Clima seco e níveis
crescentes de poluição afetam a saúde dos trabalhadores e podem comprometer a
produtividade nas empresas. Conscientização por parte das empresas pode
contribuir para melhorar a qualidade de vida dos funcionários e reduzir o
absenteísmo durante esse período
Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado
condições climáticas adversas com o agravamento de queimadas em diversas
regiões, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, elevando os níveis de
poluição e secura do ar. Cidades como São Paulo, Brasília e Cuiabá estão entre
as mais afetadas, registrando aumento de doenças respiratórias, alergias, e uma
sensação geral de mal-estar.
De acordo com o Banco de Dados de Queimadas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de queimadas teve um
aumento significativo, alcançando cerca de 139 mil até agosto, o que representa
um crescimento de 50% em comparação ao ano anterior, trazendo impactos severos
à saúde - principalmente para quem já sofre de problemas respiratórios e
cardiovasculares.
Para as empresas, o cenário é preocupante, já que o
cansaço, a fadiga e as doenças relacionadas ao clima podem resultar em um
aumento no número de ausências de funcionários e queda na produtividade. Em
alguns estados, medidas de proteção aos trabalhadores já estão sendo
implementadas, como é o caso do Ministério do Trabalho e Emprego em Minas
Gerais, que emitiu documento oficial de recomendações às empresas - incluindo
intervalos para hidratação.
O Doutor Marco Aurélio Bussacarini, especialista em
saúde ocupacional da Aventus, alerta que esses fatores exigem uma resposta
rápida e consciente por parte das empresas, que devem adotar medidas
preventivas para garantir o bem-estar dos colaboradores.
“O tempo mais quente, seco e poluído traz um
aumento de fadiga para todos, desde os funcionários de escritório até os que
atuam em áreas produtivas. Por isso, todos da empresa precisam estar
conscientes dessa questão da fadiga e adequar o ritmo de trabalho tendo em
vista esse déficit acarretado pelas condições climáticas na saúde dos
trabalhadores, comenta o especialista. “É essencial que as empresas façam algum
tipo de campanha de conscientização e prevenção para os funcionários, com isso,
vão ganhar pela diminuição de absenteísmo e aumento de produtividade.",
comenta o especialista.
Medidas de proteção para os
trabalhadores
As empresas podem adotar algumas ações simples e
eficazes para minimizar os impactos das condições climáticas adversas, promovendo
a saúde e a produtividade dos funcionários. Marco Aurélio Bussacarini
destaca as seguintes recomendações:
- Promover
campanhas de hidratação: Incentivar os funcionários a beberem água
regularmente para combater os efeitos da desidratação, que é mais comum em
climas secos.
- Ajustar
o ritmo de trabalho: Durante os dias de calor intenso e baixa
umidade, as empresas devem flexibilizar o ritmo de trabalho, permitindo
pausas mais frequentes para que os colaboradores possam descansar.
- Garantir
ambientes climatizados: Manter uma temperatura agradável nos
escritórios e áreas de produção ajuda a combater a fadiga e melhora o
desempenho dos trabalhadores.
- Orientação
sobre a saúde respiratória: Incentivar o uso de umidificadores e promover
a limpeza regular dos sistemas de ar-condicionado para evitar o acúmulo de
poluentes no ambiente.
- Monitorar
a qualidade do ar: Empresas localizadas em áreas mais expostas à
poluição podem instalar monitores de qualidade do ar e adaptar suas
operações nos dias em que os níveis de poluição são mais críticos.
Essas ações, segundo o Doutor Marco Aurélio, podem contribuir para reduzir as faltas ao trabalho e melhorar o bem-estar geral dos funcionários. "A conscientização é chave. Uma empresa que se preocupa com a saúde de seus trabalhadores ganha em produtividade e em satisfação dos colaboradores, o que, a longo prazo, impacta diretamente nos resultados da empresa", conclui. Diante do cenário atual, é importante que as empresas estejam preparadas para lidar com os desafios trazidos pelas mudanças climáticas, principalmente em tempos de alta poluição e temperaturas extremas.
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