As chances de cura do tumor, que acomete crianças abaixo de cinco anos, superam 90% quando diagnosticado em estágio inicial e tratado em centros especializados. Mas, se descoberta tardiamente, a doença pode levar à cegueira e até à morte
Em mais
de 60% dos casos, o retinoblastoma causa leucocoria, ou seja, um reflexo
anormal na pupila quando exposta à luz, perceptível em fotos tiradas com flash,
nas quais aparece um brilho branco diferente no olho da criança
Em 18 de setembro é celebrado o Dia Nacional de
Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma.
O Hospital do GRAACC, referência no tratamento de casos de alta complexidade de
câncer infantojuvenil, apoia, pelo terceiro ano consecutivo, a campanha De Olho nos
Olhinhos. Idealizada pelo apresentador Tiago Leifert e a
jornalista Daiana Garbin, a iniciativa alerta a sociedade sobre os sinais desse
câncer ocular infantil, com o objetivo de aumentar as chances de cura.
Apesar de raro, o retinoblastoma é o tipo mais comum de câncer no olho em crianças. Ele tem origem na retina e 95% dos casos ocorrem até os 5 anos de idade. “O diagnóstico precoce é imprescindível em qualquer tipo de câncer. No caso do retinoblastoma, se o tumor for diagnosticado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura superam 90%”, explica a Dra. Carla Macedo, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC. “Por outro lado, se houver demora na detecção, o câncer sai do olho e se espalha para outros locais do corpo, o que coloca em risco não somente a visão, mas também a vida da criança”, previne.
A oncologista pediátrica ressalta que, independentemente do
surgimento ou não de sintomas aparentes, é muito importante que pais e
responsáveis levem a criança para avaliação de um oftalmologista no primeiro
ano de vida. “Os cuidados com os olhos são fundamentais para o diagnóstico em
estágio inicial de qualquer alteração ocular nos bebês”, frisa a Dra. Carla.
Principais sintomas do retinoblastoma
Reflexo branco na pupila: Em mais de 60% dos casos, o
retinoblastoma causa leucocoria, ou seja, um reflexo anormal na pupila quando
exposta à luz. Popularmente conhecida como ‘reflexo do olho de gato’, a
leucocoria é perceptível em fotos tiradas com flash, nas quais aparece um
brilho branco diferente no olho da criança e, também, por meio de um exame
oftalmológico.
Estrabismo: desvio ocular no qual os dois olhos não parecem olhar na mesma
direção, que pode acontecer por conta da fraqueza do músculo que controla o
movimento do olho.
Proptose: deslocamento anterior do olho na cavidade da órbita, condição que
faz com que um ou ambos os olhos fiquem salientes.
Outros sinais também merecem atenção, como problemas de visão,
aumento do tamanho do olho, dor nos olhos, vermelhidão da parte branca do olho
e sangramento na parte anterior do olho.
Tratamento
O Hospital do GRAACC possui um dos mais modernos centros de
tratamento do retinoblastoma, que é comparado aos principais serviços
existentes em países da Europa e nos Estados Unidos. Sua equipe
multidisciplinar é especializada em todas as modalidades terapêuticas
necessárias.
Há mais de 10 anos, o Hospital aplica a quimioterapia
intra-arterial, procedimento minimamente invasivo que age no foco da doença.
“Um microcateter é introduzido, normalmente em um acesso na virilha, e, por
meio de micronavegação, é posicionado na artéria oftálmica do olho, onde será
injetada a medicação quimioterápica, com concentração 80 vezes maior que a
quimioterapia sistêmica. Geralmente são suficientes de 3 a 5 sessões para a
remissão do câncer”, explica Dra. Carla. “Esse procedimento, juntamente com a
quimioterapia sistêmica, quimioterapia intraocular e as demais técnicas de
tratamento local, reduz, em média, para 20% a necessidade de enucleação, que é
a remoção do globo ocular”, completa.
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