Dia 17 de maio é celebrado o Dia Mundial de
Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Saiba que cuidar dos rins desde
cedo, reduzindo o sódio da alimentação, pode ajudar a prevenir a pressão alta
e, consequentemente, a doença renal
A hipertensão
arterial sistêmica, conhecida popularmente como pressão alta, atinge mais de um
bilhão de pessoas no mundo, sendo reconhecidamente o principal fator de risco
para as doenças cardiovasculares como acidente vascular cerebral e infarto
agudo do miocárdio. No Brasil, estima-se que aproximadamente 35% dos
brasileiros sejam hipertensos, porém como essa doença é silenciosa e apresenta
poucos sintomas, apenas metade desses brasileiros hipertensos sabem que são
portadores dessa enfermidade, e desses, menos da metade está com os níveis
pressóricos controlados, realizando tratamento adequado. Isso já seria um sinal
de alerta incontestável, aumentando o risco das doenças cardiovasculares para
nossa população, todavia existe ainda uma estreita e mórbida relação da pressão
arterial e os rins muito menos difundida que faz a maior parte da população
ignorá-la.
“Os rins são
órgãos fundamentais no controle da pressão arterial por produzir hormônios que
aumentam a pressão todas as vezes que eles reconhecem que estão recebendo pouco
sangue, por exemplo, ou quando eles estão “inflamados” em um contexto de
glomerulonefrite. Por outro lado, os níveis pressóricos elevados são muito
lesivos aos rins, já que esses órgãos possuem uma estrutura de vasos muito
delicada por onde é filtrado o sangue, não podendo, por exemplo, deixar que
proteínas sejam perdidas”, explica a médica nefrologista gerente médica
corporativa na Fresenius Medical Care.
A hipertensão
arterial e a perda de proteína na urina são reconhecidamente os dois fatores de
risco principais que aceleram a progressão da doença renal. Quando essa
estrutura delicada é submetida a um regime de alta pressão ela se distende e se
danifica permitindo a perda de proteínas e a formação de lesões de esclerose,
que são como cicatrizes.
Logo, essa
distensão acaba gerando a lesão da estrutura que em última análise fará
pacientes que possuem problemas renais perderem seus rins mais rapidamente e
pacientes que não possuem começarem a ter problemas. Em todas essas situações,
a perda da função renal será tão mais rápida quanto maior for o descontrole
pressórico e muitas vezes o principal tratamento para desacelerar o processo é
o controle pressórico rigoroso.
Saiba que:
- É recomendado que todo paciente hipertenso faça exames da sua função renal ao diagnóstico e posteriormente uma vez no ano, além de exames urinários. Se alterações urinárias forem encontradas, uma consulta com nefrologista está indicada. Os exames de imagem do rim, dos vasos renais e das glândulas adrenais são muitas vezes indicados, porém eles dependem de uma avaliação médica que leva em consideração idade, história, exame físico.
"Logo, não
é possível se falar e pensar em hipertensão arterial sem falar em doenças
renais, assim como é impossível se falar e pensar em doenças renais sem falar
de hipertensão arterial e controle da pressão arterial. Cuide da pressão
arterial e cuide dos seus rins”, alerta a médica.
Alimentação -- peça chave para a prevenção
Raquel Silva, coordenadora nacional de nutrição da Fresenius
explica que a pressão alta é resultado de fatores ambientais, genéticos e da
interação entre ambos. Dos fatores ambientais modificáveis, a alimentação é a
que exerce maior influência sobre a pressão arterial. Isso acontece tanto pela
ingestão exagerada do sal, que dificulta o controle da pressão arterial, como
também pela relação entre o sobrepeso e a obesidade com aumento da pressão,
seja qual for a faixa etária do paciente. Portanto, o entendimento de que
investir na prevenção desta doença significa também que cuidados com a
alimentação são essenciais. “A adesão de hábitos alimentares saudáveis de forma
sustentável é imprescindível aos pacientes que já se encontram nesse quadro
clínico ou aos que querem evitar o surgimento da doença”, salienta a
nutricionista.
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