Especialistas da Célula Mater, clínica credenciada Omint, explicam que estilo de vida também pode influenciar no aparecimento do câncer de mama
O período da pandemia trouxe consequências para o
diagnóstico do câncer de mama. Dados do Instituto Nacional de Câncer mostram que 2020 registrou
queda de 41% no número de mamografias realizadas. Para Jonathan Yugo Maesaka,
mastologista da Célula Mater, clínica credenciada Omint, isso resultará
diretamente em diagnósticos tardios e impactará o tratamento e a qualidade de
vida da mulher.
“A probabilidade de cura para o câncer de mama está
fundamentalmente relacionada ao período do diagnóstico. Quando detectado
precocemente, as chances ficam acima de 95%”, afirma Jonathan. Para
tanto, é fundamental que as mulheres mantenham acompanhamento ginecológico
constante, pois o ideal é que o câncer seja encontrado na paciente ainda
assintomática, através de exames de rastreamento.
Para Fernanda Deutsch Plotzky, ginecologista da Célula
Mater, clínica credenciada Omint, a principal mensagem do Outubro Rosa é que
quanto mais cedo detectar o tumor, maiores serão as chances de sobrevida e
qualidade de vida da paciente. “As mulheres são divididas em dois grupos: as de
baixo e as de alto risco. Para o grupo de baixo risco, o rastreamento deve
começar aos 40 anos com mamografia, podendo ser complementada com outros
exames, e deve ser feita anualmente”, comenta Fernanda.
Já para as mulheres no grupo de alto risco, que consiste em
pacientes com familiares de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de
mama, o rastreamento deve ser iniciado 10 anos antes da idade cujo familiar
recebeu o diagnóstico. “Se o familiar com câncer de mama for homem, isso já
classifica a pessoa no grupo de alto risco. Por ser muito raro, indica que há
uma história genética que requer mais estudos”, complementa.
Sintomas e o autoexame
O câncer de mama geralmente não dói e costuma ser uma
doença silenciosa. “Nas fases iniciais, esse tipo de câncer não demonstra
muitos sintomas e a dor não é habitual, a não ser em casos mais raros e quando
há comprometimento neural”, explica Fernanda. Quando a doença está mais
avançada ou quando é um tipo mais agressivo, alguns sintomas podem ser mais
aparentes, como mama avermelhada, com aspecto de casca de laranja e com nódulos
detectáveis ao toque.
“O diagnóstico precoce vai definir tanto a evolução
quanto o tratamento que será aplicado”, afirma Jonathan. O mastologista explica
que por este motivo o autoexame não é o mais indicado como forma de detecção.
“Não é possível substituir os exames de rastreamento pelo autoexame. Ele é
importante, mas como uma forma de autoconhecimento e não de substituição aos
exames periódicos”, enfatiza.
Estilo de vida e hábitos saudáveis
Embora o câncer de mama esteja relacionado com situações
que muitas vezes estão fora do que é possível controlar, como a genética,
hábitos saudáveis também podem contribuir para prevenção. O Inca reforça que é importante reduzir risco e promover
fatores de proteção chamados de “prevenção primária”, como: manter o peso
corporal saudável; ser fisicamente ativa; evitar o consumo de bebida alcoólica;
e para quem tem filhos, amamentar o maior tempo possível.
“Hábitos saudáveis são relevantes tanto para câncer de
mama quanto para outros que atingem a população feminina, como o de endométrio,
por exemplo”, reforça a ginecologista. Diante disso e por meio da sua vivência
clínica, Fernanda relata que a história do câncer de mama vem mudando muito nos
últimos anos. “Antigamente, o câncer era uma sentença de morte, hoje em dia
pode ser uma história completamente diferente, sobretudo quando há o
diagnóstico precoce. Em grande parte, este tipo de câncer é curável”.
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