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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Cansaço, insônia, ganho ou perda de peso? Pode ser tireoide! Especialista alerta para cuidados no Dia Internacional da doença

Distúrbios na glândula afetam cerca de 15% da população brasileira, sendo mais frequentes em mulheres a partir dos 40 anos

 

A tireoide é uma glândula de apenas 25 gramas, localizada na parte anterior do pescoço, mas sua função é vital para o organismo. Responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, que regulam o metabolismo, o coração, o sistema digestivo e até o humor, ela pode sofrer alterações silenciosas, muitas vezes confundidas com outros problemas de saúde. Para reforçar a importância do diagnóstico e do cuidado com a saúde tireoidiana, o Dia Internacional da Tireoide é celebrado em 25 de maio em diversos países.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), distúrbios na tireoide afetam cerca de 15% da população brasileira, sendo mais frequentes em mulheres a partir dos 40 anos. Para entender melhor sobre como prevenir e diagnosticar essas condições, conversamos com a endocrinologista Dra. Giovana Corralo, que explicou os principais exames, sintomas e fatores de risco relacionados a essa glândula tão importante.

A endocrinologista Dra. Giovana Corralo explica que os principais exames para avaliar a função tireoidiana são a dosagem de TSH e T4 livre, que já indicam como está o funcionamento da glândula. “Em alguns casos, pode ser necessário realizar outros exames, como a dosagem de anticorpos para investigar doenças autoimunes, ou exames de imagem como ultrassonografia e cintilografia”. Apesar de não haver consenso sobre a realização desses exames de forma rotineira em pessoas saudáveis e assintomáticas, ela afirma que é possível dosar o TSH a cada cinco anos, a partir dos 35 anos, como medida preventiva.

Duas condições principais estão relacionadas ao mau funcionamento da tireoide. No hipotireoidismo, há uma redução na produção dos hormônios tireoidianos, e os sintomas incluem cansaço, fraqueza, intolerância ao frio, pele seca, intestino preso e alterações menstruais. Já no hipertireoidismo, ocorre um excesso de produção hormonal, o que pode provocar palpitações, taquicardia, insônia, perda de peso, nervosismo, tremores e suor excessivo.

Essas doenças são significativamente mais comuns em mulheres, especialmente a partir dos 40 anos, e pessoas com histórico familiar, portadores de outras doenças autoimunes, gestantes e idosos também fazem parte dos grupos de maior risco. A médica destaca ainda que alimentação e estilo de vida têm papel fundamental na saúde da glândula.

“A ingestão adequada de iodo, presente no sal iodado e em frutos do mar, é essencial para a produção dos hormônios da tireoide. O selênio, encontrado na castanha-do-pará, também ajuda no bom funcionamento da glândula. Em contrapartida, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, a exposição a agrotóxicos e metais pesados, o estresse crônico e a falta de sono podem afetar negativamente o organismo”, destaca a endocrinologista.

Outro ponto de atenção é o câncer de tireoide. De acordo com Dra. Giovana, os principais fatores de risco incluem histórico familiar, exposição à radiação (sobretudo na infância), presença de nódulos suspeitos ao ultrassom e idade inferior a 20 ou superior a 60 anos. “A boa notícia é que a maioria dos cânceres de tireoide tem ótimo prognóstico quando descobertos precocemente”, afirma.

Neste Dia Internacional da Tireoide, o recado é claro: não ignore sintomas persistentes, mantenha os exames em dia e busque orientação médica ao menor sinal de alteração. Cuidar da tireoide é cuidar do corpo todo.





Dra. Giovana Corralo - médica endocrinologista com especialização em endocrinologia e metabologia, com título concedido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Sua atuação envolve tanto a saúde hormonal quanto a prevenção de doenças relacionadas ao estilo de vida. Formada em Medicina pelo Centro Universitário Lusíada, completou sua residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especializou-se em Endocrinologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Em busca de ampliação de seu conhecimento, concluiu também uma pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Coaching em Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Em 2023, obteve certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine (IBLM). Essa qualificação a habilita a integrar o tratamento clínico com práticas voltadas para a adoção de hábitos saudáveis por seus pacientes. Além de sua prática médica, ela é professora de Endocrinologia na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada. Como docente, transmite seu conhecimento para alunos de Medicina, incentivando uma abordagem que priorize a saúde integral. A Dra. Giovana une estratégias preventivas e terapêuticas para promover melhorias na saúde e qualidade de vida dos pacientes, com base na Medicina do Estilo de Vida.

 

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