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Além da conscientização,
é fundamental que mulheres tenham acesso a orientação clara sobre diagnóstico,
tratamento e acompanhamento, sabendo o que esperar em cada etapa da jornada.
Entender a função de exames como a mamografia, ultrassom e ressonância,
conhecer as opções de reconstrução mamária, os efeitos colaterais e as
estratégias de suporte psicológico ajuda a reduzir a ansiedade e promove mais
segurança para enfrentar a doença.
Para esclarecer
essas questões, Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas, responde às principais
dúvidas das pacientes:
Mamografia
sempre acerta? Quando usar outros exames?
A mamografia segue
como o principal exame para rastreamento do câncer de mama e é capaz de
identificar alterações em estágios iniciais, antes mesmo de serem palpáveis.
Segundo o INCA, esse tipo de câncer representa cerca de 30% de todos os
diagnósticos de tumores em mulheres, o que reforça a importância do
rastreamento regular. No entanto, como todo exame, a mamografia pode ter
limitações.
Mulheres com mamas
densas, por exemplo, podem apresentar resultados menos conclusivos. Nesses
casos, o médico pode indicar exames complementares, como o ultrassom, que ajuda
a diferenciar nódulos sólidos de cistos, ou a ressonância magnética, geralmente
reservada para situações de maior risco ou para investigar achados específicos.
“A mamografia é o ponto de partida, mas nem sempre responde a todas as
perguntas. O uso de outros exames, quando necessário, garante maior precisão no
diagnóstico”, explica.
Quando há suspeita
maior, a biópsia é fundamental para confirmar ou descartar a presença de
células malignas. Esse procedimento é o único capaz de dar o diagnóstico
definitivo e orientar o tratamento adequado.
Devo fazer
teste genético?
A dúvida sobre a
necessidade do teste genético é cada vez mais frequente. Em geral, ele é
indicado para mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou ovário,
especialmente em casos diagnosticados em idade precoce. Além disso, o histórico
de câncer de próstata em familiares homens jovens, câncer de pâncreas e
melanoma, também pode ser considerado, já que certas mutações genéticas
aumentam o risco de diferentes tipos de câncer na família. “Nem todas as
pacientes precisam realizar o teste, mas quando há suspeita de predisposição
genética, como nas mutações BRCA1 e BRCA2, esse exame pode ser decisivo para
definir estratégias de prevenção e tratamento”, reforça o especialista.
O teste genético
ajuda a identificar pessoas com risco aumentado, possibilitando medidas de
acompanhamento mais rigoroso, rastreamento antecipado e até intervenções
cirúrgicas preventivas. Por outro lado, sua indicação deve ser feita com
cautela, sempre associada a aconselhamento genético, para que os resultados
sejam interpretados corretamente.
No contexto do
Outubro Rosa, a discussão sobre genética reforça a importância de personalizar
os cuidados. Cada paciente tem uma história única, e entender se há risco
hereditário é parte essencial desse processo.
Reconstrução
mamária: imediata ou tardia?
A reconstrução da
mama é uma das etapas mais importantes do tratamento para muitas mulheres,
impactando diretamente na autoestima e no bem-estar. A cirurgia pode ser feita
de forma imediata, junto à retirada do tumor, ou em um segundo momento, após o
término do tratamento oncológico.
A decisão depende
de fatores como o tipo de cirurgia realizada, a necessidade de radioterapia e
as condições clínicas da paciente. “Sempre que possível, a reconstrução
imediata é considerada, pois traz benefícios emocionais significativos. No
entanto, em alguns casos, é mais seguro aguardar, garantindo melhores
resultados estéticos e funcionais”, explica Gimenes.
Independentemente
do momento, a reconstrução é um direito assegurado pelo SUS e pelos planos de
saúde, previsto em lei. Mais do que uma questão estética, ela representa um
passo importante para resgatar a imagem corporal e a confiança após o
tratamento.
Efeitos
colaterais: como manejar no dia a dia
Os efeitos
colaterais do tratamento variam conforme a terapia utilizada, cirurgia, quimioterapia,
radioterapia, hormonioterapia ou terapias-alvo. Entre os mais comuns estão
fadiga, queda de cabelo, náuseas, alterações de pele e sintomas relacionados à
menopausa induzida.
Embora possam
causar desconforto, muitas dessas reações têm manejo possível. Medicamentos de
suporte, ajustes de rotina e acompanhamento multidisciplinar fazem toda a
diferença. “Nosso objetivo é não apenas tratar o câncer, mas também minimizar o
impacto do tratamento na qualidade de vida da paciente”, destaca o oncologista.
Além do
acompanhamento médico, práticas como atividade física adaptada, alimentação
equilibrada e suporte psicológico contribuem para lidar melhor com os efeitos
do tratamento no dia a dia.
Como será o
acompanhamento após o tratamento?
O acompanhamento
após o término da terapia é essencial para monitorar possíveis recidivas e
garantir a saúde global da paciente. Nos primeiros anos, as consultas e exames
costumam ser mais frequentes, a cada três a seis meses, e depois podem ser
espaçadas, conforme avaliação médica.
O seguimento
inclui exames de imagem, avaliação clínica e, em alguns casos, exames
laboratoriais. “Esse cuidado contínuo não deve ser visto como motivo de
ansiedade, mas como uma forma de oferecer segurança e detectar qualquer
alteração de forma precoce”, explica.
Além da vigilância
oncológica, esse acompanhamento também é oportunidade para abordar aspectos de
saúde geral, como controle de peso, saúde óssea e prevenção de outras doenças.
Vida sexual,
imagem corporal e suporte psicológico
O impacto do câncer de mama vai além do físico. Questões relacionadas à sexualidade, autoestima e imagem corporal são comuns e devem ser acolhidas pela equipe de saúde. Alterações hormonais, efeitos do tratamento e mudanças na percepção da feminilidade podem afetar a vida íntima e emocional.
É nesse contexto que o suporte psicológico e o acompanhamento multidisciplinar se tornam fundamentais. Terapias de casal, grupos de apoio e orientação especializada ajudam a ressignificar a experiência e a fortalecer os vínculos afetivos. “O tratamento não termina com o fim da quimioterapia ou da cirurgia. Ele continua no cuidado emocional, que é tão importante quanto o clínico”, finaliza Daniel Gimenes.
Oncoclínicas&Co
www.oncoclinicas.com

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