Com a chegada do outono e a aproximação do inverno, os casos de
doenças respiratórias crescem significativamente, especialmente entre crianças
e idosos. Dados divulgados na última semana (8/5), no novo
Boletim InfoGripe da Fiocruz apontam para um aumento da circulação do vírus sincicial
respiratório (VSR), que segue provocando o crescimento expressivo de casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em
muitas regiões do país, chegando a níveis de moderados a altos de incidência em
alguns estados das regiões Norte e Centro-Sul e também no Ceará. Os casos
atingem principalmente a população de jovens, adultos e idosos.
A análise - referente à Semana Epidemiológica 18, período de 27 de
abril a 3 de maio - mostra que 18 das 27 capitais apresentam incidência de SRAG
em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência
de longo prazo: Aracaju (Sergipe), Belém (Pará), Belo Horizonte (Minas Gerais),
Brasília (Distrito Federal), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Cuiabá (Mato
Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Macapá (Amapá),
Manaus (Amazonas), Natal (Rio Grande do Norte), Porto Alegre (Rio Grande do
Sul), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de
Janeiro), Salvador (Bahia), São Paulo (São) e Vitória (Espírito Santo).
O alerta é especialmente importante para o público idoso, que é
mais vulnerável a complicações respiratórias. Diante desse cenário,
especialistas reforçam: a prevenção é a melhor estratégia para atravessar o
inverno com segurança. Cuidadores qualificados, vacinação em dia e atenção aos
primeiros sinais de problemas respiratórios são aliados para proteger quem mais
precisa.
Segundo o médico geriatra André Pitaki, que atua no Eco Medical
Center, é fundamental reforçar os cuidados nessa época do ano. “Além de se
agasalhar bem e evitar mudanças bruscas de temperatura, é essencial garantir
que as vacinas estejam em dia, como as vacinas de gripe, covid e pneumonia,
para prevenir infecções respiratórias comuns nessa época”, orienta.
Pitaki também chama a atenção para os idosos com condições pré-existentes, como insuficiência cardíaca, enfisema ou asma. “Esses pacientes devem redobrar a atenção, seguindo corretamente o uso das medicações e evitando exposição ao frio intenso, pois essas doenças podem se agravar nos dias gelados”, alerta. Ele recomenda ainda que, diante de qualquer sintoma diferente ou agravamento de quadros já existentes, a orientação médica seja buscada imediatamente. “Manter hábitos saudáveis é essencial para passar pela estação com mais segurança”, acrescenta.
Cuidados com Idosos
Em meio a esse cenário de maior risco, o apoio de cuidadores de
idosos se torna um diferencial importante. Esses profissionais são preparados
para lembrar e incentivar a vacinação - de acordo com o calendário. Além disso,
identificam rapidamente sinais sutis de agravamento da saúde dos idosos, como
alterações na respiração, variações de pressão arterial e mudanças no nível de
energia, que podem indicar o início de uma infecção respiratória.
Bruno
Butenas, CEO da empresa Geração de Saúde Cuidadores de Idosos, ressalta a
importância desse suporte especializado. “O cuidador profissional é treinado
para agir com rapidez e segurança, percebendo alterações que muitas vezes
passam despercebidas pela família. Ele é um elo fundamental entre o idoso, a
família e a equipe de saúde, garantindo prevenção de complicações e mais
qualidade de vida”, afirma. A empresa atende cerca de 170 idosos mensalmente e
possui em seu quadro aproximadamente 300 cuidadores.
Ele explica que cuidadores de idosos bem treinados e preparados, ao chegarem na residência do paciente, devem tomar todas as medidas de esterilização e a assepsia cruciais para prevenir contágios ou contaminação como, por exemplo, lavar as mãos, trocar a roupa e os sapatos antes do início do trabalho. “Após esta etapa, o profissional realiza medições diárias e frequentes de sinais vitais, sabendo interpretar quando algo não vai bem no paciente, informando a família e buscando ajuda médica imediatamente em qualquer alteração", completa Bruno.
Além da vigilância constante, o cuidador também desempenha um
papel importante no acompanhamento pós-vacinação, garantindo que o idoso esteja
bem hidratado, em repouso adequado e tomando corretamente seus medicamentos.
“Em épocas de maior circulação de vírus, esse acompanhamento técnico pode fazer
a diferença entre uma recuperação tranquila e uma internação hospitalar",
alerta Bruno.
Vacinas em dia
A vacinação, aliás, segue sendo uma das principais estratégias
para reduzir os riscos de infecções respiratórias graves. Apesar da campanha de
imunização contra a gripe ter começado de forma antecipada no Paraná em 1º de
abril, a adesão ainda é considerada baixa. Até o momento, foram aplicadas pouco
mais de 322 mil doses, enquanto o público-alvo no estado é de quase 5 milhões
de pessoas. A meta é vacinar pelo menos 90% de cada grupo prioritário, que
inclui idosos com 60 anos ou mais.
Além da vacina contra a Influenza, é importante que os idosos
estejam com as demais vacinas em dia, como a da Covid-19 e a vacina
pneumocócica, que protege contra infecções como a pneumonia, comuns nesta época
do ano. A baixa procura pela vacinação preocupa autoridades de saúde,
principalmente diante dos aumentos recentes de circulação viral.
O vírus sincicial respiratório, além de causar bronquiolite em
crianças, também pode gerar quadros graves em idosos, especialmente aqueles com
doenças crônicas. Já a Influenza A, principal tipo de vírus da gripe, circula
com maior força nos meses frios, provocando febre, dores no corpo e, em casos
mais graves, internações e óbitos
Dados Nacionais
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, segundo o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz a prevalência entre os casos positivos foi de 21,8% para influenza A; 0,9% para influenza B; 57% para VSR; 20,3% para rinovírus; e 3,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 46,4% para influenza A; 2,4% para influenza B; 14,7% para VSR; 12,8% para rinovírus; e 20,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19). No ano epidemiológico 2025, já foram notificados 45.228 casos de SRAG, sendo 19.420 (42,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 18.640 (41,2%) negativos; e ao menos 4.262 (9,4%) estão aguardando resultado laboratorial.
Geração de Saúde
www.geracaodesaude.com.br

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