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sexta-feira, 28 de março de 2025

Colostro Antes do Parto, benefício ou risco? Especialista explica

Especialista explica os benefícios da prática para mães de bebês prematuros ou com fatores de risco, e alerta sobre os cuidados necessários para evitar complicações


Nos últimos anos, uma prática tem despertado interesse entre gestantes e profissionais de saúde: a coleta prévia de colostro durante a gravidez. Considerado o "primeiro leite" da mãe, o colostro é uma substância espessa e amarelada, altamente concentrada em nutrientes e anticorpos — e essencial nas primeiras horas de vida do bebê.


Mas, será que toda gestante deve se preparar para coletá-lo ainda na gestação?

Dra. Alessandra Paula, fisioterapeuta especialista em pós-parto e aleitamento humano, explica que a técnica pode ser extremamente benéfica em situações específicas, como em casos de bebês prematuros, mães com histórico de apojadura tardia (subida do leite) ou com condições clínicas que dificultam a amamentação imediata — como diabetes gestacional, hipotireoidismo, cirurgia bariátrica e cirurgias mamárias.


Os principais benefícios da coleta de colostro na gravidez: 

-Ajuda na nutrição de recém-nascidos de risco, especialmente prematuros ou com dificuldades iniciais de sucção.

-Tranquiliza mães que enfrentam desafios com a pega ou dor, pois permite alimentar o bebê sem recorrer à fórmula.

-Serve como reserva em caso de separação mãe-bebê após o parto, como em UTI neonatal ou cesáreas com complicações.

-Previne crises de hipoglicemia em recém-nascidos de mães com diabetes, oferecendo um alimento natural rico em energia.

Apesar dos benefícios, a prática não é isenta de riscos, alerta a Dra. Alessandra:

“A estimulação das mamas pode, em casos específicos, provocar contrações uterinas. Por isso, não recomendamos que a gestante tente fazer isso sozinha, sem orientação profissional”, destaca.


Riscos e cuidados essenciais: 

-A coleta deve ser iniciada somente após liberação médica, geralmente no terceiro trimestre.

- O procedimento precisa ser feito com técnica correta e higiene rigorosa para evitar contaminações.

-A pressão para coletar pode causar ansiedade em algumas gestantes — por isso, o apoio emocional também é importante. 

A orientação é conversar com uma especialista em aleitamento humano para avaliar se a coleta é indicada para o seu caso e, se sim, como, quando e onde fazê-la com segurança. “Quando bem orientada, a coleta de colostro pode ser uma aliada poderosa da amamentação, especialmente para mães de grupos de risco. Mas, como tudo na gestação, é preciso individualizar e respeitar o tempo do corpo”, finaliza a Dra. Alessandra.
 

Alessandra Paula Santos - CREFITO - 392075-F - Fisioterapeuta, formada pela Universidade de Santo Amaro; Especialista em Amamentação pelo Hospital Albert Einstein; Especialista em aleitamento humano e seus obstáculos pela escola Bianca Balassiano Cursos extras em aleitamento materno nível avançado: Cirurgias mamárias, Hiperlactação, Desmame, Uso de Fitoterápicos, Síndrome de Down, Fissura Palatina. Pelo Instituto Mame Bem. Especialista em Fotobiomulação (laser e led). Terapias combinadas/Eletrotermoterapia (ultrassom e correntes elétricas) para manejo de dor e regeneração celular em pós-operatório. Especialista em Taping pós-parto e recuperação cirúrgica. Criadora do método Descomplicando a Amamentação, com mais de 500 alunos. Fundadora da Clínica Cria, única clínica do país dedicada ao aleitamento humano e cuidados com recém-nascidos.



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