Pessoas com histórico familiar devem
iniciar os exames 10 anos antes, segundo Dr. Nacif, cirurgião gastrointestinal
e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)
O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, mas apesar da gravidade da doença, quando diagnosticada precocemente, aumenta significativamente as chances de tratamento e até a cura. Contudo, muitas pessoas ainda se perguntam: quando e como iniciar o rastreio para detectar possíveis tumores?
Segundo o Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde, O câncer aparece em segundo lugar de razões de saúde que mais causaram morte, com 157.747 óbitos causados por tumores (neoplasias) de todas as naturezas. Um terço das vítimas (51.337) morre em decorrência de câncer no sistema digestivo. Em particular, no cólon (9.942), estômago (8.964) e pâncreas (8.481). Fora dos órgãos digestórios, o câncer no pulmão e órgãos do sistema respiratório é o mais letal, tirando 22.853 vidas ao longo do ano.
Para o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) a recomendação que o rastreio aconteça para pessoas acima de 45 anos, alguns casos específicos acima de 40 anos e, com histórico familiar, o ideal é que seja 10 anos antes. “Em alguns cânceres, quando está no início, não é comum a ocorrência de sintomas, por isso é importante a realização de exames preventivos para a detecção precoce”, alerta.
O especialista ainda explica que a recomendação para pessoas que possuem histórico familiar se baseia em evidências científicas que indicam que a predisposição genética pode antecipar o desenvolvimento do câncer. “Se um parente de primeiro grau foi diagnosticado aos 50 anos, o rastreamento deve começar aos 40. Essa antecipação pode salvar vidas, pois aumenta as chances de identificar pólipos antes que se tornem malignos. Mesmo não sendo possível impedir o câncer de aparecer, a descoberta precoce do tumor oferece mais opções de tratamento e um prognóstico mais positivo, além de altas taxas de cura em muitos casos”, conclui.
O processo de desenvolvimento do câncer (chamado de carcinogênese)
é complexo e influenciado por diversas variáveis, como envelhecimento,
hereditariedade, hábitos ruins (como tabagismo e dieta rica em ultraprocessados),
sedentarismo e poluição do ar, entre outros. Nem tudo dessa lista pode ser
modificado, mas uma coisa pode ser feita para reduzir os danos daqueles que
irão desenvolver a doença: os exames de rastreio, recomendados para certos
grupos e que auxiliam a detectar a doença em estágios iniciais ou
pré-cancerígenos.
Com os exames adequados para cada tipo de câncer, é
possível:
- Detectar o tumor ainda em um estágio inicial e restrito a um
único órgão;
- Prevenir o avanço da doença, evitando que as células
cancerígenas se espalhem para outras áreas do corpo;
- Optar por tratamentos menos invasivos e agressivos;
- Ampliar as possibilidades de sucesso no tratamento;
- Atingir a remissão, ou seja, a ausência parcial ou total dos
sintomas da doença.
“Na grande maioria dos casos, o diagnóstico precoce de um câncer é
determinante para o sucesso do tratamento e para um prognóstico favorável. Por
isso, a realização de exames preventivos, de acordo com as orientações médicas,
é essencial para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida daqueles que
enfrentam a doença”, conclui Dr. Lucas Nacif.
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