíneo, elevando os níveis de glicose e estimulando o pâncreas a produzir e liberar um hormônio chamado insulina, que converte a glicose em energia e em estoques de gordura. Mas além de cáries e obesidade, os doces também são ligados a outras doenças sérias, como a depressão do sistema imunológico, a diabetes e as alterações de humor.

No cérebro, há a liberação dos opioides e há estudos que mostram que a compulsão açucarada produz no órgão o mesmo efeito químico da heroína e da morfina e o corpo "aprende" a pedir mais e mais açúcar para conseguir o efeito prazeroso que ele produz no organismo. Para provar esta teoria, os cientistas deram remédios que bloqueavam os receptores de opioides no cérebro e os voluntários que participavam da pesquisa sentiram muito menos vontade e interesse em consumir doces.

Pesquisadores das universidades de Princeton e Minnesota, nos Estados Unidos, realizaram testes com camundongos. Estes testes mostraram que o vício em açúcar leva à compulsão e à síndrome de abstinência. Em humanos, imagens cerebrais mostraram que a imagem de um sorvete em pacientes normais gera a mesma sensação prazerosa no cérebro que imagens de um cachimbo de crack para um viciado.

E o açúcar está presente em diversos alimentos do dia a dia, como katchup, sucos, refrigerantes, pães, cereais etc, e não acrescenta nada ao organismo a não ser energia, pois não tem fibras, minerais ou antioxidantes. Além de engordar e aumentar as chances de ter cáries.

Carboidrato é um macronutriente formado fundamentalmente por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio. Este macronutriente quando ingerido e absorvido, é responsável por liberar glicose, fornecer energia para as células (por ser a primeira fonte de energia celular) e fazer a manutenção metabólica glicêmica para que o corpo continue funcionando bem.

Eliminar os carboidratos da dieta é mais complicado, mas há como reduzir sua ingestão ao evitar alimentos industrializados - em especial a farinha branca. Também é necessário beber mais água, porque o cérebro confunde desidratação com fome; ingerir mais proteínas porque elas garantem saciedade por mais tempo e ajudam a resistir à vontade de comer um docinho. Também é fundamental abrir mão da sobremesa por três semanas para readaptar o paladar e diminuir a compulsão; e por fim, resista ao impulso de comer porque está nervoso, por habito ou por estar à toa, feliz ou triste.

Comida é alimento e precisamos tentar desvincula-la da fonte de prazer para não tornar isso um habito! Só uma exceção.




Dra. Bruna Marisa Soares - especialista em Clínica Médica, pós graduada e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular e possui cursos de Medicina Esportiva, onde atua. Ela também é Médica do Complexo Hospitalar São Francisco e da Santa Casa De Misericórdia de BH.
 Instagram: @drabrunamarisa


Setembro Vermelho

Cardiologista do Hospital América de Mauá alerta sobre cuidados com o coração


Idealizada em 2014 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha visa promover a conscientização da população em relação a doenças cardíacas, já que o número de óbitos relacionados ao coração chega a 43% no mundo. O mês de setembro foi escolhido justamente por ser quando é celebrado o Dia Mundial do Coração, no dia 29. A má alimentação, principalmente o consumo excessivo de carboidrato simples (presentes em alimentos com farinha branca), de gorduras saturadas de origem animal, de sal e de bebidas alcoólicas, contribui para o desenvolvimento de doenças como diabetes, dislipidemia (problemas de colesterol) e hipertensão arterial, condições que, a longo prazo, aumentam as chances de infarto. “O sedentarismo e o tabagismo também são hábitos que devem ser abolidos, uma vez que aumentam significativamente as taxas de doenças cardiovasculares. Pessoas que nunca sofreram eventos cardíacos e que não têm histórico familiar de doença cardíaca entre pais e/ou irmãos, devem passar por avaliação cardiológica a partir dos 35 anos de idade. Aqueles com histórico de doenças cardíacas entre pais e/ou irmãos devem ser avaliados a partir dos 30 anos. Na consulta com o cardiologista, o médico determinará quais exames complementares deverão ser realizados e qual a periodicidade das futuras avaliações”, explica Dr. Eduardo Moreira dos Santos, cardiologista clínico e intervencionista e prestador de serviços no Hospital América de Mauá.

O aumento dos triglicérides, apesar de não influenciar diretamente no surgimento de doenças cardíacas, frequentemente está relacionado ao aumento das taxas de açúcar no sangue, que  contribui para a manifestação de diabetes, pré-diabetes e intolerância à glicose, importantes fatores de risco para as doenças cardíacas, assim como a dislipidemia, isto é, o aumento dos colesteróis maléficos ao coração (LDL).

O infarto é a principal causa de morte por doença cardíaca e uma das principais causas de morte em todo o mundo. Em 2030, estima-se que o Brasil será um dos campeões mundiais em números de infarto, por isso é urgente que a população saiba identificar os sintomas. “Habitualmente, o infarto se manifesta pela angina, que provoca dor intermitente ou grande desconforto no peito, como sensação de pressão ou queimação. Essa dor também pode irradiar para os membros superiores e para a mandíbula. A angina costuma ter início enquanto o paciente se encontra em repouso e tem duração prolongada, geralmente maior que 20 minutos. No entanto, médicos e pacientes devem estar atentos a algumas populações específicas que podem não manifestar os sintomas típicos de infarto descritos acima. Mulheres, idosos e diabéticos podem sentir apenas um desconforto torácico inespecífico ou dispneia (sensação de falta de ar) e, em alguns casos, podem sofrer infarto sem apresentar sintoma nenhum. Sendo assim, ao reconhecer algum dos sintomas, o paciente deve encarar como um sinal de alerta, buscando atendimento médico o mais rápido possível, de forma a agilizar o diagnóstico e receber o tratamento adequado o quanto antes”, ressalta o cardiologista.

A idade é um fator que também afeta diretamente nas taxas de sobrevivência ao infarto. Como o processo de acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos se inicia desde a infância e vai até o final da vida, pode-se assumir que quanto maior a idade, maior a propensão de um indivíduo sofrer infarto. “Pacientes com mais de 75 anos têm maior taxa de mortalidade que pacientes mais jovens. A qualidade de vida do paciente antes de sofrer o evento cardiovascular também influencia em sua sobrevida futura, principalmente no que se refere à reabilitação cardiovascular após o infarto, uma vez que uma pessoa com hábitos saudáveis possui maior capacidade de realizar exercícios físicos, o que facilita a reabilitação”, pontua o especialista.

O sedentarismo também é um grande fator de risco para doenças cardiovasculares, por isso a atividade física deve ser priorizada na rotina do dia a dia. “Idealmente, todos nós devemos realizar, no mínimo, 30 minutos de atividades físicas aeróbicas (como caminhada, bicicleta ou corrida) cinco vezes por semana. Sempre que possível, a associação com exercícios anaeróbicos também deve ser feita, sob orientação médica, com a finalidade de proporcionar fortalecimento muscular e melhora da capacidade de desempenhar atividade física aeróbica”, finaliza o médico.




Dr. Eduardo Moreira dos Santos - cardiologista clínico, intervencionista e prestador de serviços no Hospital América de Mauá.

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