Médico do Hospital
Paulista alerta para consequências que a falta de um descanso de qualidade pode
causar à saúde, como depressão e problemas cardíacos
Investir em um colchão de molas ensacadas,
travesseiro de plumas e edredom de algodão nem sempre é garantia de um repouso
de qualidade. Os chamados “distúrbios do sono” requerem cuidados que não
dependem tanto de conforto, mas sim de diagnóstico e tratamento.
Quanto antes identificadas as causas, menores são as chances de o corpo sofrer
as consequências que o excesso de noites mal dormidas pode causar ao longo dos
anos. "Mais do que estresse, fadiga e indisposição, os distúrbios do sono
têm uma correlação muito forte com a depressão e doenças do coração",
alerta o otorrinolaringologista e especialista em sono do Hospital Paulista,
Dr. Lucas Padial.
O especialista explica que a insônia e a apneia obstrutiva do sono são as
anomalias mais recorrentes entre a população. "A insônia tem um componente
mais neurológico, muito associado à ansiedade, e a apneia do sono, por sua vez,
um componente mais respiratório, que decorre, sobretudo, da anatomia da
garganta e do palato”, explica.
Dependendo do tamanho ou do
formato, segundo ele, isso pode obstruir a passagem de ar nas vias
respiratórias. "No caso da insônia, a avaliação clínica costuma já ser o
suficiente para identificá-la e definir o tratamento. Entre as alternativas
mais usuais estão a terapia cognitivo comportamental (TCC) e a terapia
farmacológica", afirma Dr. Lucas.
No caso da apneia do sono, especificamente, o médico explica que o exame de
polissonografia é essencial para a confirmação do diagnóstico. O procedimento
avalia a qualidade do sono e mede as atividades respiratória, muscular e
cerebral.
"A polissonografia faz o registro das variáveis fisiológicas durante o
sono, como atividade elétrica cerebral, movimento dos olhos, tônus muscular,
fluxo de ar oral e nasal, esforço respiratório, movimentos de pernas e
oxigenação do sangue (oximetria). Isso nos dá todos os elementos necessários
para a definição do tratamento, que geralmente combina fisioterapia e uso do
CPAP”, ressalta o especialista.
Atividade física
Seja insônia, apneia ou as demais anomalias que afetam o nosso sono, o médico
destaca que a atividade física é comprovadamente eficaz para reduzir os seus
efeitos negativos sobre o corpo.
"A prática regular de atividades físicas atua em conjunto com fatores que
estão diretamente ligados ao bom funcionamento do nosso sistema respiratório.
Isso ajuda no controle de peso e na melhora da qualidade do sono e aumenta a
força dos músculos envolvidos na respiração”, finaliza Dr. Lucas.
Números
De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atualmente, 72% dos
brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono. A insônia é a principal.
Hábitos contemporâneos, como a exposição quase ininterrupta a telas (da TV ao
celular) e má alimentação (comida pesada e salgados, como lanches e pizzas à
noite), e sedentarismo são apontados como elementos que colaboram para a perda
da qualidade do sono.
Hospital
Paulista de Otorrinolaringologia
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