Para instituição,
limitação ou fim da modalidade de parcelamento no cartão de crédito prejudica
empreendedores e consumidores
O Parcelamento Sem Juros (PSJ) é considerado
indispensável para a economia do país. A modalidade permite aos consumidores
adquirirem um produto ou serviço em condições que se encaixam em seu orçamento
e, para o empreendedor, funciona como uma linha de crédito para capital de giro
mais barata. A ampla defesa pelo PSJ de compras no cartão de crédito foi feita
pelo Sebrae.
O Sebrae vem monitorando a discussão de limitar o
número das parcelas sem juros ou até mesmo extinguir essa possibilidade ao
consumidor. O Sebrae entende que a justificativa para a extinção dessa
modalidade de compra não encontra qualquer amparo técnico.
Para Décio Lima, presidente do Sebrae, impedir o
parcelamento prejudicará as micro e pequenas empresas."Precisamos dar
garantia para que as micro e pequenas empresas tenham longevidade e segurança.
O parcelamento com taxação é inimaginável frente às naturais dificuldades
econômicas enfrentadas pelo setor na voracidade própria do mercado. Os pequenos
precisam ser protegidos para continuar tracionando a economia brasileira", argumenta.
Conhecido pelos juros elevados, o cartão de crédito
é usado por 39% dos donos de pequenos negócios como modalidade de
financiamento. O índice contrasta com a proporção de empresários que apontam os
empréstimos em bancos privados (7%) ou públicos (4%). Os dados são da pesquisa
“Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Sebrae. As
informações sinalizam a dificuldade de acesso a crédito junto ao sistema
financeiro, levando os empreendedores a optar pelo cartão de crédito como
principal modalidade de financiamento usada.
Por isso, o Sebrae se junta a uma série de entidades
que já publicamente se colocaram em favor da manutenção do parcelamento sem
juros, tais como: CNC, Proteste, Associação Brasileira de Atacadistas e
Distribuidores (Abad), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel),
Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços (Afrac),
Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Saiba mais:
Contexto:
Em 3 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sancionou o Projeto de Lei que regulamentou o Desenrola, programa que
prevê a renegociação de dívidas e visa a criar solução para baixar os juros do
cartão de crédito, o chamado rotativo. Para isso, o Congresso estipulou um
prazo de 90 dias para que bancos elaborassem uma autorregulamentação para isso.
Após o prazo, caso não haja uma proposta viável, a dívida no cartão não pode
ser maior que 100% do bem. Para baixar os juros do rotativo, bancos defendem
que o PSJ seja limitado ou até extinto.
Números:
- O parcelamento
sem juros movimenta R$ 1 trilhão, correspondente a 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país.
- 9 em
cada 10 varejistas no Brasil adotam o parcelamento sem juros no cartão
para efetivar ao menos parte de suas vendas, de acordo com pesquisa da CNC.
- Instituto
Locomotiva revelou que quase 115 milhões de brasileiros (78%) só
conseguiram conquistar seus sonhos até hoje porque puderam comprar nessa
modalidade.
- A
pesquisa mostra que 42% das pessoas reduziriam seus gastos pela metade sem
o PSJ.
- Segundo o Datafolha, 75% da população fez uso do crédito parcelado sem juros em 2022.
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