IMAGEM: Wesley Santos/DC
O IPCA
abriu 2024 com alta de 0,42%, desacelerando em relação ao resultado de dezembro
do ano passado (0,56%)
A inflação oficial no mês de
janeiro ficou em 0,42%, puxada principalmente pela alta no preço dos alimentos.
Esse patamar fica abaixo do 0,56% apurado pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) no mês anterior, dezembro.
Em 12 meses, o índice soma
4,51%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 8/2, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em janeiro, o grupo alimentação
e bebidas, que tem maior peso na cesta de consumo das famílias (21,12%), subiu
1,38%. Isso significa um peso de 0,29 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês. É
a maior alta de alimentação e bebidas para o mês desde 2016, quando o grupo
alcançou elevação de 2,28%.
O IBGE explica que fatores
climáticos foram os principais motivos que causaram o aumento no preço dos
alimentos no começo de 2024.
“O aumento nos preços dos
alimentos está relacionado, principalmente, à temperatura alta e às chuvas mais
intensas em diversas regiões produtoras do país”, explica o gerente da
pesquisa, André Almeida.
Entre os alimentos que mais
pesaram no bolso do brasileiro estão a cenoura (43,85%), batata-inglesa
(29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).
“Historicamente, há uma alta
dos alimentos nos meses de verão, em razão dos fatores climáticos, que afetam a
produção, em especial, dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes,
as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do
El Niño”, destaca Almeida.
O pesquisador contextualiza
ainda que no caso do arroz, a Índia, maior produtor mundial, enfrentou questões
climáticas que atingiram a produção e cortou as exportações no segundo semestre
de 2023. O resultado é menos produto à venda e, consequentemente, maior o
preço.
TRANSPORTES
O grupo transportes – o segundo
que mais pesa na cesta mensal das famílias (20,93%) - ajudou a frear a inflação
em janeiro. Houve deflação, ou seja, recuo nos preços, de 0,65%.
O alívio veio de um vilão dos
últimos meses, o preço das passagens aéreas. Depois de terem subido 82,03% no
acumulado de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, os bilhetes
vendidos pelas companhias aéreas caíram, em média, 15,22% em janeiro de 2024.
Esse foi o item que teve o maior impacto negativo em todo o IPCA.
Ainda no grupo dos transportes,
houve queda nos preços dos combustíveis (-0,39%), com os recuos do etanol
(-1,55%), óleo diesel (-1,00%) e gasolina (-0,31%).
“Como a gasolina é o subitem de
maior peso individual no IPCA, essa queda de preços em janeiro ajudou a conter
o resultado geral do índice”, analisa o gerente do IBGE.
O gás veicular, com aumento de
5,86%, foi o único dos combustíveis pesquisados a ter alta no mês.
Terceiro grupo com maior peso
no orçamento familiar (15,31%), a habitação teve alta de 0,25%.
EM 12
MESES
O IPCA é considerado a inflação
oficial do país, pois é o índice utilizado pelo Banco Central para perseguir a
meta oficial de inflação (3% no acumulado de 12 meses, com tolerância de 1,5
p.p para mais ou para menos). O índice calcula o custo de vida de famílias que
ganham entre um e 40 salários mínimos.
Com o resultado de janeiro, o
acumulado de 12 meses diminuiu de 4,62% para 4,51%. É o quarto mês seguido com
redução nesse acumulado. No mesmo mês do ano passado, o IPCA tinha sido de
0,53%.
INPC
O IBGE também divulgou nesta
quinta-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A principal
diferença dele para o IPCA é que apura a inflação para famílias com renda de um
a cinco salários mínimos.
O resultado do INPC em janeiro,
0,55%, ficou acima do IPCA por conta do maior peso que o grupo alimentação e
bebidas tem para as pessoas dessa faixa de renda, ou seja, quanto menor a
renda, maior o gasto proporcional com comida.
O índice acumula alta de 3,82%
em 12 meses.
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