Dados nacionais mostram que ocorreram mais de 200 mil casos e 134 mortes em 2023
Os acidentes envolvendo escorpiões têm se tornado um problema de saúde pública no Brasil. Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que em 2023 foram registrados mais de 200 mil casos de picadas por esses animais peçonhentos e 134 mortes. Jovens com idade entre 20 e 29 anos são os principais alvos, seguido pelos grupos de 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos.
Para André Costa, médico-veterinário e docente no Centro Universitário Facens, é possível contornar os riscos com medidas preventivas e maior conscientização da população. “Os escorpiões mais comuns na região são o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e, em menor número, o escorpião-preto (Tityus bahiensis). Ambos são peçonhentos e possuem toxinas de importância médica, o que significa que, em caso de picada, podem causar sintomas como dor intensa, náuseas, inchaço e inflamação no local afetado. Em situações mais graves, dependendo da quantidade de veneno injetado e da sensibilidade da vítima, a picada pode levar ao óbito”, diz.
De acordo com o especialista, os escorpiões têm hábitos noturnos e
saem em busca de alimentos, como insetos, durante a noite. De dia, costumam se
esconder em locais escuros e úmidos. “Nos dias mais quentes do ano, são mais
ativos e podem ser encontrados em tubulações de esgoto, entulhos, terrenos
baldios e até dentro de casas, em calçados ou móveis”, explica Costa
Confira seis dicas do especialista para evitar acidentes:
- Evite o acúmulo de materiais onde eles possam se esconder,
como entulhos;
- Limpe o quintal sempre e não deixe pneus ou materiais
recicláveis no terreno;
- Fazer a roçagem também diminui os locais de abrigo dos
escorpiões;
- Mantenha ralos fechados;
- Sacuda as roupas e calçados antes de usá-los;
- Use luvas e botas ao manusear materiais acumulados ou
trabalhar em jardins.
Risco para os pets
Os escorpiões representam riscos tanto para humanos quanto para
animais de estimação. Em caso de picada em pessoas, a recomendação é lavar o
local com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente. “Não faça
torniquetes, nem corte, fure ou esprema o local, tampouco sugue o veneno com a
boca. Se possível, tire uma foto do escorpião para identificação e procure o
Centro de Controle de Zoonoses do seu município”, alerta o especialista.
Já para os pets, os riscos também são significativos. “A toxina
escorpiônica pode ter efeitos variados, dependendo da espécie, tamanho e
condição de saúde do animal. Em alguns casos, pode levar ao óbito. Animais de
pequeno porte costumam ser mais sensíveis”, explica André. Ele ressalta que,
embora não exista antiveneno específico para animais, a recomendação é buscar
atendimento veterinário imediato em caso de acidente.
Centro Universitário Facens
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