Distúrbios na glândula afetam cerca de 15% da população brasileira, sendo mais frequentes em mulheres a partir dos 40 anos
A tireoide é
uma glândula de apenas 25 gramas, localizada na parte anterior do pescoço, mas
sua função é vital para o organismo. Responsável pela produção dos hormônios T3
e T4, que regulam o metabolismo, o coração, o sistema digestivo e até o humor,
ela pode sofrer alterações silenciosas, muitas vezes confundidas com outros
problemas de saúde. Para reforçar a importância do diagnóstico e do cuidado com
a saúde tireoidiana, o Dia Internacional da Tireoide é celebrado em 25 de maio
em diversos países.
Segundo a
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), distúrbios na
tireoide afetam cerca de 15% da população brasileira, sendo mais frequentes em
mulheres a partir dos 40 anos. Para entender melhor sobre como prevenir e
diagnosticar essas condições, conversamos com a endocrinologista Dra. Giovana Corralo,
que explicou os principais exames, sintomas e fatores de risco relacionados a
essa glândula tão importante.
A
endocrinologista Dra. Giovana Corralo explica que os principais exames para
avaliar a função tireoidiana são a dosagem de TSH e T4 livre, que já indicam
como está o funcionamento da glândula. “Em alguns casos, pode ser necessário
realizar outros exames, como a dosagem de anticorpos para investigar doenças
autoimunes, ou exames de imagem como ultrassonografia e cintilografia”. Apesar
de não haver consenso sobre a realização desses exames de forma rotineira em
pessoas saudáveis e assintomáticas, ela afirma que é possível dosar o TSH a
cada cinco anos, a partir dos 35 anos, como medida preventiva.
Duas
condições principais estão relacionadas ao mau funcionamento da tireoide. No
hipotireoidismo, há uma redução na produção dos hormônios tireoidianos, e os
sintomas incluem cansaço, fraqueza, intolerância ao frio, pele seca, intestino
preso e alterações menstruais. Já no hipertireoidismo, ocorre um excesso de
produção hormonal, o que pode provocar palpitações, taquicardia, insônia, perda
de peso, nervosismo, tremores e suor excessivo.
Essas
doenças são significativamente mais comuns em mulheres, especialmente a partir
dos 40 anos, e pessoas com histórico familiar, portadores de outras doenças
autoimunes, gestantes e idosos também fazem parte dos grupos de maior risco. A
médica destaca ainda que alimentação e estilo de vida têm papel fundamental na
saúde da glândula.
“A ingestão
adequada de iodo, presente no sal iodado e em frutos do mar, é essencial para a
produção dos hormônios da tireoide. O selênio, encontrado na castanha-do-pará,
também ajuda no bom funcionamento da glândula. Em contrapartida, o consumo
excessivo de alimentos ultraprocessados, a exposição a agrotóxicos e metais
pesados, o estresse crônico e a falta de sono podem afetar negativamente o
organismo”, destaca a endocrinologista.
Outro ponto
de atenção é o câncer de tireoide. De acordo com Dra. Giovana, os principais
fatores de risco incluem histórico familiar, exposição à radiação (sobretudo na
infância), presença de nódulos suspeitos ao ultrassom e idade inferior a 20 ou
superior a 60 anos. “A boa notícia é que a maioria dos cânceres de tireoide tem
ótimo prognóstico quando descobertos precocemente”, afirma.
Neste Dia
Internacional da Tireoide, o recado é claro: não ignore sintomas persistentes,
mantenha os exames em dia e busque orientação médica ao menor sinal de
alteração. Cuidar da tireoide é cuidar do corpo todo.
Dra. Giovana Corralo - médica endocrinologista com especialização em endocrinologia e metabologia, com título concedido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Sua atuação envolve tanto a saúde hormonal quanto a prevenção de doenças relacionadas ao estilo de vida. Formada em Medicina pelo Centro Universitário Lusíada, completou sua residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especializou-se em Endocrinologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Em busca de ampliação de seu conhecimento, concluiu também uma pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Coaching em Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Em 2023, obteve certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine (IBLM). Essa qualificação a habilita a integrar o tratamento clínico com práticas voltadas para a adoção de hábitos saudáveis por seus pacientes. Além de sua prática médica, ela é professora de Endocrinologia na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada. Como docente, transmite seu conhecimento para alunos de Medicina, incentivando uma abordagem que priorize a saúde integral. A Dra. Giovana une estratégias preventivas e terapêuticas para promover melhorias na saúde e qualidade de vida dos pacientes, com base na Medicina do Estilo de Vida.
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