Saiba quais nutrientes podem auxiliar na imunidade do seu filho.
Na jornada da maternidade, chega o
momento em que nossos pequenos começam a frequentar a escolinha. A convivência
fora do ambiente familiar embora ofereça um movimento indispensável para
promover a socialização e a construção de identidade das crianças, geralmente é
associada a doenças tipicamente disseminadas no ambiente escolar, como viroses,
gripes e resfriados. É uma situação tão comum que já recebeu até um apelido:
Síndrome da Escolinha ou Escolite.
Nesse momento, além dos pais sentirem um impacto emocional por
conta do afastamento da criança, surge a culpa de ter cometido algum erro que
talvez tenha deixado a criança vulnerável. Embora seja um enorme incômodo e
traga preocupações, trata-se um processo natural de maturação do sistema
imunológico, que precisa aprender a se defender da exposição a novos vírus e
bactérias para ganhar imunidade.
É claro que manter bons hábitos de higiene ajudam, mas às vezes é
inevitável a criança não apresentar algumas doenças ao longo desse período.
Porém, uma boa maneira de prevenir o agravamento das enfermidades está em uma
nutrição adequada, que estimule o sistema digestivo, e na boa formação da
microbiota, das bactérias “boas” que habitam o intestino humano.
Segundo o pediatra Tulio Konstantyner, a
microbiota intestinal desempenha um papel essencial para a saúde humana,
atuando em uma ampla gama de funções fisiológicas e processos metabólicos.
Ajuda na digestão de alimentos, especialmente fibras e carboidratos complexos e
ainda contribui para a produção de vitaminas.
“Um microbioma equilibrado está associado à prevenção de
doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino irritável, obesidade,
diabetes tipo 2 e doenças autoimunes. Além disso, estimula o desenvolvimento e
a maturação do sistema imune, modulando a resposta imunológica a agentes
estranhos e ensinando o corpo a diferenciar entre microrganismos benéficos e
nocivos. Em resumo, a microbiota intestinal é vital não apenas para o bem-estar
digestivo, mas também para a saúde geral, incluindo o sistema imunológico
e a saúde mental. Um desequilíbrio na microbiota, conhecido como disbiose, pode
resultar em vários problemas de saúde.” explica Tulio Konstantyner.
Microbiota saudável
A formação da microbiota acontece até os 2 anos de idade e o leite
materno é crucial, pois contém prebióticos que alimentam os probióticos,
bactérias benéficas que promovem o equilíbrio intestinal.
“Os prebióticos são carboidratos não-digeríveis que estimulam o
crescimento e/ou a atividade de um grupo de bactérias no intestino, que são
benéficas à saúde. Eles estão presentes no leite materno e contribuem com o
desenvolvimento do sistema imunológico e digestivo dos bebês.”, ressalta
Tulio Konstantyner.
Já durante a introdução alimentar, alguns alimentos que contêm
prebióticos, como a banana, cebola, alcachofra e cereais integrais ajudam na
formação de uma microbiota saudável. A partir de 1 ano, na impossibilidade do
aleitamento materno, as fórmulas infantis de primeira infância podem ser uma
opção. Desenvolvidas com base em pesquisas científicas, buscam oferecer uma
alimentação que se aproxime do leite materno, atendendo às necessidades
nutricionais da criança.
“O consumo de prebióticos é essencial para a
saúde da microbiota intestinal, pois eles funcionam como "alimento"
para as bactérias benéficas (probióticos) que vivem no intestino; melhoram a
digestão de fibras e a absorção de nutrientes, como o cálcio; auxiliam na
formação de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) importantes para as células do
cólon e ajudam a manter a integridade do revestimento intestinal. Fortalecem o
sistema imunológico, atuam na prevenção de doenças intestinais; contribuem com
a regulação do metabolismo e controle de peso e podem influenciar positivamente
a produção de neurotransmissores, como a serotonina, o que pode ajudar a
melhorar o humor e reduzir sintomas de ansiedade e depressão.”, conclui Tulio Konstantyner.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA:
O ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É
RECOMENDADO ATÉ OS 2 (DOIS) ANOS DE IDADE OU MAIS.
Consulte sempre seu médico e/ou nutricionista.
Referências:
Organização Mundial da Saúde (OMS): Recursos sobre a saúde infantil e imunização.
Journal of Pediatrics: Estudos científicos sobre doenças comuns em crianças em idade escolar.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC): Dicas e guias sobre práticas preventivas de doenças nas escolas.
Journal of Human Nutrition and Dietetics: Pesquisas científicas sobre como uma boa nutrição ajuda na saúde intestinal.
World Health Organization (WHO): Diretrizes sobre aleitamento materno e o impacto do leite materno no desenvolvimento infantil, incluindo a formação da microbiota.
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