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domingo, 23 de agosto de 2015

A vilã do diabetes: hipoglicemia noturna



Entenda porque o baixo nível de açúcar no sangue pode ser tão perigoso
O quadro de hipoglicemia se caracteriza pelo baixo nível de açúcar (glicose) no sangue e é uma das principais complicações para quem sofre com o diabetes, doença que atinge 11,6 milhões de brasileiros adultos, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes.
A hipoglicemia pode acometer qualquer pessoa, porém os portadores de diabetes são mais vulneráveis por conta da disfunção na produção da insulina. “Para controlar esse sintoma, alguns hábitos podem ser revistos para que o paciente controle os níveis de açúcar no sangue e, assim, evite a hipoglicemia”, comenta Dra. Priscilla Mattar, endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk no Brasil. Entre eles, evitar o jejum, respeitando os horários corretos das refeições, não praticar atividades físicas sem ter se alimentado, seguir corretamente as doses de insulinas ou medicamentos orais e evitar consumo de álcool.
“A hipoglicemia noturna é a vilã de quem tem diabetes. O quadro, que assusta pacientes e quem convive com eles, pode ser fatal caso a glicose não seja reposta imediatamente”, complementa a Dra. Priscilla. Para evitar o problema, além do controle dos níveis de açúcar no sangue, é possível contar com medicamentos. "A degludeca é uma insulina de ultralonga duração, que proporciona até 42 horas de cobertura¹, e reduz em 25% o risco de hipoglicemia noturna em diabetes tipo 1² e em 43% nos diabéticos tipo 2³”, completa.
Além de mais tempo de ação, esse cuidado dá mais segurança para o paciente e para a pessoa que convive com ela. “Hoje muitas pessoas que têm diabetes não dormem fora de casa ou viajam sozinhas por receio caso tenham algum episódio de hipoglicemia grave durante a noite.  A redução dos episódios de hipoglicemia traz mais segurança e confiança ao paciente”, finaliza a médica.
Por isso, importante ficar atento aos sinais de hipoglicemia, como sensação de tremores, fraqueza, fome, suor frio, nervosismo e/ou sonolência, confusão mental, agressividade ou desmaio. Seguindo todos esses cuidados e sinais de atenção, é possível conviver com a doença e ter o tratamento adequado.
Sobre o diabetes
O diabetes ocorre quando o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina ou a produz de forma insuficiente, ou ainda quando há alteração da ação desta insulina no organismo. Estas alterações na produção ou ação da insulina causam aumento da glicemia (açúcar no sangue). A insulina é essencial para o bom funcionamento do organismo, já que é um hormônio que age transportando a glicose do sangue (absorvida na alimentação) para dentro da célula, servindo como fonte de energia4.
Existem tipos diferentes de diabetes. São eles:
Tipo 1
Na maioria dos casos, trata-se de uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Este tipo é geralmente diagnosticado ainda na infância ou adolescência, mas pode surgir também em outras faixas etárias.
Tipo 2
É o mais comum e corresponde a 90% dos casos. Ocorre pela inexistência, insuficiência ou resistência à insulina (ação alterada da insulina). Cerca de 50% dos portadores de diabetes tipo 2 não sabem de sua condição, justamente pelos poucos sintomas que apresentam no início da doença.
1. Haahr, Hanne , Heise, Tim
Clinical Pharmacokinetics, 2014, Vol.53(9), pp.787-800
2. Heller S, et al. Insulin degludec, an ultra-long-acting basal insulin, versus insulin glargine in basal-bolus treatment with mealtime insulin aspart in type 1 diabetes (BEGIN Basal-Bolus Type 1): a phase 3, randomised, open-label, treat-to-target non-inferiority trial. Lancet. 2012;379:1489–97.
3. Rodbard HW, Cariou B, Zinman B, Handelsman Y, Philis-Tsimikas A, Skjøth TV, Rana A, Mathieu C; BEGIN Once Long Trial Investigators. Comparison of insulin degludec with insulin glargine in insulin-naive subjects with Type 2 diabetes: a 2-year randomized, treat-to-target trial.
Diabet Med. 2013 Nov;30(11):1298-304.
4. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014
Novo Nordisk - www.novonordisk.com.br

Sem diagnóstico, hepatites virais podem levar a cirrose hepática





Especialista do Hospital 9 de Julho alerta para os riscos do diagnóstico tardio e do não tratamento das hepatites virais; aproximadamente 70% das infecções entre os portadores de hepatite C se cronificam

Embora sejam inicialmente silenciosas, as hepatites virais podem levar a complicações sérias como a cirrose quando não diagnosticadas precocemente. Isso acontece porque os vírus causadores da doença geram uma inflamação crônica e silenciosa no fígado, que é o segundo maior órgão do corpo humano, responsável por secretar e metabolizar substâncias importantes para a manutenção da saúde.
No Brasil, os tipos de hepatites virais mais comuns são a A, B e C. Embora algumas delas – como a hepatite A -, possam ter evolução benigna, sem deixar sequelas, outras podem levar a danos graves para a saúde. Por isso, segundo a hepatologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, Marta Deguti, os tratamentos estão cada vez mais complexos e individualizados.
 “Enquanto a hepatite A tem transmissão oral-fecal, as B e C podem ser transmitidas por relações sexuais e transfusões sanguíneas, respectivamente”, destaca a especialista. A partir do diagnóstico, o médico irá recomendar o melhor tratamento de acordo com o tipo e características de vírus, perfil do paciente e análise de possíveis doenças concomitantes, que possam interferir ou prejudicar a melhora do quadro.
Quanto à periodicidade das medicações, algumas podem ser utilizadas por tempo limitado, outras são de uso diário prolongado. Há ainda as de dose única ou associadas a outros remédios.
Quando não diagnosticadas a tempo, ou não tratadas adequadamente, as hepatites virais podem evoluir para uma cirrose hepática. Em casos mais graves, há risco de desenvolvimento de câncer no fígado. “Além disso, é importante lembrar que alguns comportamentos podem piorar o quadro como, por exemplo, o consumo de álcool. Além disso, a obesidade e o diabetes mal controlado podem piorar a doença”, lembra a Dra. Marta.

Diagnóstico
Não são raros os casos de pessoas que sofrem por anos de hepatite sem saber da doença. O diagnóstico pode acontecer incidentalmente, em um check-up médico ou durante o processo de doação de sangue.
De acordo com a Dra. Marta, é preciso ficar atento quando um ou mais desses sintomas aparecem associados: febre, náuseas, dores articulares, falta de força, coloração amarelada da pele e escurecimento da urina. “O especialista também pode solicitar um exame mais detalhado quando a pessoa relata antecedentes que o coloquem sob suspeita, como em casos de transfusão sanguínea”, conclui a hepatologista.

Hospital 9 de Julho -  www.h9j.com.br.

Pontapé inicial contra a malária




Artigo de professora da Unesp é publicado no Estadão Noite
A malária é uma doença causada pela picada do mosquito Anopheles infectados pelos parasitos do genêro Plasmodium. Esta parasitose afeta, principalmente, populações pobres e marginalizadas de países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil, especialmente a região amazônica e países do continente africano. Os altos índices de mortalidade e morbidade associados a esses parasitos são atribuídos a fatores socioeconômicos das populações atingidas e à complexa relação parasito-homem, as quais provocam atrasos no desenvolvimento de novos medicamentos ou vacinas eficazes para o tratamento e controle dessa doença. De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras, a malária mata todos os anos cerca de 580 mil pessoas, sendo que 90% de todas estas mortes ocorrem na África subsaariana.
O controle da malária inclui medidas preventivas como diminuição da população de insetos pela borrifação das paredes dos domicílios das regiões endêmicas com inseticidas de depósito e identificação de casos humanos pelo diagnóstico rápido, apurado seguido por intervenção terapêutica. O monitoramento da eficácia do tratamento antimalárico é igualmente decisivo. Isso exige controle da eliminação dos parasitos para que se possa detectar precocemente qualquer recrudescimento da doença devido às variedades resistentes aos medicamentos utilizados.
Podemos dizer que já houve algum progresso no controle da malária, com redução na transmissão e no número de casos. Mas isso não é suficiente. Já existem relatos sobre a circulação nas regiões endêmicas de cepas de Plasmodium resistentes (não-responsivas) a medicamentos de ultima geração, como é o caso da artemisina, o que poderá reverter a tendência positiva do controle já alcançado.
Ao longo do desenvolvimento da infecção no homem, os parasitos apresentam diferentes formas (hipnozoítas, trofozoítas, merozoítas e gametócitos), o que dificulta o desenvolvimento de vacinas eficazes. O anúncio feito dia 24 de julho, pela indústria farmacêutica Glaxo Smith Kline (GSK), sobre o parecer favorável dado pela agência europeia reguladora de medicamentos EMA (European Medicines Agency) para o uso da vacina antimalária “Mosquirix”, em desenvolvimento há quase 30 anos, é um pontapé inicial no avanço do controle da malária e, quem sabe, na sua futura erradicação, pois apenas uma combinação de ferramentas de prevenção, diagnósticas e quimioterápicas associadas a vacinas eficazes poderão assegurar continua redução no número de casos, mortalidade e, quem sabe, sua erradicação. Muito ainda precisa ser feito, pois apesar de estar longe de ser eficaz, “Mosquirix” atrai apoio financeiro para novas pesquisas, pavimentando o caminho para o desenvolvimento de novas vacinas de segunda geração. A “Mosquirix” corresponde, até o momento, ao único, porém, grande passo para a futura eliminação da malaria.
A tempo, a inspiração para a “ Mosquirix” é a descrição da proteina circunsporozoita  de Plasmodium, feita pelo casal Ruth e Vitor Nussensweig em 1985,  pesquisadores da USP, posteriormente transferidos para a Universidade de Nova Iorque após o golpe militar de 64 (http://revistapesquisa.fapesp.br/2004/12/01/uma-quimica-que-deu-certo/)

Marcia Graminha - docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara e coordena pesquisas de novos medicamentos para o controle de doenças parasitárias.

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