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A banhista e o cão griffon – Lise à beira do Sena, 1870 Pierre-Auguste Renoir, Acervo MASP Foto: João Musa 28 de março a 3 de agosto de 2025 |
O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand exibe, entre os dias 28 de março e 3 de
agosto, todas as obras de Pierre-Auguste Renoir (1841–1919) presentes em seu acervo. Cinco
ensaios sobre o MASP — Renoir apresenta
12 pinturas e uma escultura no quinto andar do Edifício Pietro Maria Bardi. Esse
conjunto de obras foi exposto pela última vez em 2002, na mostra Renoir – O
pintor da vida, realizada no próprio museu.
Com curadoria de Fernando Oliva, curador,
MASP, a seleção abrange praticamente toda a
carreira do artista francês. Entre as pinturas
está a famosa obra Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers (1881), que retrata
Elisabeth e Alice, filhas do banqueiro
Louis Cahen d’Anvers (1837–1922), uma família pertencente à
comunidade judaica do século XIX. Alice viveu até os 89 anos e morreu em Nice,
em 1965. Já Elisabeth teve um destino trágico. Durante a exposição de obras do
MASP realizada na Fondation Pierre Gianadda, em 1987, na Suíça, seu sobrinho
Jean de Monbrison escreveu ao museu relatando que Elisabeth fora enviada para
Auschwitz durante a Segunda Guerra e morreu a caminho do campo de concentração,
aos 69 anos.
O período, conhecido como “obra tardia” de Renoir — influenciado por sua viagem à Itália, em 1881, que possibilitou o contato com mestres renascentistas, como Rafael e Ticiano —, é marcado por pinturas em tons pastéis, sem contornos firmes e sobreposição de cores puras. Essas características podem ser observadas em Banhista enxugando a perna direita (c. 1910) e Banhista enxugando o braço direito (grande nu sentado) (1912). O tema das banhistas, abordado por Renoir desde o início de sua carreira — como na tela A banhista e o cão griffon – Lise à beira do Sena (1870) — tornou-se central em sua produção até sua morte em 1917.
Além das pinturas, a exposição apresenta Vênus vitoriosa (Venus
Victrix) (1916), escultura produzida no período em que o artista sofria de
artrite reumatoide severa. Por conta das limitações impostas pela doença, a
obra foi criada com o auxílio do jovem artista Richard Guino (1890–1973). O trabalho dialoga com a pintura O julgamento de
Páris, feita por Renoir alguns anos antes, inspirada no episódio “Pomo da
discórdia”, da mitologia grega.
As obras de Renoir foram adquiridas pelo museu durante o chamado
período das grandes aquisições quando, entre o final da década de 1940 e início
dos anos 1950, Pietro Maria Bardi (1900–1990),
diretor-fundador do MASP, incorporou ao acervo trabalhos de artistas do cânone
europeu, em sua maioria italianos e franceses, o que resultou no mais
importante acervo de arte europeia do hemisfério sul. A coleção de Renoir
constitui o maior número de trabalhos de um único artista dentre as pinturas
europeias do acervo da instituição.
DIÁLOGO COM OS CAVALETES DE CRISTAL
As pinturas de Renoir são apresentadas em suportes individuais feitos de
chapas metálicas reflexivas, com um design que inclui um recorte curvo em uma
das pontas. Concebidas pela arquiteta Juliana
Godoy, essas estruturas foram criadas buscando um diálogo com os cavaletes de
cristal de Lina Bo Bardi e com a história do MASP.
Os blocos de concreto dos cavaletes originais,
que remetem ao modernismo, nesta expografia são substituídos por uma base com
dois pés de apoio, sendo que um deles é calcado em espuma. A escolha desse
material flexível propõe uma alusão ao momento contemporâneo.
A expografia usa ainda como referência as
travas desenvolvidas pelo museu para fixar as obras nos cavaletes de vidro, e
mantém a proposta de apresentar as legendas na parte posterior das telas,
convidando o visitante a passear pelo espaço.
Renoir, Geometrias,
Artes da África, Histórias do MASP
e Isaac Julien: Lina Bo Bardi – um maravilhoso emaranhado integram
os Cinco ensaios sobre o MASP, série
de exposições pensadas a partir do acervo do museu para inaugurar o novo
Edifício Pietro Maria Bardi.
SOBRE RENOIR
Nascido em Limoges, na França, em 1841, Renoir foi um dos
principais pintores do movimento impressionista francês, conhecido por suas
pinturas de cores vibrantes, caracterizadas pelo uso de luz e cor, pinceladas
fluidas e uma atenção especial à figura humana, especialmente em cenas de
cotidiano e retratos. Renoir começou sua carreira como aprendiz de pintor de
porcelana, mas logo se dedicou à pintura em tela, desenvolvendo um estilo que
evoluiu do impressionismo ao realismo. Ainda na juventude conheceu Claude Monet
(1840–1926), quando frequentava ateliês e estudava na École de
Beaux-Arts de Paris. Com Camille Pissarro (1830–1903) e Alfred Sisley (1839–1899),
formaram o primeiro núcleo dos impressionistas que renovou a técnica e os temas
da pintura da época. Contudo, diferentemente dos colegas que estavam mais
preocupados em captar a sensação visual produzida pelo motivo ao ar livre,
Renoir se interessou mais pela representação humana nos diversos retratos que
pintou, muitos de famílias da elite francesa.
ACESSIBILIDADE
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de
acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu
acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e
legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil – com
narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os
espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com
deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados
em geral. Os conteúdos ficam disponíveis no site e no canal do YouTube do
museu.
REALIZAÇÃO
Cinco ensaios sobre o MASP – Renoir é
realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem patrocínio de
Citi Brasil e Stellantis.
SERVIÇO
Cinco ensaios
sobre o MASP – Renoir
Curadoria: Fernando Oliva, curador, MASP
5°
andar
Edifício
Pietro Maria Bardi
Visitação
28.3.2025 – 3.8.2025
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av.
Paulista, 1510 - Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h);
quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h
(entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada
até às 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
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