Experiência, resiliência e novos recomeços: profissionais com mais de 55 anos estão transformando o cenário empresarial brasileiro
O avanço da
longevidade e a transformação das relações de trabalho vêm impulsionando um
movimento silencioso, mas cada vez mais relevante: o crescimento do
empreendedorismo sênior no Brasil. Segundo dados do Sebrae, os empreendedores
com mais de 55 anos já representam mais de 10% do total de donos de negócios no
país — um reflexo direto do envelhecimento da população e da busca por autonomia
financeira, realização pessoal e novos desafios após décadas no mercado de
trabalho.
O
especialista em Primazia da Gestão e Comportamento Humano, Orlando Pavani
Júnior, afirma que esse grupo de profissionais é um ativo valioso, com grande
potencial para impactar positivamente o ecossistema empreendedor. “O
Empreendedorismo Sênior (55+) é um movimento que ganha cada vez mais
importância e relevância no meio corporativo, uma vez que trata-se de uma massa
de profissionais com muita experiência prática e, se cuidar da abertura mental
necessária para adaptar-se às mudanças que o século XXI impõe, torna-se quase
imbatível”, afirma.
Esse novo
perfil de empreendedor combina um repertório técnico robusto, acumulado ao
longo da vida profissional, com o desejo de manter-se ativo, útil e
financeiramente independente. Ainda assim, Pavani destaca que o principal
desafio não é técnico, e sim comportamental. “Embora tenham experiência
diferenciada, muitos ainda estão escravizados a práticas do século passado,
pouco habituados – e às vezes até contrários – às realidades e tendências
emergentes, como inteligência artificial, inovação, modelos de governança
alternativos e o uso intensivo da tecnologia”, explica.
Outro ponto
relevante é o que motiva esses profissionais a empreender. Ao contrário do que
muitos imaginam, a maioria não se lança por necessidade financeira imediata.
“Em minha experiência, quase todos os 55+ têm uma vontade enrustida de
empreender. O que pesa é o medo de fracassar ou a falta de disposição para
começar tudo de novo. Para quem foi CLT a vida inteira, empreender é um
recomeço”, analisa o especialista.
A formação
acadêmica e o conhecimento acumulado são diferenciais importantes, mas Pavani
alerta que eles não são suficientes por si só. “A experiência é o principal
ativo intangível desses profissionais. Mas, se o sênior não estiver resolvido
do ponto de vista comportamental – o que, infelizmente, é raro –, dificilmente
terá sucesso. Quem está disposto a se adaptar e evoluir pessoalmente, consegue
excelentes resultados em pouco tempo”, pontua.
Do ponto de
vista das políticas públicas, Pavani é crítico quanto ao foco exclusivo em
capacitações técnicas. Para ele, falta uma abordagem mais humanista. “O
profissional sênior dedicou a vida à técnica, mas negligenciou o próprio
desenvolvimento como ser humano. Isso o torna, muitas vezes, tecnicamente
brilhante, mas comportamentalmente tóxico. Não vejo nenhuma política pública
que trate esse aspecto. Precisamos oferecer caminhos para que eles se tornem
não apenas bons empreendedores, mas pessoas melhores, com relações mais
saudáveis”, defende.
A crescente
presença de empreendedores seniores também tem impactos relevantes na economia
nacional. Segundo especialistas, essa geração pode ser essencial para gerar
empregos, impulsionar negócios de nicho e movimentar cadeias produtivas,
principalmente em setores ligados à saúde, bem-estar e serviços especializados.
Trata-se de um movimento que não só desafia estigmas ligados à idade, como
também contribui para o fortalecimento da economia em uma sociedade cada vez
mais envelhecida.
“Existem
ainda poucas iniciativas pró Empreendedorismo Sênior, mesmo com esse grupo
sendo cada vez mais abundante. Aproveitar mais e melhor esses profissionais é
uma questão de saúde pública e precisa ser tratada como prioridade. A classe
política precisa olhar para esse tema com seriedade, repensando inclusive o
papel da aposentadoria como única alternativa”, finaliza Pavani.
O cenário
aponta para uma mudança de paradigma: longe de se aposentarem da vida
produtiva, os seniores estão assumindo o protagonismo em uma nova fase da
carreira — com maturidade, coragem e disposição para inovar.
Orlando Pavani - reconhecido antologista dos Referenciais de Exemplaridade da Primazia da Gestão (REPG) e um especialista em Inteligência Comportamental e Cultura Organizacional. Como idealizador do Método Olho de Tigre de Desenvolvimento Humano, Pavani dedica sua carreira a ajudar pessoas a atingirem sua plenitude, promovendo o empreendedorismo protagonista, e a apoiar empresas na busca pela excelência em sua gestão. Essa visão norteia sua trajetória de mais de três décadas como consultor, mentor e educador. Atualmente, Pavani é Diretor Presidente da HOLDING PAVANI, que administra a Gauss Consulting Group e a Olho de Tigre. Além disso, é Consultor Certificado CMC® pelo IBCO/ICMCI e detém outras certificações internacionais em áreas como Business Process Management (CBPP®), Metodologias Ágeis (HCMBOK® to AGILE) e coaching. Pavani também ocupou cargos de destaque, incluindo a presidência do IBCO (2017-2020), consolidando-se como uma referência no cenário da consultoria organizacional no Brasil. Com sólida formação acadêmica, Pavani possui duas titulações de mestrado – uma em Administração Integrada pela Universidade São Francisco e outra em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela FACECA –, além de pós-graduações em Economia Empresarial e Medicina Comportamental. Ele complementa sua expertise com certificações em áreas como neurociência aplicada, coaching e Programação Neurolinguística (PNL). Sua trajetória multifacetada é marcada pela busca contínua por conhecimento e pela vontade de transformar vidas e organizações por meio de métodos inovadores e uma visão humanista da gestão.
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