Especialista do Hospital Mater Dei Santa Genoveva explica sobre pedras nos rins, com alertas sobre clima, genética e mitos sobre suplementos
Dores intensas nas costas, náuseas e sangue na urina são os
sintomas mais conhecidos do cálculo renal. Mas o que poucos sabem é que as
pedras nos rins podem se formar silenciosamente, sem aviso, e só se revelarem
em crises agudas. O nefrologista Dr. Victor Jordão, que atua no Hospital Mater
Dei Santa Genoveva, desvenda os sinais sutis, os riscos ocultos e as estratégias
inovadoras para enfrentar essa condição, que afeta 12% da população brasileira,
segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Como as pedras se formam?
Cálculos renais são cristais sólidos que se aglomeram no
trato urinário, quando substâncias como cálcio, oxalato ou ácido úrico se
concentram na urina. “A formação depende da composição da urina de cada pessoa.
Por isso, genética e estilo de vida são fatores-chave”, explica o Dr.
Victor.
Sinais silenciosos:
- Urina turva ou com odor forte;
- Vontade frequente de urinar, mesmo com pouco
volume;
- Desconforto leve e intermitente na região
lombar.
Clima, genética e estilo de vida
Enquanto a desidratação é o principal fator de risco, o
especialista alerta para outros gatilhos menos óbvios:
- Clima tropical: Países quentes, como o Brasil, têm maior
incidência devido à perda de líquidos pelo suor. Trabalhadores expostos ao
calor (como construção civil) são grupo de risco.
- Predisposição genética: Quem tem histórico familiar
precisa de monitoramento, mesmo sem sintomas.
- Suplementos perigosos: Usados sem orientações médicas
podem não ser seguros.
Prevenção e alerta aos mitos
Dr. Victor destaca estratégias simples para evitar
crises:
1. Hidratação inteligente: 30-35 mL de água por quilo de
peso/dia (ex.: 2,1 litros para 70 kg). Quem sua muito deve aumentar a
dose.
2. Frutas cítricas: Limão, laranja e acerola são ricos em
citrato, que impede a aglomeração de sais na urina.
3. Cuidado com modismos: Suplementos de vitamina C e D só
são prejudiciais em casos específicos, mas o uso sem orientação é
arriscado.
Tratamentos
Quando a prevenção não é suficiente, a medicina oferece
opções avançadas para combater os cálculos renais. Antes de qualquer intervenção,
porém, a tomografia de abdômen sem contraste se consolida como exame padrão
ouro, oferecendo imagens detalhadas para localizar os cálculos e guiar a
estratégia mais segura.
Controle a longo prazo exige mudança de
hábitos
O nefrologista reforça, porém, que o fim do tratamento não
significa o fim dos cuidados: “Após a remoção, o monitoramento contínuo é
essencial. Mesmo sem sintomas, pedras recorrentes podem causar danos renais
irreversíveis, como obstruções ou infecções crônicas. E há formas de investigar
a causa dessa recorrência e tratá-la. Por isso, exames periódicos e ajustes no
estilo de vida são aliados permanentes”.
Para o médico, a
chave está na personalização. “Cada paciente precisa de um plano que considere
sua genética, rotina e até o clima onde vive. Não existe fórmula única”. Com
hidratação rigorosa, dieta balanceada e exames periódicos, é possível reduzir consideravelmente
o risco de recorrência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário