A esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado, tem se tornado uma preocupação crescente entre médicos e especialistas em saúde. A condição, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, pode ser assintomática por anos, mas, quando não tratada, pode evoluir para problemas mais sérios, como inflamação, fibrose e até cirrose hepática.
De acordo com o cirurgião gástrico Adolfo Cezar Rodrigues Chang,
do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), a principal causa da doença está no
desequilíbrio entre alimentação e atividade física. “Seja ela de origem
alcoólica ou não alcoólica, a gordura no fígado pode levar à inflamação e,
consequentemente, à cirrose hepática”, explica o médico.
Fatores de risco e diagnóstico
A gordura no fígado é uma condição bastante comum, que afeta cerca
de 25% da população. O risco é maior em pacientes com doenças crônicas como
diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade e dislipidemia. Além disso,
o problema pode permanecer silencioso por anos já que, na maioria dos casos,
não apresenta sintomas. Quando ocorrem, costumam surgir apenas em fases mais
avançadas, comprometendo as funções hepáticas.
Para o diagnóstico, o especialista destaca que são necessários
exames laboratoriais que avaliam a função hepática, como bilirrubinas,
transaminases, fosfatase alcalina e gama GT, além da ultrassonografia de abdome
superior, que pode identificar o grau de comprometimento do fígado.
Tratamento e possíveis complicações
Atualmente, não há um medicamento específico para tratar a
esteatose hepática. Segundo Dr. Chang, o tratamento é baseado, principalmente,
na mudança do estilo de vida. "A correção dietética e a prática regular de
atividade física são fundamentais. Alguns medicamentos e suplementos podem
auxiliar, mas devem ser usados apenas sob orientação médica, já que algumas
substâncias podem ser tóxicas para o fígado", alerta.
A negligência no tratamento pode trazer sérias consequências,
visto que a esteatose hepática pode evoluir para cirrose mesmo em pacientes que
não bebem. “Nos Estados Unidos, essa já é a principal causa de transplante
hepático e o Brasil segue a mesma tendência”, destaca o especialista.
Prevenção: o melhor caminho
Apesar de não haver uma forma específica de prevenir a gordura no
fígado, adotar hábitos saudáveis pode reduzir significativamente o risco da
doença. Dessa forma, o diagnóstico precoce e as mudanças no estilo de vida
podem evitar complicações graves e garantir uma melhor qualidade de vida para
os pacientes.
Manter uma alimentação equilibrada, rica em verduras, legumes e
frutas, evitar o consumo excessivo de carne vermelha e alimentos
ultraprocessados, praticar exercícios regularmente e não abusar do álcool são
medidas essenciais para manter a saúde do fígado e do organismo como um todo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário