O momento das primeiras palavras pode
gerar ansiedade nos pais, mas há dicas práticas que podem ajudar os filhos
desenvolverem a fala de forma natural e eficaz.
Com a chegada dos pequenos em casa, é natural que os pais se encham
de dúvidas sobre o desenvolvimento dos filhos. Questões como “Quando meu filho
vai começar a falar?”, “Qual será a sua primeira palavra?” ou “É normal ele não
conseguir formar frases completas?” surgem com frequência, tanto entre pais de
primeira viagem quanto na chegada de um irmãozinho mais novo.
O neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, André
Ceballos, explica que essas preocupações fazem parte do processo de aprendizado
e são comuns entre os pais. “Ao acompanhar os marcos do desenvolvimento
infantil, como os da fala, pode ajudar a aliviar ansiedades, pois esses marcos
funcionam como indicadores importantes para monitorar o progresso das
habilidades de comunicação. Assim, ao observar se a criança está alcançando
essas etapas no tempo esperado, é possível perceber se está se desenvolvendo
dentro dos padrões normais ou se há algo que precise de atenção”, resume
Ceballos.
Por exemplo, segundo os marcos estabelecidos pelo Centros de
Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), aos 18 meses, espera-se que o
bebê tente dizer três ou mais palavras além de “mamãe” ou “papai”. Aos 2 anos,
a criança já deve ser capaz de fazer pequenas perguntas e combinar pelo menos
duas palavras, como “Mais leite”. Ceballos ressalta que, além de acompanhar
esses marcos, os pais podem adotar atitudes simples no dia a dia para estimular
a fala de forma natural, criando um ambiente acolhedor e favorável ao
desenvolvimento da linguagem.
Entre as dicas práticas para estimular a fala dos pequenos,
o especialista em desenvolvimento infantil destaca as principais, veja:
Conversar desde cedo: Mesmo que o bebê ainda não fale, é
importante que os pais conversem com ele. Descrever ações do dia a dia, como
“Agora vamos trocar a fralda” ou “Olha a sua mamadeira”, além de fazer
perguntas simples, como “O que é isso?”, ajuda a criar uma conexão e estimular
o entendimento das palavras.
Praticar exercícios com a boca: A articulação de sons é essencial
para o desenvolvimento de uma fala clara e compreensível. Conforme explica o
neurocirurgião André Ceballos, é por meio dessa articulação que as crianças
aprendem a formar as palavras corretamente, aprimorando sua comunicação. Ele
orienta que os pais incentivem seus filhos a realizar atividades que envolvam
movimentos específicos da boca, como abrir e fechar os lábios, esticar a língua
para fora e movê-la em diferentes direções.
Cantar para o seu filho: As canções, principalmente as
infantis, com letras simples, ajudam no ritmo da fala e na memorização de
palavras. Além disso, as brincadeiras musicais também tornam o aprendizado mais
divertido e envolvente.
Leitura: Ler para o filho é uma das ferramentas mais poderosas para
estimular o desenvolvimento da linguagem e expandir o vocabulário desde os
primeiros anos de vida. A leitura cria um ambiente rico em estímulos, onde a
criança começa a associar palavras a objetos, ações e emoções. Ao ouvir a
entonação da voz dos pais, ela desenvolve habilidades de escuta, compreensão e
até mesmo a capacidade de imitar sons e palavras.
“Livros com imagens vibrantes e histórias simples são ideais para
os primeiros contatos com a leitura, pois capturam a atenção da criança e a
envolvem de maneira lúdica. À medida que os pais leem, é possível fazer pausas
para apontar as figuras, explicar o que está acontecendo e fazer perguntas,
como 'O que você acha que vai acontecer agora?'. Essas interações ajudam a criança
a entender o enredo e a se envolver mais ativamente com a história”, orienta
André Ceballos.
Fazer amizade: Mesmo nos primeiros meses de vida, a interação social é
essencial para o desenvolvimento da fala. Embora os bebês ainda não se
comuniquem verbalmente, observar e interagir com outras crianças ou adultos
cria um ambiente estimulante, onde começam a aprender a ouvir e reagir aos sons
ao seu redor. Brincadeiras simples, como sorrir, fazer caretas ou falar com o
bebê enquanto ele observa, também ajudam a “conversar” e estimular o
entendimento da linguagem.
Segundo o especialista em desenvolvimento infantil, André
Ceballos, quando o bebê vê outras crianças ou adultos falando e sorrindo para
ele, começa a associar sons a expressões e emoções, o que contribui para o
desenvolvimento da fala. Esses momentos de interação social são importantes
para criar a base da comunicação verbal futura.
Por fim, o médico ressalta que embora cada criança tenha seu
próprio ritmo de crescimento e aprendizado, é importante que os cuidadores
estejam atentos aos marcos do desenvolvimento da fala e da linguagem. “Com
esses parâmetros, é possível perceber com mais clareza se há algum atraso no
desenvolvimento, como dificuldades em formar palavras ou se expressar de
maneira clara. Identificar esses sinais precocemente possibilita que os pais
busquem as orientações adequadas, garantindo que a criança receba o suporte
necessário para seu desenvolvimento”, conclui.
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