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Cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem TEA Foto: Caleb Woods/Unsplash |
No dia 2 de abril,
é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela
Organização das Nações Unidas (ONU) para promover o entendimento sobre o
Transtorno do Espectro Autista (TEA), combater preconceitos e incentivar a
inclusão. Durante todo o mês, conhecido como Abril Azul, campanhas ao redor do
mundo reforçam a importância de dar voz às pessoas autistas, destacando a
necessidade de acesso a diagnósticos, tratamentos adequados e, acima de tudo,
respeito e aceitação.
Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo
possuem TEA. Atualmente, estima-se que cerca de 1 a cada 36 crianças seja
diagnosticada com autismo, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças dos Estados Unidos (CDC). No Brasil, a estimativa é que aproximadamente
2 milhões de pessoas estejam dentro do espectro.
O TEA é um
transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desafios na comunicação,
interação social e padrões de comportamento repetitivos. Embora não tenha cura,
intervenções precoces e adequadas, como a Análise do Comportamento Aplicada
(ABA), podem ajudar no desenvolvimento e na autonomia das pessoas autistas.
A ABA é uma
abordagem baseada em evidências científicas que busca promover a aprendizagem e
o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e de comunicação,
adaptando-se às necessidades individuais de cada paciente.
Segundo Juliana
Moura, psicóloga especializada em ABA para autismo, essa intervenção pode
trazer resultados significativos na autonomia e na qualidade de vida das
pessoas autistas. “A terapia ABA é uma ferramenta essencial para ajudar pessoas
autistas a desenvolverem habilidades sociais, de comunicação e autonomia,
promovendo mais qualidade de vida”, afirma a psicóloga.
As intervenções em
ABA têm como principal objetivo ampliar o repertório de comportamentos dos indivíduos
e reduzir a frequência ou intensidade de comportamentos desafiadores. Por meio
de técnicas que promovem o aprendizado de novas habilidades, a abordagem
contribui para o desenvolvimento da comunicação, da autonomia e da
socialização. Cada plano é adaptado de forma personalizada, respeitando as
necessidades e o ritmo de cada pessoa.
“As intervenções
precisam de uma avaliação criteriosa, com protocolos reconhecidos nacional e
internacionalmente. Essa análise abrange todos os domínios do desenvolvimento e
inclui a coleta de dados para entender os fatores que influenciam o
comportamento, ajudando a ajustar o plano de intervenção e encontrar
estratégias para lidar com comportamentos desafiadores”, ressalta Juliana.
A psicóloga ainda
destaca que durante as intervenções em ABA, cada criança recebe um Plano
Terapêutico Individualizado (PTI), criado após uma avaliação criteriosa para
definir metas de ensino adaptadas à sua realidade, aplicadas em casa, no
consultório e em outras terapias. Por ser uma ciência — e não um método fixo —
a ABA considera a singularidade de cada indivíduo. O plano, elaborado por um
Supervisor Analista do Comportamento, é acompanhado por mensurações contínuas
para garantir o progresso, podendo ser aplicado por profissionais capacitados e
pelos próprios pais.
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Intervenções precoces e adequadas, como a ABA, podem ajudar no desenvolvimento e na autonomia das pessoas autistas Foto: Vanessa Bucceri/Unsplash |
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