A capacidade de integrar de maneira rápida e contínua a Medicina Baseada em Evidências (MBE) ao atendimento ao paciente tem se tornado essencial para líderes de saúde, médicos e pesquisadores, que enfrentam o desafio de garantir que as últimas pesquisas e diretrizes clínicas sejam efetivamente aplicadas em suas organizações. Com tecnologias avançadas e um foco maior na melhoria da qualidade do cuidado, o cenário da pesquisa médica e da MBE tem evoluído rapidamente ao redor do mundo.
Entretanto,
no Brasil, a satisfação da população quanto à saúde geral no País é um fator
preocupante. Um estudo
realizado em 2022 pelo PoderData, a pedido da Associação Nacional de Hospitais
Privados (ANAHP), indica que 43% dos entrevistados a consideram ruim ou
péssima, enquanto apenas 9% avaliam como boa ou ótima. Diante disso, a adoção
de estratégias voltadas para a melhoria da qualidade do cuidado é essencial
para a reversão dessa conjuntura.
Segundo
uma pesquisa
realizada, em 2024, pela ANAHP, em parceria com a Wolters Kluwer, para 97,8%
dos participantes, ter acesso a bases de conhecimento clínico baseadas em
evidências é muito ou extremamente relevante para a segurança do paciente.
Neste sentido, aprimorar e ampliar a integração da MBE às práticas clínicas,
por meio de soluções tecnológicas, torna-se uma opção viável para a solução
deste desafio.
Uso de evidências nas decisões clínicas
A
MBE é definida pelo uso consciente das melhores evidências atuais na tomada de
decisões sobre o atendimento ao paciente. Esse processo envolve a integração da
expertise médica individual com as informações clínicas externas obtidas por
meio de pesquisas sistemáticas.
Na
área da saúde, a MBE é essencial para aprimorar os resultados do paciente e a
qualidade do atendimento, além de otimizar o processo decisório clínico. No
entanto, apesar de sua importância, existem obstáculos que dificultam a sua
implementação de maneira eficaz em organizações de saúde.
Um
desses desafios é a falta de acesso a pesquisas de qualidade. Os profissionais
de saúde nem sempre conseguem obter as últimas descobertas de pesquisas, o que
limita sua capacidade de basear decisões clínicas em evidências sólidas.
Soma-se a isso as restrições de tempo que os médicos frequentemente enfrentam,
o que dificulta a atualização sobre as evidências mais recentes.
A
resistência cultural e organizacional, característica comum em momentos de
grandes mudanças no ambiente de trabalho, também pode interferir na adoção de
novas práticas, mesmo quando as evidências as apoiam. Além disso, a falta de um
treinamento formal em MBE para profissionais de saúde também afeta a
implementação de ações efetivas no atendimento aos pacientes, o que torna
desafiadora uma avaliação crítica para aplicar os resultados da pesquisa.
Superando barreiras com tecnologia e liderança
Tecnologia
de saúde e estratégias de liderança inovadoras são essenciais para superar
essas barreiras. O investimento em ferramentas de
suporte à decisão clínica pode integrar evidências diretamente aos
processos de atendimento ao paciente, fornecendo aos médicos acesso em tempo real
a pesquisas e diretrizes.
Programas
de capacitação
baseados em “coorte”, em que grupos de pessoas com experiências profissionais
em comum em um determinado tema se reúnem para estudos, também são importantes
aliados para a difusão de conhecimento às equipes de saúde, por promoverem a
colaboração e o aprendizado prático, incentivando a aplicação da MBE em
ambientes clínicos.
Aliar
essas ações à abordagem sistemática e contínua para a implementação de
evidências, ou seja, colocar a pesquisa em prática, garante que as mudanças se
tornem parte do padrão de procedimentos operacionais dentro dos serviços de
saúde, em vez de serem intervenções pontuais.
Benefícios para o atendimento
Um
dos ganhos que a integração das práticas com pesquisas mais recentes e
ferramentas para o suporte clínico proporciona é a melhora da segurança e dos
resultados dos pacientes. Ao contarem com acesso às melhores evidências
disponíveis, os médicos podem tomar decisões informadas e personalizadas de
acordo com as particularidades de cada caso, que aprimoram o atendimento ao
paciente e, consequentemente, a avaliação dos serviços médicos.
Allan Conti - Diretor Comercial da Wolters Kluwer Health no Brasil.
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