Pesquisar no Blog

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Conhecer reserva de folículos é fundamental para planejar gravidez

Médico ginecologista da Origen BH comenta sobre 'estoque' de óvulos que já nasce com a mulher 

 

Muitas mulheres desconhecem que têm uma reserva de óvulos determinada no seu nascimento. A chamada reserva ovariana é o “estoque” de folículos com potencial para ovular, presente nos ovários. Para aquelas que sonham em ter filhos, o primeiro passo é conhecer sua reserva ovariana para entender sua realidade e chances de ter uma gravidez natural.

A maioria das mulheres geralmente nasce com um estoque que varia entre 1 milhão e 2 milhões de folículos. Mas este número, no entanto, diminui até a puberdade, para cerca de 400 mil. E, a cada ciclo menstrual, os folículos disponíveis que não se desenvolvem, são eliminados, reduzindo, assim, essa reserva.

De acordo com o ginecologista da clínica Origen, Rodrigo Hurtado, mestre e doutor em Saúde da Mulher e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diferentemente do homem, que produz espermatozoides ao longo de toda a vida, a mulher já nasce com seu estoque de folículos determinado. E ainda diminui essa quantidade com o passar dos anos. “Além disso, a qualidade dos óvulos muda, por causa do envelhecimento natural das pessoas. E todas essas mudanças impactam diretamente nas taxas de gravidez, aumento no risco de aborto e nascimento de crianças com alterações cromossômicas, entre outras questões”, explica.

De acordo com Hurtado, o fator de maior impacto da capacidade reprodutiva de um casal é a qualidade dos óvulos. E essa qualidade, assim como a quantidade, diminui drasticamente com a idade. “O congelamento de óvulos, portanto, minimiza essa perda de capacidade reprodutiva porque garante um número de óvulos suficiente para fazer tentativas de fertilização in vitro e qualidade muito superior em comparação a óvulos mais velhos. E nesse contexto, as técnicas de vitrificação e desvitrificação ultra rápidos têm se mostrado superiores às técnicas de congelamento convencionais”, acrescenta.

Além do envelhecimento natural dos gametas, outras condições também podem levar à diminuição da reserva ovariana, como a chamada falência ovariana precoce (FOP), conhecida também como insuficiência ovariana primária ou menopausa precoce, caracterizada pela falência da função dos ovários antes dos 40 anos. A FOP pode ser provocada por diferentes condições, como  distúrbios genéticos ou tratamentos para o câncer, ou pode ser idiopática, ou seja, ocorrer por causas desconhecidas.


Tratamento – A falência ovariana precoce pode vir acompanhada de sintomas como ressecamento e perda da elasticidade da vagina (que leva à dor ao ter relação sexual), irregularidades menstruais (ciclos mais longos ou mais curtos que o que vinha ocorrendo), sensação de calor no corpo às vezes com sudorese abundante, perda de libido e irritabilidade. O tratamento mais comum é a reposição hormonal, especialmente de estradiol, que tem potencial para reverter os sintomas e resultar numa melhor qualidade de vida.

“Não há como reverter uma baixa reserva mas, se sabemos que ela está presente, conseguimos nos organizar, seja por meio da tentativa de gravidez espontânea o mais cedo possível, seja pelo congelamento de óvulos”, diz o ginecologista. Para congelar os óvulos, as pacientes recebem medicamentos hormonais com o objetivo de estimular o desenvolvimento de mais folículos, a estimulação ovariana. O desenvolvimento é acompanhado por exames de ultrassonografia, que indicam o momento ideal para que seja induzido o amadurecimento final dos óvulos. “Após a indução, os óvulos maduros são coletados por punção folicular. Os óvulos são então identificados em laboratório e congelados. Quando há desejo da mulher em engravidar, seus óvulos são descongelados e usados no tratamento de reprodução assistida, via fertilização in vitro”, explica Rodrigo Hurtado.


Como conhecer sua reserva - Para conhecer melhor sua reserva ovariana, a mulher pode solicitar ao(à) seu (sua) médico(a) exames como a ultrassonografia transvaginal para a contagem dos folículos nos ovários; dosagem do hormônio antimülleriano; e FSH (folículo hormônio estimulante) associado ao estradiol (esses, no 2º ou 3º dias do ciclo menstrual).

“Tirar essas e outras dúvidas sobre o ciclo reprodutivo com o (a) médico (a) que a acompanha é muito importante para a mulher. Assim, ela pode fazer escolhas, como ter filhos, com ideias já amadurecidas e informação sobre o seu corpo e seu funcionamento”, acrescenta o ginecologista. “É importante ressaltar que, quanto mais cedo a mulher tem informação sobre sua reserva ovariana, maior será a chance de conseguir engravidar quando iniciar as tentativas, uma vez que as estratégias vão ser direcionadas para cada tipo de pessoa. Individualização é primordial”.


Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados