Especialista explica os benefícios da prática para
mães de bebês prematuros ou com fatores de risco, e alerta sobre os cuidados
necessários para evitar complicações
Nos últimos anos, uma prática tem despertado interesse entre gestantes e
profissionais de saúde: a coleta prévia de colostro durante a gravidez.
Considerado o "primeiro leite" da mãe, o colostro é uma substância
espessa e amarelada, altamente concentrada em nutrientes e anticorpos — e
essencial nas primeiras horas de vida do bebê.
Mas, será que toda gestante deve se preparar para coletá-lo ainda na gestação?
Dra. Alessandra Paula, fisioterapeuta especialista em pós-parto e aleitamento
humano, explica que a técnica pode ser extremamente benéfica em situações
específicas, como em casos de bebês prematuros, mães com histórico de apojadura
tardia (subida do leite) ou com condições clínicas que dificultam a amamentação
imediata — como diabetes gestacional, hipotireoidismo, cirurgia bariátrica e
cirurgias mamárias.
Os principais benefícios da coleta de colostro na gravidez:
-Ajuda na nutrição de recém-nascidos de risco, especialmente prematuros ou com dificuldades iniciais de sucção.
-Tranquiliza mães que enfrentam desafios com a pega ou dor, pois permite alimentar o bebê sem recorrer à fórmula.
-Serve como reserva em caso de separação mãe-bebê após o parto, como em UTI neonatal ou cesáreas com complicações.
-Previne crises de hipoglicemia em recém-nascidos de mães com diabetes,
oferecendo um alimento natural rico em energia.
Apesar
dos benefícios, a prática não é isenta de riscos, alerta a Dra. Alessandra:
“A
estimulação das mamas pode, em casos específicos, provocar contrações uterinas.
Por isso, não recomendamos que a gestante tente fazer isso sozinha, sem
orientação profissional”, destaca.
Riscos e cuidados essenciais:
-A coleta deve ser iniciada somente após liberação médica, geralmente no terceiro trimestre.
- O procedimento precisa ser feito com técnica correta e higiene rigorosa para evitar contaminações.
-A pressão para coletar pode causar ansiedade em algumas gestantes — por isso,
o apoio emocional também é importante.
A
orientação é conversar com uma especialista em aleitamento humano para avaliar
se a coleta é indicada para o seu caso e, se sim, como, quando e onde fazê-la
com segurança. “Quando bem orientada, a coleta de colostro pode ser uma aliada
poderosa da amamentação, especialmente para mães de grupos de risco. Mas, como
tudo na gestação, é preciso individualizar e respeitar o tempo do corpo”,
finaliza a Dra. Alessandra.
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