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quinta-feira, 15 de maio de 2025

Empreendedorismo sênior cresce no Brasil e mostra força da longevidade na economia

Experiência, resiliência e novos recomeços: profissionais com mais de 55 anos estão transformando o cenário empresarial brasileiro

 

O avanço da longevidade e a transformação das relações de trabalho vêm impulsionando um movimento silencioso, mas cada vez mais relevante: o crescimento do empreendedorismo sênior no Brasil. Segundo dados do Sebrae, os empreendedores com mais de 55 anos já representam mais de 10% do total de donos de negócios no país — um reflexo direto do envelhecimento da população e da busca por autonomia financeira, realização pessoal e novos desafios após décadas no mercado de trabalho.

O especialista em Primazia da Gestão e Comportamento Humano, Orlando Pavani Júnior, afirma que esse grupo de profissionais é um ativo valioso, com grande potencial para impactar positivamente o ecossistema empreendedor. “O Empreendedorismo Sênior (55+) é um movimento que ganha cada vez mais importância e relevância no meio corporativo, uma vez que trata-se de uma massa de profissionais com muita experiência prática e, se cuidar da abertura mental necessária para adaptar-se às mudanças que o século XXI impõe, torna-se quase imbatível”, afirma.

Esse novo perfil de empreendedor combina um repertório técnico robusto, acumulado ao longo da vida profissional, com o desejo de manter-se ativo, útil e financeiramente independente. Ainda assim, Pavani destaca que o principal desafio não é técnico, e sim comportamental. “Embora tenham experiência diferenciada, muitos ainda estão escravizados a práticas do século passado, pouco habituados – e às vezes até contrários – às realidades e tendências emergentes, como inteligência artificial, inovação, modelos de governança alternativos e o uso intensivo da tecnologia”, explica.

Outro ponto relevante é o que motiva esses profissionais a empreender. Ao contrário do que muitos imaginam, a maioria não se lança por necessidade financeira imediata. “Em minha experiência, quase todos os 55+ têm uma vontade enrustida de empreender. O que pesa é o medo de fracassar ou a falta de disposição para começar tudo de novo. Para quem foi CLT a vida inteira, empreender é um recomeço”, analisa o especialista.

A formação acadêmica e o conhecimento acumulado são diferenciais importantes, mas Pavani alerta que eles não são suficientes por si só. “A experiência é o principal ativo intangível desses profissionais. Mas, se o sênior não estiver resolvido do ponto de vista comportamental – o que, infelizmente, é raro –, dificilmente terá sucesso. Quem está disposto a se adaptar e evoluir pessoalmente, consegue excelentes resultados em pouco tempo”, pontua.

Do ponto de vista das políticas públicas, Pavani é crítico quanto ao foco exclusivo em capacitações técnicas. Para ele, falta uma abordagem mais humanista. “O profissional sênior dedicou a vida à técnica, mas negligenciou o próprio desenvolvimento como ser humano. Isso o torna, muitas vezes, tecnicamente brilhante, mas comportamentalmente tóxico. Não vejo nenhuma política pública que trate esse aspecto. Precisamos oferecer caminhos para que eles se tornem não apenas bons empreendedores, mas pessoas melhores, com relações mais saudáveis”, defende.

A crescente presença de empreendedores seniores também tem impactos relevantes na economia nacional. Segundo especialistas, essa geração pode ser essencial para gerar empregos, impulsionar negócios de nicho e movimentar cadeias produtivas, principalmente em setores ligados à saúde, bem-estar e serviços especializados. Trata-se de um movimento que não só desafia estigmas ligados à idade, como também contribui para o fortalecimento da economia em uma sociedade cada vez mais envelhecida.

“Existem ainda poucas iniciativas pró Empreendedorismo Sênior, mesmo com esse grupo sendo cada vez mais abundante. Aproveitar mais e melhor esses profissionais é uma questão de saúde pública e precisa ser tratada como prioridade. A classe política precisa olhar para esse tema com seriedade, repensando inclusive o papel da aposentadoria como única alternativa”, finaliza Pavani.

O cenário aponta para uma mudança de paradigma: longe de se aposentarem da vida produtiva, os seniores estão assumindo o protagonismo em uma nova fase da carreira — com maturidade, coragem e disposição para inovar.



Orlando Pavani - reconhecido antologista dos Referenciais de Exemplaridade da Primazia da Gestão (REPG) e um especialista em Inteligência Comportamental e Cultura Organizacional. Como idealizador do Método Olho de Tigre de Desenvolvimento Humano, Pavani dedica sua carreira a ajudar pessoas a atingirem sua plenitude, promovendo o empreendedorismo protagonista, e a apoiar empresas na busca pela excelência em sua gestão. Essa visão norteia sua trajetória de mais de três décadas como consultor, mentor e educador. Atualmente, Pavani é Diretor Presidente da HOLDING PAVANI, que administra a Gauss Consulting Group e a Olho de Tigre. Além disso, é Consultor Certificado CMC® pelo IBCO/ICMCI e detém outras certificações internacionais em áreas como Business Process Management (CBPP®), Metodologias Ágeis (HCMBOK® to AGILE) e coaching. Pavani também ocupou cargos de destaque, incluindo a presidência do IBCO (2017-2020), consolidando-se como uma referência no cenário da consultoria organizacional no Brasil. Com sólida formação acadêmica, Pavani possui duas titulações de mestrado – uma em Administração Integrada pela Universidade São Francisco e outra em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela FACECA –, além de pós-graduações em Economia Empresarial e Medicina Comportamental. Ele complementa sua expertise com certificações em áreas como neurociência aplicada, coaching e Programação Neurolinguística (PNL). Sua trajetória multifacetada é marcada pela busca contínua por conhecimento e pela vontade de transformar vidas e organizações por meio de métodos inovadores e uma visão humanista da gestão.


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