Confira o impacto da miopia na infância e na vida adulta
Muita exposição a aparelhos eletrônicos
está impulsionando cada vez mais a dificuldade de enxergar de longe para os
pequenos
Em uma entrevista à revista Marie
Claire, a ginasta Rebeca Andrade revelou sua jornada nos treinos e competições,
enfrentando um cenário visual desafiador. Com cerca de 2,5 graus de miopia em
um olho e 2 graus de astigmatismo no outro, a atleta compartilhou como se
habituou a executar suas séries com a visão turva. Apesar das dificuldades,
Rebeca dispensa o uso de lentes de contato, justificando seu receio de
possíveis interferências durante as práticas. Em um ano de preparação intensa
para as Olimpíadas, a rotina da atleta exige uma abordagem única para superar
os obstáculos visuais.
O exemplo de Rebecca exemplifica bem o
impacto que problemas oculares podem gerar na vida das crianças. O cuidado com
os olhos deve começar desde o nascimento, quando o oftalmologista passa a fazer
parte da rotina de saúde dos pequenos.
Segundo a oftalmopediatra Adriana
Fecarotta, a primeira consulta da criança deve acontecer entre seis meses e um
ano de idade, conforme recomendação das Sociedades Nacionais e Internacionais
de Oftalmopediatria. “Mesmo que a criança não apresente sintomas, é possível
medir o grau e confirmar o diagnóstico. Isso impacta positivamente para um
tratamento precoce, que fará toda a diferença no desenvolvimento infantil ao
longo dos anos”, comenta.
E quando existem
sintomas?
Em grande parte dos casos, quando a
criança apresenta sintomas, o problema só é percebido durante a idade escolar.
Um dos principais sinais é comentar que não consegue enxergar a lousa, por
exemplo, se aproximar de objetos para ver melhor, ou, ainda, ter dor de cabeça
frequente e apertar os olhos para ver melhor.
Nesses casos, é necessário que os pais
levem a criança o quanto antes ao oftalmologista para fazer uma avaliação, que
envolve desde exame físico dos olhos, reflexo de luz regular até testes para
medir a sua capacidade para enxergar letras distantes.
O que pode causar
miopia?
A faixa etária entre 6 e 8 anos de
idade é aquela de maior risco ao desenvolvimento da miopia, se a exposição às
telas for de tempo prolongado. Todas as idades estão propensas às telas, a
diferença é que entre 6 e 8 anos o risco de desenvolvimento da miopia é maior.
Nos casos de exposição excessiva.
“Atividades prolongadas e intensas a
curta distância podem prejudicar a visão da criança, podendo levar ao
aparecimento da miopia”.
E quando se fala em números, um estudo
feito pelo Hospital dos Olhos em 2022, apontou um aumento de 23% no diagnóstico
de miopia entre crianças de 0 a 12 anos no primeiro semestre, somando 538
casos, em comparação com 425 no mesmo período de 2021.
Tratamento, grau e
acompanhamento
O tratamento para miopia deve ser
iniciado o quanto antes, com a adoção de óculos com lentes apropriadas para
tratar a condição visual. “O quanto antes a criança começar a usar os óculos
com as lentes adequadas, ela terá mais qualidade de vida e elevada a sua
capacidade de aprendizagem”.
A miopia em crianças pode ser leve, moderada ou de alta severidade – casos acima de 5,00D. No entanto, a médica alerta para a velocidade de progressão da condição no público infantil. “As crianças se desenvolvem rapidamente e a miopia também pode aderir a essa evolução. Por isso é importante fazer um acompanhamento constante junto ao oftalmologista para ver se está havendo uma progressão ou não do problema, o que vai demandar ajustes nas lentes, algo que facilita a visão e garante maior conforto”, explica.
A boa notícia é que novas tecnologias também vêm surgindo e contribuindo para que o problema seja minimizado. Um deles é uma lente voltada para a desaceleração da progressão da miopia em crianças, a Essilor® Stellest®, que atua na correção da miopia e impede que os olhos se alonguem mais rápido do que deveriam. “Esse alongamento, que acontece em crianças míopes, é o responsável pela piora da condição”, conclui a médica.
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