22/05 -Dia Mundial de Conscientização da Pré-Eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma condição séria que afeta apenas mulheres grávidas, caracterizada pelo aumento da pressão arterial a partir da segunda metade da gestação. Apesar de muitos casos apresentarem poucos ou nenhum sintoma visível, a doença pode evoluir rapidamente e trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
De acordo com o Dr. José Carlos Peraçoli, presidente da Comissão de Hipertensão na Gestação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o pré-natal rigoroso é fundamental para o diagnóstico precoce da doença. “A gestante pode não sentir nada e estar com pressão alta. Por isso, é importante que inicie o pré-natal logo que confirme a gravidez. Em cada consulta, será medida sua pressão e pode-se descobrir que ela está elevada, mesmo que a mulher não esteja sentindo nada”, explica o Dr. Peraçoli.
Além da pressão alta, outros sintomas podem surgir, como dor de cabeça intensa, visão de pontos brilhantes — muitas mulheres relatam ver “estrelinhas” — e dor na região do estômago. Segundo o médico, entre os exames mais importantes para o diagnóstico estão a avaliação da proteinúria (presença de proteína na urina), além de testes para avaliar o funcionamento do fígado, rins, anemia e alterações de coagulação sanguínea.
“A pré-eclâmpsia tem tratamento, que, inicialmente, é realizado com remédios para controlar a pressão. Mas somente isso pode não ser suficiente. Infelizmente, não existe cura: a pré-eclâmpsia só desaparece quando o bebê nasce”, esclarece o especialista da FEBRASGO.
Principais marcadores de risco: Na primeira consulta do pré-natal, é possível identificar gestantes com maior risco, como:
·
Mulheres que já tiveram pré-eclâmpsia em gravidezes anteriores;
·
Está com peso acima do ideal;
·
Gestação de gêmeos;
· Histórico de pressão alta ou diabetes.
Marcadores
adicionais de risco são: primeira gestação, histórico de pré-eclâmpsia em mãe
ou irmã, ter 35 anos ou mais, ser negra (preta ou parda) ou ter um intervalo
superior a 10 anos entre gestação anterior e a atual.
Prevenção:
Segundo Dr. Peraçoli, existem formas de
reduzir o risco de pré-eclâmpsia naquelas pacientes consideradas vulneráveis.
Quem apresenta fatores de risco deve ser orientada a praticar atividade física
— como caminhada de 30 minutos, cinco vezes por semana —, além de tomar cálcio
e pequena dose de aspirina, conforme prescrição médica.
O acompanhamento
da pressão arterial durante toda a gestação é fundamental. Para quem já tem
pressão alta, o monitoramento deve ser feito diariamente ou em dias alternados,
conforme orientação médica.
Complicações
– Ignorar sinais, mesmo que leves, pode
resultar em crise hipertensiva, infarto, derrame, insuficiência renal,
convulsões, problemas graves de coagulação e sérios riscos para o bebê, que
pode não crescer como deveria. “Nascer com baixo peso, sofrer com falta de
oxigênio ou até falecer dentro do útero. Em casos graves, pode ser necessário
antecipar o parto, levando ao nascimento prematuro”, alerta o Dr. Peraçoli.
Após o nascimento,
os sintomas da pré-eclâmpsia costumam desaparecer, mas o acompanhamento deve
continuar. “Toda mulher que teve pré-eclâmpsia precisa manter acompanhamento ao
longo da vida, pois tem risco maior de desenvolver problemas cardíacos ou
renais. Mudanças no estilo de vida, dieta saudável e exercícios regulares são
fundamentais”, conclui o especialista da FEBRASGO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário