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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Cuidados com idosos no inverno: atenção redobrada às doenças respiratórias alerta Fiocruz

Cuidadores de idosos bem preparados fazem a leitura
dos sinais vitais diariamente e já detectam quando algo
não vai bem na saúde do idoso.
 (Crédito: Divulgação / Geração de Saúde Cuidadores de Idosos)
Os idosos estão entre os públicos mais vulneráveis às doenças respiratórias, segundo o último Boletim da Fiocruz  

 

Com a chegada do outono e a aproximação do inverno, os casos de doenças respiratórias crescem significativamente, especialmente entre crianças e idosos. Dados divulgados na última semana (8/5), no novo Boletim InfoGripe da Fiocruz apontam para um aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que segue provocando o crescimento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em muitas regiões do país, chegando a níveis de moderados a altos de incidência em alguns estados das regiões Norte e Centro-Sul e também no Ceará. Os casos atingem principalmente a população de jovens, adultos e idosos.

A análise - referente à Semana Epidemiológica 18, período de 27 de abril a 3 de maio - mostra que 18 das 27 capitais apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (Sergipe), Belém (Pará), Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasília (Distrito Federal), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Cuiabá (Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Natal (Rio Grande do Norte), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Paulo (São) e Vitória (Espírito Santo).

O alerta é especialmente importante para o público idoso, que é mais vulnerável a complicações respiratórias. Diante desse cenário, especialistas reforçam: a prevenção é a melhor estratégia para atravessar o inverno com segurança. Cuidadores qualificados, vacinação em dia e atenção aos primeiros sinais de problemas respiratórios são aliados para proteger quem mais precisa.

Segundo o médico geriatra André Pitaki, que atua no Eco Medical Center, é fundamental reforçar os cuidados nessa época do ano. “Além de se agasalhar bem e evitar mudanças bruscas de temperatura, é essencial garantir que as vacinas estejam em dia, como as vacinas de gripe, covid e pneumonia, para prevenir infecções respiratórias comuns nessa época”, orienta.

 

Pitaki também chama a atenção para os idosos com condições pré-existentes, como insuficiência cardíaca, enfisema ou asma. “Esses pacientes devem redobrar a atenção, seguindo corretamente o uso das medicações e evitando exposição ao frio intenso, pois essas doenças podem se agravar nos dias gelados”, alerta. Ele recomenda ainda que, diante de qualquer sintoma diferente ou agravamento de quadros já existentes, a orientação médica seja buscada imediatamente. “Manter hábitos saudáveis é essencial para passar pela estação com mais segurança”, acrescenta.

 

Cuidados com Idosos

Em meio a esse cenário de maior risco, o apoio de cuidadores de idosos se torna um diferencial importante. Esses profissionais são preparados para lembrar e incentivar a vacinação - de acordo com o calendário. Além disso, identificam rapidamente sinais sutis de agravamento da saúde dos idosos, como alterações na respiração, variações de pressão arterial e mudanças no nível de energia, que podem indicar o início de uma infecção respiratória.

Bruno Butenas, CEO da empresa Geração de Saúde Cuidadores de Idosos, ressalta a importância desse suporte especializado. “O cuidador profissional é treinado para agir com rapidez e segurança, percebendo alterações que muitas vezes passam despercebidas pela família. Ele é um elo fundamental entre o idoso, a família e a equipe de saúde, garantindo prevenção de complicações e mais qualidade de vida”, afirma. A empresa atende cerca de 170 idosos mensalmente e possui em seu quadro aproximadamente 300 cuidadores.

Ele explica que cuidadores de idosos bem treinados e preparados, ao chegarem na residência do paciente, devem tomar todas as medidas de esterilização e a assepsia cruciais para prevenir contágios ou contaminação como, por exemplo, lavar as mãos, trocar a roupa e os sapatos antes do início do trabalho. “Após esta etapa, o profissional realiza medições diárias e frequentes de sinais vitais, sabendo interpretar quando algo não vai bem no paciente, informando a família e buscando ajuda médica imediatamente em qualquer alteração", completa Bruno. 

Além da vigilância constante, o cuidador também desempenha um papel importante no acompanhamento pós-vacinação, garantindo que o idoso esteja bem hidratado, em repouso adequado e tomando corretamente seus medicamentos. “Em épocas de maior circulação de vírus, esse acompanhamento técnico pode fazer a diferença entre uma recuperação tranquila e uma internação hospitalar", alerta Bruno.

 

Vacinas em dia

A vacinação, aliás, segue sendo uma das principais estratégias para reduzir os riscos de infecções respiratórias graves. Apesar da campanha de imunização contra a gripe ter começado de forma antecipada no Paraná em 1º de abril, a adesão ainda é considerada baixa. Até o momento, foram aplicadas pouco mais de 322 mil doses, enquanto o público-alvo no estado é de quase 5 milhões de pessoas. A meta é vacinar pelo menos 90% de cada grupo prioritário, que inclui idosos com 60 anos ou mais.

Além da vacina contra a Influenza, é importante que os idosos estejam com as demais vacinas em dia, como a da Covid-19 e a vacina pneumocócica, que protege contra infecções como a pneumonia, comuns nesta época do ano. A baixa procura pela vacinação preocupa autoridades de saúde, principalmente diante dos aumentos recentes de circulação viral.

O vírus sincicial respiratório, além de causar bronquiolite em crianças, também pode gerar quadros graves em idosos, especialmente aqueles com doenças crônicas. Já a Influenza A, principal tipo de vírus da gripe, circula com maior força nos meses frios, provocando febre, dores no corpo e, em casos mais graves, internações e óbitos


Dados Nacionais

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, segundo o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz a prevalência entre os casos positivos foi de 21,8% para influenza A; 0,9% para influenza B; 57% para VSR; 20,3% para rinovírus; e 3,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 46,4% para influenza A; 2,4% para influenza B; 14,7% para VSR; 12,8% para rinovírus; e 20,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19). No ano epidemiológico 2025, já foram notificados 45.228 casos de SRAG, sendo 19.420 (42,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 18.640 (41,2%) negativos; e ao menos 4.262 (9,4%) estão aguardando resultado laboratorial. 



Geração de Saúde
www.geracaodesaude.com.br

 

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