Colab entre a Sociedade Brasileira de
Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) chama
atenção para tumor que representa 3% das doenças malignas em adultos no Brasil.
Dados de pesquisa realizada pela We Are Social e pela Meltwater apontam que quase 99% da população do Brasil tem acesso a redes sociais como o Facebook, o Instagram e o LinkedIn. Por isso, durante o Março Vermelho, Mês de Conscientização e Combate ao Câncer no Rim, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) realizam uma campanha conjunta nas redes sociais para chamar a atenção do público em geral sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da doença.
Segundo o Dr. Gerônimo Jr., presidente da SBP, sociedade médica que representa os especialistas em diagnóstico do câncer, a postagem conjunta sobre câncer renal leva informação de qualidade à população nas redes sociais, promovendo conscientização sobre o cuidado oncológico: “Em um momento de constante evolução na Medicina, a integração entre Patologia e Oncologia Clínica é fundamental para diagnósticos precoces e precisos, bem como tratamentos personalizados”.
Para o Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, sociedade médica que representa especialistas em tratamento do câncer, é uma alegria participar dessa iniciativa a convite da SBP. “A Patologia e o patologista exercem papel fundamental no raciocínio diagnóstico e na condução do paciente oncológico. Sem Patologia, não existe Oncologia eficiente”, diz.
Assista à campanha do Março Vermelho da SBP e da
SBCO nas redes sociais, acessando Link.
Câncer renal - Os rins são órgãos em forma de feijão que se localizam na região lombar, atrás das últimas costelas, em ambos os lados da coluna vertebral. Sua principal função é filtrar o sangue, removendo o excesso de água, sal e resíduos por meio da urina. Eles também controlam a pressão arterial.
Dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, da sigla em inglês) estimam mais de 11 mil novos casos de câncer no rim no Brasil, sendo 7 mil em homens, sendo mais frequente entre pessoas entre os 55 aos 75 anos. Para 2040, a expectativa é que esse número cresça para 666 mil casos no mundo e para 19,7 mil no País. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer renal é o terceiro tipo mais frequente do aparelho genitourinário e representa cerca de 3% das doenças malignas em adultos no Brasil.
O Dr. Jaime Nobre, coordenador da Comissão Nacional de Tumores Geniturinários da SBCO, esclarece que, nas fases iniciais, o câncer no rim não apresenta sinais e sintomas: “Normalmente, trata-se de um achado de exames de imagens realizados por outro motivo”. Entre os exames estão o ultrassom, tomografia e ressonância magnética. Porém, em fases avançadas, o tumor pode causar dor lombar persistente, sangue na urina, inchaço abdominal, massa palpável no abdômen e perda de peso. As células malignas também podem atingir a circulação sanguínea, alcançando outros órgãos.
O especialista da SBCO informa que o exame de imagem pode ser suficiente para a indicação de tratamento cirúrgico pelo cirurgião oncológico, com retirada parcial ou total do órgão, o que depende do aspecto do tumor renal e de seu tamanho. “Porém, pode-se indicar a realização da biópsia, principalmente, em caso de dúvida diagnóstica ou em casos em que se considere um tratamento de vigilância ativa”, afirma.
Como detalha a Drª Kátia Ramos Moreira Leite, professora de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ex-presidente e membro do Conselho Consultivo da SBP, cabe ao médico patologista realizar a análise da biópsia renal e peça cirúrgica para disponibilizar um diagnóstico preciso, prever a evolução do paciente, planejar o seu acompanhamento e, eventualmente, apontar para necessidade de tratamentos complementares que vão colaborar com a cura desse paciente.
“Existem mais de 30 tipos de tumores renais que têm um comportamento desde absolutamente benignos até extremamente agressivos. E essa identificação só é possível pelo exame anátomo-patológico e, eventualmente, de exames complementares como imuno-histoquímica”, explica a especialista da SBP.
O tratamento multidisciplinar com a participação
de especialistas como o cirurgião oncológico e o patologista podem mudar
significativamente o curso da doença. “A depender do subtipo do tumor e do grau
de agressividade, tratamentos adjuvantes à cirurgia oncológica podem melhorar
os desfechos”, complementa Nobre. Dentre os tratamentos complementares estão a
radioterapia, imunoterapia e quimioterapia, cuja escolha depende do
estadiamento do tumor pelo patologista, ou seja, se está em fase inicial ou
avançado.
Prevenção - Entre os principais fatores de risco para o
câncer renal estão o tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes,
doença de Von Hippel-Lindau, exposição a produtos químicos utilizados na
indústria (Ex., cádmio, asbestos, chumbo e hidrocarbonetos aromáticos) e
realização de hemodiálise, bem como um histórico familiar para doenças renais.
Dessa maneira, os especialistas da SBP e da SBCO alertam
sobre a prevenção do câncer no rim com combate ao tabagismo, pela prática de
atividade física, com uma alimentação saudável, a não exposição a produtos
químicos causadores da doença e a realização de exames de rotina seguindo
orientações médicas. Também, reforçam a importância do diagnóstico precoce de
modo a garantir tratamentos mais eficazes e a aumentar as chances de cura.
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