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Doença
é uma das principais causas de cirrose hepática e câncer de fígado, explica
médico do Hospital Japonês Santa Cruz
Levantamento
feito pelo Ministério da Saúde mostra que o estado de São Paulo registrou mais
de 6 mil casos de incidência e detecção de hepatite C em 2023 pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), apresentando uma diminuição de 20% comparado com o ano
anterior, quando foram registrados 7.607. A doença pode se apresentar de forma
aguda ou crônica, sendo que entre 60% e 85% dos casos evoluem para a forma
crônica ou para uma cirrose hepática.
O mês de julho
traz uma importante campanha instituída pela lei n° 13.802/2019. O dia 28 é
marcado como o Dia Nacional de Combate à Hepatite, que visa conscientizar a
população sobre os riscos das hepatites virais e a importância da prevenção.
A hepatite viral
é uma inflamação do fígado causada por vírus específicos, sendo os mais comuns
os vírus das hepatites A, B, C, D e E. Cada tipo de vírus é transmitido de
maneira diferente e pode causar diferentes graus de gravidade da doença. As
hepatites virais são responsáveis pela morte de 1,3 milhão de pessoas por ano,
aproximadamente 3,5 mil por dia. As mais preocupantes são a hepatite B e C, que
com o tempo podem se tornar crônicas. De acordo com os dados do Relatório
Global sobre Hepatite de 2024, divulgado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), estima-se que 300 milhões de pessoas vivam com hepatite B e C no mundo.
“Na maioria das
vezes, as hepatites são infecções silenciosas. Ou seja, não apresentam
sintomas”, relata o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio
Bertini. “Entretanto, quando os sinais são presentes, podem se manifestar como
cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras”, completa.
A hepatite A é
geralmente transmitida por água ou alimentos contaminados, ou pelo contato
direto com uma pessoa infectada. Já a hepatite B pode ser transmitida através
do contato com sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infectada. A hepatite
C, por sua vez, é transmitida principalmente por meio do contato com sangue
contaminado e é uma das principais causas de cirrose hepática e câncer de
fígado. Hepatite D e E são também causadas por vírus específicos e têm suas
próprias peculiaridades, como a dependência do vírus da hepatite B para a
replicação no caso da hepatite D, e a transmissão fecal-oral para a hepatite E.
Tratamento
e prevenção
“O tratamento
varia de acordo com o tipo de hepatite e a gravidade da doença. Por exemplo, A
hepatite A e a hepatite E não possuem um tratamento específico. Recomenda-se
repouso, hidratação adequada e uma dieta equilibrada. Em casos mais graves, o
médico recomendará medicamentos apropriados para combater a doença. No caso da
hepatite B e C, geralmente o tratamento envolve o uso de medicamentos
antivirais, visando suprimir a replicação viral e reduzir o risco de
complicações hepáticas graves”, explica o especialista.
Já a hepatite D,
o tratamento visa controlar a infecção pelo vírus da hepatite B, podendo ser
usados os mesmos medicamentos prescritos para tratar pacientes com hepatite D
crônica.
“As principais
medidas de prevenção incluem a vacinação contra a hepatite A e B, o uso de
preservativos durante as relações sexuais, o cuidado com a higiene pessoal e
alimentar, e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal”, destaca o
médico, ressaltando a importância da conscientização. “A conscientização fez
com que o número de casos da doença diminuísse, mas ainda milhões de pessoas
convivem com o vírus da hepatite sem conhecimento, aumentando o risco de
transmissão para outras pessoas e o agravamento da doença”, conclui.
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