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Antoni Shkraba Pexels |
Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, é momento de conscientização sobre a condição e qualidade de vida de quem convive com ela
O Dia Mundial da
Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, tem como principal objetivo
reforçar a importância da inclusão e do acesso a tratamentos que contribuam
para a qualidade de vida dessas pessoas. A data foi oficialmente reconhecida
pela ONU em 2012 e faz referência à trissomia do cromossomo 21, alteração
genética responsável pela síndrome.
Considerada a
principal causa conhecida de deficiência intelectual, a Síndrome de Down
responde por cerca de 25% dos casos de atraso no desenvolvimento cognitivo. No
Brasil, a condição afeta aproximadamente uma em cada 700 crianças nascidas, o
que equivale a cerca de 270 mil pessoas.
Nos últimos anos,
a cannabis medicinal tem sido estudada como uma alternativa terapêutica para
diversas condições de saúde, incluindo a Síndrome de Down. A Dra. Mariana
Maciel, diretora médica da farmacêutica canadense Thronus Medical, esclarece
algumas questões sobre o uso da planta para esse tipo de tratamento.
1. O uso da
cannabis medicinal é seguro para pessoas com Síndrome de Down?
Mariana Maciel: Sim. Mas, como em qualquer tratamento médico, a
segurança depende de fatores como a dosagem e as condições individuais de cada
paciente.
Indivíduos com Síndrome de Down podem apresentar maior sensibilidade a
determinados medicamentos, tornando essencial o acompanhamento de um médico.
Como em todo tratamento com medicação, é fundamental um acompanhamento contínuo
de um médico inscrito nos Conselhos de Medicina para garantir a eficácia e a
segurança do uso.
2. Quais são os benefícios potenciais?
MM: A cannabis medicinal tem sido estudada por seu potencial no controle
da ansiedade, hiperatividade, distúrbios do sono e até no suporte à cognição. O
canabidiol (CBD), em especial, é conhecido por suas propriedades calmantes e
neuroprotetoras.
3. Existem efeitos colaterais?
MM: Como qualquer medicamento, o uso da cannabis pode gerar efeitos
adversos, embora estes habitualmente sejam leves.
4. Como definir a dosagem ideal?
MM: A dosagem deve ser ajustada de maneira individualizada por um
médico. A recomendação é iniciar com doses baixas, aumentando gradualmente
conforme a resposta do paciente ao tratamento
5. Todos os produtos à base de cannabis têm o mesmo efeito?
MM: Não. A cannabis contém centenas de compostos, sendo os mais
conhecidos o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O THC possui
efeitos psicoativos, enquanto o CBD não altera a percepção. A combinação desses
compostos varia de acordo com o produto e influencia seus efeitos terapêuticos.
Mais recentemente, devido ao amplo espectro de atividades biológicas, o
CBG ganhou destaque especialmente em tratamento de doenças que requerem
farmacoterapia multidirecional. Gerado durante a descarboxilação não enzimática
do ácido canabigerólico, é conhecido pelos efeitos analgésicos e
antiinflamatórios, propriedades anticonvulsivantes e ansiolíticas.
A cannabis medicinal pode ser uma alternativa eficaz para aliviar
diversos sintomas da Síndrome de Down. Com a devida orientação médica, é
possível utilizá-la com segurança, sempre com foco na melhora da qualidade de
vida do paciente.
Thronus Medical
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