Gravidez tardia, síndrome do ovário policístico e ganho excessivo de peso durante a gestação aumentam as chances de desenvolver a doença
O diabetes gestacional é uma das principais preocupações das futuras mães e é caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue da gestante ao longo da gravidez. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), essa condição afeta cerca de 18% das brasileiras e pode prejudicar seriamente a saúde do bebê caso não seja acompanhada e tratada durante o pré-natal por uma equipe especializada.
De acordo com a dra. Manuele Calil, ginecologista e obstetra do CHN, que faz parte da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, a placenta aumenta a produção de hormônios na gravidez, o que força o pâncreas (responsável pela insulina no corpo) a trabalhar mais para manter os níveis de glicose balanceados. Quando ele não atua de forma adequada ou a produção de insulina não é suficiente para suprir a quantidade de hormônio, a glicose aumenta no sangue da gestante e pode ocorrer a doença. Como o bebê recebe os nutrientes através do cordão umbilical, esse excesso de glicose também ameaça o funcionamento do pâncreas dele, possibilitando malformações congênitas e hipoglicemia (nível baixo de açúcar no sangue).
“É considerado diabetes gestacional quando a glicemia em jejum está acima de 92 mg/dL e os níveis entre uma e duas horas depois da ingestão de açúcar são superiores a 180 mg/dL e 153 mg/dL, respectivamente”, explica a especialista. Os valores da glicemia são fornecidos por meio de exames de sangue.
Apesar de ser uma condição que pode surgir em qualquer gravidez, existem fatores que aumentam o risco da diabetes gestacional, como gravidez tardia (depois dos 35 anos), síndrome do ovário policístico, sobrepeso ou obesidade, histórico de diabetes na família ou colesterol alto, além de gravidez gemelar e diagnóstico de diabetes em gestações anteriores.
“Os sintomas mais comuns da doença são aumento excessivo de peso por parte da gestante ou do bebê ao longo dos trimestres, náuseas frequentes, apetite exagerado, cansaço persistente, vontade frequente de urinar e infecções recorrentes de pele ou na bexiga”, detalha a dra. Manuele. Caso a gestante note um ou mais desses sintomas no dia a dia, é indicado que ela converse com um obstetra para rastreio da condição.
Uma vez feito o diagnóstico, o obstetra do pré-natal indicará o acompanhamento por um endocrinologista e um nutricionista, que avaliarão a paciente e definirão o melhor tratamento para o caso. Além do suporte profissional, é indicado que a gestante evite ingerir alimentos que aumentam os níveis de açúcar no sangue, como doces, refrigerantes, biscoitos, bolos, itens preparados com açúcar refinado e ultraprocessados, como embutidos.
“Também é importante praticar
exercícios físicos, já que eles ajudam a controlar a glicemia. Porém, ela deve
ser liberada pelo obstetra e acompanhada por um profissional da área para não
se esforçar demais e acabar prejudicando o andamento da gestação”, finaliza a
médica.
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