Muitas
vezes esquecida nos treinos, a panturrilha exerce função vital para a
circulação e vai muito além da estética. Conhecida como o “segundo coração” do
corpo humano, ela atua como uma bomba que ajuda a impulsionar o sangue de volta
ao peito, podendo ser decisiva na prevenção de varizes, trombose e até
problemas cardiovasculares. A professora de Educação Física do Centro
Universitário de Brasília (CEUB), Leandra Batista, revela os impactos dessa
musculatura sobre a circulação sanguínea e a saúde vascular.
Segundo
Leandra, não fortalecer a musculatura da panturrilha pode gerar consequências
que vão muito além do desconforto estético. Entre elas, a insuficiência venosa
periférica, edemas nos pés e tornozelos, sensação de peso nas pernas ao final
do dia e até maior risco de varizes e trombose venosa profunda. A imobilidade
prolongada em viagens, longos períodos sentado ou hospitalização intensificam
esse risco. “Uma panturrilha ativa diminui o inchaço, reduz cãibras noturnas e
contribui diretamente para a saúde vascular”, ressalta a professora.
Se
engana quem pensa que trabalhar a panturrilha interessa apenas a atletas ou
fisiculturistas. De acordo com a professora de Educação Física do CEUB, o
fortalecimento dessa musculatura é fundamental para trabalhadores sedentários
ou que permanecem horas em pé, e para idosos, que sofrem com a perda natural de
massa muscular. “Trata-se de um cuidado que garante autonomia, equilíbrio e
previne quedas, além de proteger contra problemas circulatórios”, explica.
Como fortalecer?
A
panturrilha é formada em grande parte por fibras de contração lenta,
resistentes à fadiga, ideais para atividades de longa duração, como caminhar.
Por isso, caminhar apenas não é suficiente para garantir hipertrofia. “Para
fortalecer de verdade, é preciso incluir exercícios com maior intensidade,
amplitude de movimento e, em alguns casos, sobrecarga. A orientação de um
profissional faz toda a diferença para adaptar o treino a cada pessoa”,
recomenda Leandra.
O
fortalecimento pode ser feito de forma segura e eficiente com exercícios
simples de elevação de calcanhar, realizados em pé, sentado ou em aparelhos
específicos de academia. A especialista recomenda atenção ao controle do
movimento, sobretudo na fase de descida. “Além dos treinos, hábitos cotidianos
ajudam a ativar a chamada “bomba da panturrilha”, como caminhar alguns minutos
a cada hora, realizar pequenas elevações na ponta dos pés durante o dia e
elevar as pernas acima do coração ao final da jornada”, acrescenta a docente do
CEUB.
Acrescente
exercícios à sua rotina ou ao seu treino:
Elevação de calcanhar em pé
Fique
de pé, apoie-se em uma parede ou cadeira, e suba na ponta dos pés. Segure 2
segundos e desça devagar. Repita 3 séries de 15 a 20 repetições.
Elevação de calcanhar sentado
Sente-se
em uma cadeira, apoie os pés no chão e levante apenas os calcanhares, mantendo
as pontas dos pés fixas. Ideal para trabalhar o músculo sóleo, profundo e
essencial para resistência.
Degrau ou step
Faça
o movimento de subir na ponta dos pés em cima de um degrau, deixando o
calcanhar descer bem antes de subir novamente. Esse alongamento extra dá mais
eficiência ao exercício.
Leg press
Na
posição de leg press, empurre a plataforma apenas com a ponta dos pés,
levantando e abaixando os calcanhares. Excelente para ganhar força com
sobrecarga controlada.

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